Copa entre Nações reúne imigrantes e revela mosaico cultural em Campo Grande
No primeiro jogo do dia, o time africano Rio Nilo goleou a Venezuela por 5 a 1
A 2ª Copa entre Nações transformou Campo Grande, neste sábado (22), em um retrato vivo da diversidade que compõe a cidade. O torneio amador, realizado no Clube Estoril, coloca em campo imigrantes e descendentes de vários países e povos que hoje formam parte do cotidiano da Capital. Mais que futebol: é demonstração prática de que Campo Grande abriga “nações” que fincaram raízes aqui.
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A 2ª Copa entre Nações, realizada no Clube Estoril em Campo Grande, reúne times formados por imigrantes e descendentes de diversos países. O torneio amador conta com seis equipes, incluindo representantes da África, Venezuela, Japão e comunidade indígena Terena. O evento destaca-se como uma celebração da diversidade cultural presente na capital sul-mato-grossense. Além da competição esportiva, o torneio promove integração entre diferentes comunidades, evidenciando como Campo Grande se tornou um lar para várias "nações" que ali estabeleceram raízes.
No primeiro jogo do dia, o time africano Rio Nilo goleou a Venezuela por 5 a 1. A equipe é formada por jogadores de Togo, Guiné, Angola, Cabo Verde e Moçambique, reunidos sob uma mesma bandeira construída na Capital.
Para Kossi Ezou, 34, professor e doutorando em Administração pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que mora há mais de 10 anos na cidade, o torneio é mais que disputa esportiva. “É um torneio de integração de várias nações. Todo mundo gosta de jogar futebol e, além da competição, é uma festa. Campo Grande nos acolhe, e essa integração mostra a diversidade de comunidades que vivem aqui”, afirma.
Outro atleta africano, conhecido como Sanka, engenheiro civil formado pela UFMS, reforça a sensação de pertencimento: “Lugar a gente que faz, aqui já é nossa casa. Esse torneio reforça valores da diversidade e do esporte. No futebol, cada um expressa seu interior, e quando há essa mistura de povos, isso ganha ainda mais sentido. É um campo aberto para mostrar nossa grandeza interna.”
O organizador do evento, Márcio Rodrigues, explica que esta é a segunda edição e que o formato cresceu. “A primeira foi feita em um único sábado. Este ano são dois. São seis equipes. O Paraguai não pôde participar e entrou a Venezuela. A expectativa é grande para o time da África, mas os indígenas e o Japão também vêm fortes”, comenta.
O Japão joga hoje às 16h30 contra o time indígena. A equipe nipônica é uma das mais tradicionais do torneio e atual campeã. “O time está preparado. Ganhamos a primeira edição e agora vamos tentar de novo. Foi muito importante a vitória anterior, e o grupo veio mais organizado”, explica o técnico e jogador Emerson Teruo Siraiwa, 50. Segundo ele, reunir os atletas é simples: “A gente já joga uma pelada pela colônia da Nippo, então fica fácil juntar o pessoal”.
Do outro lado do confronto, a equipe indígena Terena chega com reforço de atletas experientes, alguns já participantes dos Jogos Indígenas. Adailson Pires Xavier, 46, azulejista, conhecido como Preto, diz que o time enfrentou dificuldades logísticas neste ano — queriam trazer um grupo maior da aldeia — mas a presença no torneio tem peso cultural.
“É bom para termos mais contato com os amigos, conhecer mais gente. Quem mora na cidade representa a comunidade indígena e se integra com as outras nacionalidades”, afirma. Estreante na Copa, a equipe da Venezuela ainda busca organização.
“É a primeira vez, não deu tempo de arrumar a equipe certinho. Jogamos contra o Rio Nilo e agora é aprender para melhorar”, diz Erickson José Figueira Ramón, 27, que trabalha em uma empresa da Capital e mora em Campo Grande há dois anos.
Para ele, o maior ganho está fora das quatro linhas: “É bom para ter mais união, conhecer mais gente e envolver mais quem está no time”.
A Copa entre Nações segue no próximo sábado com semifinal e final. A expectativa dos organizadores é que o torneio cresça em número de equipes nas próximas edições, ampliando o mosaico cultural já presente em Campo Grande.
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