Presidente do Operário reúne elenco e garante quitar salários ainda hoje
Dirigente disse que plano financeiro foi feito contando com verbas públicas que o clube não conseguiu receber

O Operário vive dias agitados em sua última semana de participação na Série D do Campeonato Brasileiro de 2025. Já sem chance de classificação para a fase do mata-mata da competição nacional e fora da disputa pelo acesso para a Série C de 2026, manifestações de jogadores e familiares por conta de atrasos no pagamento de salários criaram um clima de incerteza antes do jogo de despedida no próximo sábado, contra o Cianorte, do Paraná, às 15 horas, no Estádio Jacques da Luz, no bairro das Moreninhas, em Campo Grande.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Presidente do Operário garante pagamento de salários atrasados a jogadores e comissão técnica. O acordo foi firmado após manifestações por conta dos atrasos referentes ao mês de junho. O pagamento, com vencimento previsto para o dia 10 de cada mês, será quitado até o final desta quinta-feira, 24. Em troca, o presidente Nélson Antônio da Silva espera empenho da equipe na partida de despedida da Série D contra o Cianorte, no próximo sábado. Atrasos foram causados por dificuldades financeiras devido à falta de repasses de verbas públicas. O clube não conseguiu receber recursos por pendências com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). O Operário, sem competições previstas para o segundo semestre, dispensará a maior parte do elenco após a partida de sábado. Apenas quatro jogadores, lesionados, permanecerão vinculados ao clube até sua recuperação.
Nesta quinta-feira, 24, o presidente do clube campo-grandense, Nélson Antônio da Silva, reuniu os jogadores e formalizou um acordo para a quitação dos atrasados até o final da tarde de hoje, mediante o compromisso de que todos os atletas, incluindo a comissão técnica, mostrem em campo no sábado todo o empenho e dedicação para que o Operário faça uma despedida honrosa na Série D. O elenco é formado por 26 jogadores, mais a comissão técnica comandada por Raphael Pereira.
“No Operário os salários são pagos sempre no dia 10 de cada mês. Então, na realidade temos um atraso de 14 dias com os atletas. O vencimento de maio que aconteceu em junho está quitado, esse atraso de 14 dias é referente ao mês de junho, e pelo acordo que fizemos com os jogadores iremos efetuar o pagamento até o final da tarde de hoje, e o clube estará em dia com eles. Em relação aos salários do mês de julho foi firmado um acordo com os jogadores, já está tudo acordado também”, garantiu Nelson Antônio da Silva em entrevista (gravada) para a repórter Bruna Marques do Campo Grande News.
O dirigente considera que o problema já está resolvido e que o Operário vai trabalhar em paz na sua preparação para o jogo com o Cianorte. “Vamos cumprir com a nossa obrigação, pagando os atrasados até o final da tarde de hoje, e a obrigação dos jogadores e comissão técnica será se empenhar ao máximo para que no sábado a gente encerre a nossa participação na Série D de 2025 com chave de ouro”, declarou.

Na entrevista, Nélson Antônio afirmou que atraso de salário não é uma ocorrência normal no Operário, e que o problema começou a partir de junho por conta dos patrocínios que são insuficientes para arcar com as despesas do clube na Série D. Segundo ele, todo o planejamento financeiro da temporada de 2025 foi feito contando com repasses de verbas públicas que o clube não conseguiu receber por conta de pendencias junto a PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU), que trata de questões fiscais, tanto judicial quanto extrajudicialmente.
A questão é que o Operário não tem suas certidões em dia e por conta disso não pode receber recursos públicos. "Tem um bloqueio de dois anos para poder fazer novo parcelamento junto a Procuradoria da Fazenda Nacional e isso só vai ser possível a partir de 2026. Então, o Operário não conseguiu receber o repasse do governo do estado, não conseguiu receber verba de emenda parlamentar que iria ajudar tanto o feminino quanto o masculino, e isso causou um grande transtorno no orçamento do clube, não por culpa do poder público, mas do próprio clube”, ressaltou
Sem competições para disputar no segundo semestre, no sábado o Operário de Campo Grande fará sua despedida não apenas da Série D do Campeonato Brasileiro, mas da temporada de 2025. Segundo Nélson Antônio da Silva, dos 26 jogadores do elenco, a partir da próxima segunda-feira apenas quatro vão permanecer vinculados ao clube.
“Na segunda-feira todos serão liberados, exceção dos quatro jogadores que estão se recuperando de lesões graves, aliás, estão afastados já há algum tempo, caso do goleiro Léo, do meia Higor, do lateral-esquerdo Hugo e do zagueiro Dante, que quebrou o braço. Esses quatro atletas terão um vínculo maior com o clube até se recuperarem plenamente”, garantiu o dirigente.