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Esportes

Com pilotos da Inglaterra e Espanha, motocross quer conquistar o Brasil

Nyelder Rodrigues | 12/06/2012 22:58

Com quase todas provas no interior do Brasil, a intenção é difundir e divulgar o motociclismo e o motocross em vários cantos do país.

O objetivo da modalidade é levar os melhor do esporte para vários "cantos" do Brasil (Foto: Rodrigo Pazinato)
O objetivo da modalidade é levar os melhor do esporte para vários "cantos" do Brasil (Foto: Rodrigo Pazinato)

Um campeonato brasileiro onde o líder é um espanhol e o vencedor da 4ª etapa é um inglês. Pode parecer estranho para o público em geral, mas para o motocross a participação dos “gringos” faz parte do projeto de crescimento do esporte do Brasil.

Nova Alvorada do Sul, cidade localizada a 120 quilômetros de Campo Grande, recebeu no final de semana a 4ª etapa do Campeonato Brasileiro de Motocross e pode acompanhar de perto a velocidade e saltos de brasileiros e estrangeiros na motodromo da cidade.

Para o piloto Hector Assunção, que é líder da categoria MX2 (de 14 a 23 anos) e vencedor da etapa sul-mato-grossense pela categoria, a participação do espanhol Carlos Campano, campeão mundial em 2010 pela MX3, e do inglês Adam Chatfield, colabora muito com a modalidade no Brasil, acrescentando mais nível técnico.

“Sem dúvida eles elevam o nível da competição, pois além da experiência e nível técnico deles, também puxam o ritmo dos brasileiros e nos incentiva a buscar resultados tão bons quanto os deles”, comenta Hector, que completa. “Pelo que vimos hoje, fica provado que os brasileiros não estão tão atrás dos estrangeiros. Estamos perto deles e crescendo cada vez mais”.

Interiorização - Em 2012, o Brasileiro de Motocross terá oito etapas, sendo que apenas a sexta será disputada em uma capital, a sergipana Aracaju. Conforme o presidente da Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM), Firmo Henrique Alves, a intenção da entidade é difundir e divulgar o motociclismo e o motocross em vários cantos do Brasil.

“Quero que mais pessoas acompanhem o esporte, e justamente por isso é que o motocross saindo dos grandes centros para chegar ao interior do país. O campeonato tem que andar por todo o Brasil, pois só assim ele é um campeonato brasileiro de fato” declara Firmo.

Pista com terreno arenoso foi elogiada por pilotos e especialistas em motocross (Foto: Rodrigo Pazinato)
Pista com terreno arenoso foi elogiada por pilotos e especialistas em motocross (Foto: Rodrigo Pazinato)

Para o presidente da CBM, a interiorização aliada à participação de estrangeiros de renome internacional junto aos melhores do Brasil é o que vai alavancar o esporte, atraindo e conquistando o público, e colaborando também para o crescimento do motocross no Estado.

“Com certeza ganhamos muito. Fora o lazer que proporciona, o evento traz os melhores do Brasil e alguns dos melhores do mundo para competir. Além disso, para os pilotos do Estado, é a chance deles verem de perto como andam os melhores”, conta o presidente da CBM.

Firmo também destaca que, além do entretenimento, a etapa do Brasileiro de Motocross movimenta a economia dos locais onde passa, seja em bares, hotéis, ou outros setores da economia local. “Contratamos só empresas do Estado para montar toda essa estrutura e dar suporte para a realização do evento”, finaliza.

Qualidade da pista - Além de todos da difusão, crescimento e lazer proporcionados, o vinda da etapa do Brasileiro de Motocross para Nova Alvorada do Sul também ganhou com a qualidade da pista e do terreno, que segundo especialistas no esporte, é parecido com o terreno das pistas dos Estados Unidos, país onde o esporte começou e maior expoente nele.

O piloto Hector Assunção é um dos que confirma a qualidade da pista. “Ele é muito boa, pois o terreno é arenoso, algo importante para o motocross, pois traz mais aderência para as motos, obrigando que os pilotos tenham mais técnica para correr”, explica.

Ele ainda acrescenta que teve um final de semana perfeito nessa pista, desde o sábado (9) com um bom qualifying, e no domingo (10), dia da competição, com a vitória na 1ª e 2ª baterias.

Para o líder da categoria MX2, Hector Assunção, pilotos estrangeiros aumentam nível da competição (Foto: Rodrigo Pazinato)
Para o líder da categoria MX2, Hector Assunção, pilotos estrangeiros aumentam nível da competição (Foto: Rodrigo Pazinato)

Incentivo - Dois pilotos de motocross de Campo Grande estavam em meio ao público acompanhando o Brasileiro. Wellington Bezerra, de 25 anos, e Diego Duarte, de 24, correm, respectivamente, há nove e sete anos, e aproveitaram a oportunidade para ver os melhores do país na pista.

Eles contam que essa é a primeira vez que vêm para Nova Alvorada do Sul acompanhar uma etapa do Brasileiro, mas que já haviam assistido em Campo Grande a etapa do Mundial da modalidade, realizada em 2010 na Capital.

Ambos gostaram do que assistiram na cidade, tanto pela estrutura montada, nível da competição e pelo público presente. “Além do motocross, o que chama muita a atenção da gente são as belas mulheres que estão tanto nas arquibancadas como passeando por aqui”, conta Wellington, rindo muito logo em seguida.

Os pilotos treinam na pista das Moreninhas e em outra na saída para Rochedinho, com dinheiro do próprio bolso. Eles lamentam a falta de patrocínios, mas crêem que eventos do porte como o de Nova Alvorada podem ajudar a divulgar a modalidade no Estado, atraindo mais público e, consequentemente, patrocínios.

“Para melhorar a situação, se houvesse incentivo do próprio governo, já seria uma grande ajuda para alavancar o esporte aqui”, opina Diego.

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