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Arquitetura

'Casa Cubo' une sustentabilidade e conforto em projeto de MS premiado

Arquiteto Victor de Camillo desenvolveu casa que tem madeira como principal matéria-prima

Por Jéssica Fernandes | 26/12/2023 07:42
Projeto Casa Cubo alia sustentabilidade, natureza e economia. (Foto: Arquivo pessoal)
Projeto Casa Cubo alia sustentabilidade, natureza e economia. (Foto: Arquivo pessoal)

Natureza e sustentabilidade se encontram no projeto ‘Casa Cubo’ do arquiteto Victor de Camillo, de 25 anos. Em desenvolvimento, a residência ainda não saiu do papel, porém foi premiada na categoria ‘edificações e projetos’ pelo Instituto de Arquitetos do Brasil na edição 2023.

Victor desenvolveu o projeto a pedido de uma cliente que adquiriu um terreno na Chácara dos Poderes. Com um ‘terreno generoso’ para construir, ele desenhou a Casa Cubo, que tem como uma das propostas a economia em material e orçamento.

“Eles compraram um terreno em cinco amigos e ela queria construir uma coisa baratinha e legal. A ideia dela era fazer um sobrado porque o sobrado permite ver as copas das árvores, é um ponto onde consegue ter vista”, explica.

Bem setorizada, um dos ambientes da casa é a sala de estar no térreo. (Foto: Arquivo pessoal)
Bem setorizada, um dos ambientes da casa é a sala de estar no térreo. (Foto: Arquivo pessoal)

O nome do projeto não é em vão, por isso, a casa de fato é um cubo que se abre de forma calculada e harmoniosa. Através dos desenhos, Victor diz que é possível ver o cubo mudando, ganhando forma e virando diferentes ambientes.

“Ela é muito bem setorizada, ela tem uma clareza tanto embaixo quanto em cima. É como se eu fosse lapidando esse cubo e chega uma hora que abre-se as paredes e chega nessa forma desconstruída”, diz.

No piso inferior foram projetados a cozinha, sala de jantar e sala de estar. Um dos destaques da área, segundo ele, são as possibilidades que a mesma oferece. “Uma coisa que tenho feito em muitos projetos é fazer uma sala híbrida. Quando você fecha as portas você tem uma sala normal e quando elas estão abertas você passa a ter uma varanda”, fala.

Sala híbrida que 'vira' varanda é um dos destaques do projeto. (Foto: Arquivo pessoal)
Sala híbrida que 'vira' varanda é um dos destaques do projeto. (Foto: Arquivo pessoal)

O piso superior é composto por um escritório, banheiro social, quarto e uma suíte. Nesse último ambiente e no escritório estão as janelas altas que oferecem vista privilegiada para a natureza.

A sustentabilidade foi um dos critérios que fizeram o arquiteto se destacar e ganhar o prêmio com a ‘Casa Cubo’. Falando um pouco mais sobre essa característica, ele comenta quais materiais devem ser utilizados na construção.

“O grande charme dessa casa é a forma como ela é construída. Neste projeto resolvi usar a madeira, que é uma matéria-prima ampla no Estado. [...] Nessa casa você acaba usando pouco concreto que é um dos elementos da construção civil que emitem muito carbono”, esclarece.

Arquiteto Victor de Camillo é responsável pelo projeto 'Casa Cubo'. (Foto: Arquivo pessoal)
Arquiteto Victor de Camillo é responsável pelo projeto 'Casa Cubo'. (Foto: Arquivo pessoal)

Como a madeira predomina parte significativa do projeto que não traz muitos acabamentos o que ‘sobra’ são o tijolo maciço presente no térreo inferior e o cimento queimado do piso. O concreto e o aço estão somente na fundação e na primeira laje.

O resultado é uma casa que tem espaço bem aproveitado com a vantagem da natureza e iluminação natural. “A casa foi toda feita para ter um conforto ambiental sem precisar gastar energia, a casa é inteira fechada pro sol poente”, frisa o arquiteto.

Banco paraboloide hiperbólico - Além de ter conquistado um prêmio pelo projeto da casa, Victor levou outro na categoria design com o banco parabólico hiperbólico. O móvel, que lembra uma sela de cavalo, levou seis meses para ser finalizado e exigiu algumas contas no caminho.

Banco parabolóide hiperbólica remete a sela que peões usam. (Foto: Luana Chadid)
Banco parabolóide hiperbólica remete a sela que peões usam. (Foto: Luana Chadid)

No resumo do projeto, Victor explica a parte matemática do projeto. “Tem como uma de suas principais características ser possível sua construção com linhas retas oblíquas aos eixos x e y, sendo uma de poucas superfícies com esta propriedade. Pode também ser construída com parábolas nos planos x,z e y,z, ou com hipérboles no plano x,y, surgindo daí seu nome”, pontua.

O resultado é um banco que ‘brinca’ com a equação e faz referência a elementos culturais do Estado. “Eu quis trazer elementos culturais da nossa região e a sela é uma delas”, afirma. Para tornar ainda mais significativo, ele utilizou a madeira encontrada em Mato Grosso do Sul.

“Eu queria revestir com uma madeira, mas não podia ser com cumaru e freijó porque não é do nosso Estado. Escolhi o ipê porque é difícil de trabalhar, mas é da nossa cultura, ficou um resultado muito legal”, diz.

Estrutura é feita com madeira de ipê e corda sisal. (Foto: Luana Chadid)
Estrutura é feita com madeira de ipê e corda sisal. (Foto: Luana Chadid)

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