Para 51%, é insuficiente viver em Campo Grande com R$ 3,4 mil
Leitores detalharam a matemática apertada de quem tenta equilibrar contas
A maior parte dos campo-grandenses não considera o salário médio de R$ 3.450,86 suficiente para bancar o custo de vida na capital sul-mato-grossense. É o que mostra a enquete do Campo Grande News, segundo a qual 51% dos participantes afirmaram que o valor é insuficiente, enquanto 28% disseram que é possível viver com ressalvas. Apenas 5% consideram o rendimento satisfatório, e 16% acreditam que “depende da área da cidade”.
RESUMO
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Pesquisa revela que 51% dos moradores de Campo Grande consideram insuficiente o salário médio de R$ 3.450,86 para viver na capital de Mato Grosso do Sul. Segundo enquete do Campo Grande News, apenas 5% dos participantes avaliam o rendimento como satisfatório, enquanto 28% afirmam ser possível viver com ressalvas. Moradores relatam dificuldades para equilibrar despesas básicas como aluguel, que ultrapassa R$ 1.500, alimentação e transporte. Apesar de representar o maior rendimento mensal entre os municípios sul-mato-grossenses, segundo o IBGE, a população indica que seriam necessários entre R$ 5 mil e R$ 8 mil mensais para uma vida confortável na cidade.
Os números refletem um sentimento cada vez mais presente entre os moradores: o de que viver em Campo Grande está ficando caro demais. Embora o valor médio de R$ 3,4 mil seja o maior rendimento mensal entre os municípios de Mato Grosso do Sul, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), boa parte da população diz que o montante não cobre as despesas básicas.
Nos comentários, muitos leitores detalharam a matemática apertada de quem tenta equilibrar contas. “Com isso a gente sobrevive, mas viver bem, só ganhando uns sete ou oito mil”, escreveu Caroline Silva, ao listar gastos com moradia, alimentação, transporte e energia. Segundo ela, só o aluguel passa de R$ 1,5 mil, e sobram poucas centenas de reais para emergências.
Outros reforçam o mesmo cálculo. “O aluguel está passando de R$ 1 mil, supermercado vai uns R$ 800, mais luz, água, transporte... sobra uma mixaria. O custo de vida em MS é um absurdo”, comentou Ana Carolina, citando o aumento nos preços básicos.
Mesmo quem tem renda um pouco acima da média avalia que o dinheiro não rende. “Para uma vida digna, uns cinco mil ou mais”, resumiu Edilson Silva, enquanto Carlos Peralta considera que “de três a quatro mil dá para viver razoavelmente bem, mas com muitas limitações”.
Além das contas do mês, há desconfiança sobre os números oficiais. “Como foi feita essa pesquisa? Pegaram salários de políticos e dividiram pelos trabalhadores?”, questionou Eloá Prigol, apontando que boa parte da população recebe apenas um salário mínimo. Outro internauta ironizou: “Essa pesquisa é mais falha que moto dois tempos”.
Apesar das críticas, há quem veja o lado positivo de viver na capital. “Viver aqui em Campo Grande é maravilhoso. Gosto do lugar, não reclamo do que ganho”, escreveu Rozalino Corrêa, lembrando que o custo pode parecer alto, mas ainda é menor do que em muitas outras capitais do país.
No fim das contas, o resultado da enquete mostra um consenso: a renda média até pode ser a maior do Estado, mas está longe de garantir conforto para a maioria dos campo-grandenses. Entre aluguel, alimentação e transporte, sobra pouco espaço no orçamento — e muito para o debate sobre o real custo de vida na capital.