ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEGUNDA  29    CAMPO GRANDE 30º

Educação e Tecnologia

Conceito é nobre, mas linguagem inapropriada, diz Riedel sobre livro censurado

Mato Grosso do Sul foi um dos estados brasileiros que retirou O Avesso da Pele das bibliotecas das escolas

Por Ângela Kempfer e Caroline Maldonado | 12/03/2024 10:37
Riedel durante evento na manhã desta terça-feira, no Palácio Popular da Cultura. (Foto: Marcos Maluf)
Riedel durante evento na manhã desta terça-feira, no Palácio Popular da Cultura. (Foto: Marcos Maluf)

"Não é de maneira nenhuma pelo conceito, pelo contrário, o conceito é nobre e deve ser trabalhado em todas as escolas, mas a linguagem não é apropriada", justifica o governador Eduardo Riedel sobre a ordem de retirada do livro O Avesso da Pele das bibliotecas das escolas estaduais. Mato Grosso do Sul é um dos 4 estados brasileiros onde a obra que fala sobre racismo foi recolhida.

Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás tomaram a mesma decisão após reclamações sobre o conteúdo supostamente erótico e impróprio para alunos do Ensino Médio. Em alguns capítulos, o autor fala da erotização do corpo preto, usando palavras consideradas por alguns pais de expressões de baixo calão.

Segundo o governador, antes de tomar a decisão, ele conversou com muitos pais. "Eles falam assim 'eu não gostaria que minha filha lesse isso na escola'. Pode de até discutir isso em casa, mas não gostariam que desse o livro aos seus filhos", justificou Riedel.

Nesta semana, a editora Companhia das Letras, responsável pela publicação, protocolou mandado de segurança para evitar o recolhimento dos livros das bibliotecas de escolas estaduais, primeiro com foco no Paraná.

Em MS, a Secretaria Estadual de Educação detalhou que a obra do professor e pesquisador Jeferson Tenório já havia sido enviada para 75 das 349 unidades escolares de Mato Grosso do Sul.

O MEC tem dito que os livros são avaliados por professores, mestres e doutores antes de integrarem o catálogo do PNLD. Mas a "permanência no programa é voluntária" e as escolas têm autonomia para escolher "os materiais que mais se adéquam à sua realidade pedagógica.


Nos siga no Google Notícias