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Educação e Tecnologia

Acesso à internet cresce no Brasil, mas desigualdade ainda marca o uso da rede

Expansão chega aos mais pobres, mas qualidade do serviço e tipo de conteúdo seguem determinados pela renda

Por Agência Brasil | 09/12/2025 10:00
Acesso à internet cresce no Brasil, mas desigualdade ainda marca o uso da rede
Pela primeira vez, a pesquisa mediu a qualidade do acesso via pacotes de celular.

O Brasil atingiu em 2025 o maior nível de conectividade da série histórica: 86% dos domicílios já têm acesso à internet, segundo a pesquisa TIC Domicílios, divulgada nesta terça-feira (9). O número representa 157 milhões de usuários, chegando a 163 milhões quando incluídos aplicativos que usam a rede de forma indireta.

RESUMO

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O acesso à internet no Brasil atingiu seu maior nível histórico em 2025, alcançando 86% dos domicílios, equivalente a 157 milhões de usuários. O crescimento foi impulsionado principalmente pelas classes D e E, onde o acesso aumentou de 15% em 2015 para 73% em 2025.Apesar do avanço, persistem desigualdades significativas. A fibra óptica, presente em 73% dos acessos gerais, alcança apenas 60% dos mais pobres. Nas classes A e B, o acesso é praticamente universal, contrastando com 73% nas classes D e E. A pesquisa também revelou disparidades no uso de tecnologias avançadas, como Inteligência Artificial, e no acesso a serviços digitais governamentais.

O avanço é impulsionado principalmente pela entrada das classes D e E, onde o acesso saltou de 15% em 2015 para 73% em 2025. Só no último ano, houve crescimento de cinco pontos percentuais. Ainda assim, um quarto dos brasileiros mais pobres permanece desconectado.

Tecnologia avança, mas desigualdade persiste

A fibra óptica se consolidou como a principal porta de entrada à internet no país, presente em 73% dos acessos. Entre os mais pobres, porém, o número cai para 60%, evidenciando que o tipo de conexão disponível também é condicionado pela renda.

Nas classes A e B, o acesso é praticamente universal – 99% e 95%, respectivamente. O cenário muda na classe C (86%) e despenca nas D e E (73%).

A desigualdade também aparece no modo de conexão:
● 87% dos usuários das classes D/E acessam somente pelo celular, sem computador ou roteador doméstico.
● Nas classes mais altas, o uso é mais diversificado e com maior qualidade de banda.

Renda, escolaridade e idade moldam o acesso

A pesquisa mostra que a internet chega a menos pessoas conforme diminuem escolaridade e renda.
● 98% dos brasileiros com ensino superior usam internet.
● Entre quem tem ensino médio, o índice cai para 91%.
● No ensino fundamental, apenas 74% têm acesso.

Há também um corte geracional:
● Mais de 90% dos brasileiros de 10 a 44 anos estão conectados.
● Entre pessoas acima de 60 anos, o acesso cai para 54%.

Na zona rural, a internet chega a 77% dos moradores — um acesso mais restrito do que nas áreas urbanas.

Qualidade dos planos e limites de dados

Pela primeira vez, a pesquisa mediu a qualidade do acesso via pacotes de celular.
● Para 55%, o pacote é suficiente.
● 33% relatam queda de velocidade após atingir o limite — índice que é ainda maior nas classes D/E (38%).
● Entre 30% e 37% precisam contratar pacotes extras para continuar utilizando a rede.

Como o brasileiro usa a internet

A rotina de navegação mostra estabilidade no uso tradicional, mas também novas tendências.

Principais usos:

  • 92% enviam mensagens instantâneas;

  • 81% fazem chamadas de vídeo;

  • 80% acessam redes sociais;

  • 75% usam a internet para pagar via Pix.

O consumo de filmes caiu (de 77% em 2024 para 71% em 2025), assim como o compartilhamento de conteúdo.

A pesquisa mensurou pela primeira vez o uso para apostas online: 19% dos brasileiros utilizam a rede para isso, com predominância masculina. As ações vão de cassinos virtuais a rifas, apostas esportivas e loterias.

Uso de Inteligência Artificial cresce e reflete desigualdades

Outro dado inédito é o uso de IAs generativas: 32% dos brasileiros já utilizam essas ferramentas. Mas o recorte por renda e escolaridade revela forte disparidade:
● 69% dos usuários da classe A usam IA;
● 52% na classe B;
● 32% na classe C;
● 16% nas classes D/E.

O uso também varia pela idade:
● 55% dos jovens de 16 a 24 anos utilizam IAs;
● só 6% dos idosos acima de 60 anos fazem o mesmo.

A maioria usa IA para fins pessoais (84%). O uso profissional é mais comum entre pessoas com ensino superior (69%).

Gov.br mantém forte adesão, mas com desigualdade regional

A plataforma gov.br segue como um dos serviços digitais mais acessados no país:
● 56% da população utiliza o sistema.
● Nas classes A e B, o uso é de 94% e 79%.
● Na classe C, cai para 56%.
● Nas classes D e E, apenas 35% acessam serviços públicos digitais.

A região Nordeste apresenta a menor adesão: 48% dos habitantes usam o gov.br.