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Arquitetura

"Emprestada" da engenharia, técnica de gabião pode virar peça-chave em casa

Paula Maciulevicius | 03/09/2016 07:15
Na fachada da Casa Cor, gabião virou muro. (Foto: Alcides Neto)
Na fachada da Casa Cor, gabião virou muro. (Foto: Alcides Neto)

Aplicada mais às contenções de enchente, barragens e grandes obras, a técnica de gabião pode sair da engenharia para a arquitetura e decoração. Na fachada da Casa Cor, as pedras viraram platô de suporte para o carro e muro até com lareira. Uma ideia que ainda não é muito aproveitada em Campo Grande, mas pode ser inspiração para vários ambientes.

Projeto do engenheiro Marcelo Libeskind, o gabião vem como uma delicada intervenção na fachada assinada pela arquiteta Luciana Teixeira. A proposta inicial era usar um deck de madeira para sustentar o carro na "Garagem de Estar Renault", mas em conversa com a arquiteta, os dois chegaram a conclusão de que o gabião seria a melhor opção e ainda sairia do que já está tão batido na arquitetura.

Na lateral, a mureta tem um queimador linear alimentado por dois botijões de gás, o que dá o efeito de lareira. E na frente, a água foi colocada como cascata. 

Estrutura sendo montada, primeiro com madeira. (Foto: Arquivo/Marcelo Libeskind)
Estrutura sendo montada, primeiro com madeira. (Foto: Arquivo/Marcelo Libeskind)
Na montagem. (Fotos: Arquivo/Marcelo Libeskind)
Na montagem. (Fotos: Arquivo/Marcelo Libeskind)
Pedras foram levadas até o espaço.
Pedras foram levadas até o espaço.
Pedras sendo colocadas. (Foto: Arquivo/Marcelo Libeskind)
Pedras sendo colocadas. (Foto: Arquivo/Marcelo Libeskind)

De São Paulo, o engenheiro está em Campo Grande há oito meses e quis trazer um pouquinho do que é feito por lá. "Não existe a cultura do gabião em Campo Grande para o estético, enquanto nos grandes centros, existe até joalheria com parede de gabião. Dá para fazer fachada de casa, pé de mesa e lareira", enumera Marcelo.

A ideia do engenheiro é, mais para frente, desenvolver uma parede vertical de gabião no canteiro da Avenida Afonso Pena. Projeto que vai aliar o verde e a arte. No exemplo da Casa Cor, o gabião foi trazido pronto, como "revestimento" de uma grande caixa de madeira. "Se eu quisesse pensar para uma casa, poderia ser uma parede, um jardim vertical, no living. É uma técnica portuguesa utilizada para contenção, mas o grande barato é trazer esse universo para dentro da arquitetura das casas", afirma Marcelo.

Para dar este uso, o engenheiro explica que é preciso fabricar o gabião. Ao invés de comprar gaiolas padrão, que tem dimensões muito grandes e roubariam espaço dos ambientes, se usa telas soldadas. 

"Com telas soldadas, geralmente barras de aço CA 50 de 5,0 mm de diâmetro, soldadas a cada 10 cm, nos dois sentidos, são fabricadas caixas e ou placas que são preenchidas com pedras. Estas telas existem prontas no mercado em diversos tamanhos, seu uso principal é na armação de lajes pré moldadas", explica o engenheiro.

Dependendo do grau de rusticidade desejado no “gabião arquitetônico”, Marcelo fala que pode ser usadas pedras maiores ou menores, variando também o tipo da tela soldada utilizada. "O objetivo é sempre levar aquela sensação de volume e resistência, mas perdendo o mínimo de espaço", completa. 

Libeskind informa também que, no uso tradicional, contenções de solo, o gabião costuma ser 50% mais barato que as soluções em concreto armado.

A Casa Cor fica aberta até o dia 9 de outubro, de terça a domingo, das 16h às 22h, na Avenida Afonso Pena, 4025. Ingressos na bilheteria do evento. A entrada inteira custa R$ 40 e a meia, R$ 20,00.

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Detalhe da técnica com cascata. (Foto: Alcides Neto)
Detalhe da técnica com cascata. (Foto: Alcides Neto)
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