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Jogo Aberto

Campanha, tiro na escola e oportunismo

Marta Ferreira | 18/10/2018 06:00

“Guerra virtual” – Não podia ser diferente. O episódio lamentável em que uma criança de 9 anos entrou armada na sala de aula em Campo Grande e atirou contra o próprio calcanhar virou assunto da campanha eleitoral assim que a notifica foi a público. Nas redes sociais, o grande palco dessa eleição, apoiadores de Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, que têm posicionamentos opostos sobre a questão do armamento, passaram a usar o caso para os debates acirrados.

Números – A postagem do Campo Grande News sobre o tema no Facebook tinha mais de 600 comentários em menos de duas horas. Entre eles, muita gente espalhando que não se trava de arma de fogo e sim de uma de brinquedo, apesar da confirmação da polícia de se tratar de uma pistola 63.5

Rapidinho – Entre os políticos, também não tardou para o presídio ser explorado. Um dos primeiros foi o deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS), que colocou em sua rede social o link da matéria do Campo Grande News. Na mensagem, relatou o caso e atacou o candidato do PSL. “Bolsonaro é SINÔNIMO” de violência”.

Protesto – Na frente da escola, uma mãe chegou indignada e gritou para quem quisesse ouvir que o a situação era decorrente do discurso armamentista do candidato. Mais calma, depois, não quis ampliar o assunto nem conversar com os jornalistas.

Aposta – Com o assunto fervendo, quem acompanha política já faz a conta. Quanto tempo vai levar para o tema estar nas propagandas eleitorais, que tem apelado ao ataque todos os dias, dos dois lados.

Dança das cadeiras – Presidente da poderosa FPA (Frente Parlamentar Agropecuária), a deputada federal Tereza Cristina (DEM) foi citada entre as possíveis ocupantes da pasta que, se eleito, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) pretende criar para agregar os Ministérios de Agricultura e Meio Ambiente. O movimento ajuda a criar esperanças em Geraldo Resende (PSDB).

Adesão - Tereza –que, vale lembrar, disse ter sido consultada sobre indicação da FPA para o possível Ministério– se aproximou recentemente de Bolsonaro e, caso fosse escolhida para a pasta, abriria vaga para Geraldo na Câmara dos Deputados. O deputado ficará como primeiro suplente em 2019, mesmo com os mais de 61 mil votos, graças aos critérios de distribuição de vagas (sua votação foi maior, por exemplo, que a três deputados federais eleitos).

Sucessões – Também futuro suplente, com cerca de 40 mil votos sub-judice, o ex-prefeito Alcides Bernal (Progressistas) já recorreu da decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que barrou sua candidatura à Câmara Federal, apontando inelegibilidade decorrente da cassação de seu mandato, em 2014. Caso não haja sucesso, ele já admite “subir” como caso ao Supremo Tribunal Federal.

Como assim – Bernal reclama que o recurso que levou à cassação, patrocinado pelos advogados da coligação do MDB, ignora decisões posteriores que lhe permitiram, por exemplo, disputar o Senado também nas eleições de 2014 e, em 2016, concorrer novamente à Prefeitura da Capital. “Por que agora teria de mudar uma situação se não houve fatos novos?”, protestou.

Jornal de ontem – A pane que atingiu servidores de informática do governo estadual, paralisando serviços, também impediu a divulgação e leitura do Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (17). Em nota, a Agência Estadual de Imprensa Oficial informou que todas as matérias da edição de ontem serão publicadas nesta quinta (18). O Diário de Campo Grande foi veiculado no fim do dia.

(Com Leonardo Rocha, Humberto Marques e Geisy Garnes)

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