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Arquitetura

Casa de 80 anos tem cores e sino como campainha para lembrar a Grécia

Residencia tem pelo menos 80 anos de história, mas há oito ganhou ar grego nas mãos de descendente européia

Guilherme Henri | 06/04/2018 08:15
Casa fica na rua Pedro Celestino, quase chegando na avenida Mato Grosso (Foto: Saul Schramm)
Casa fica na rua Pedro Celestino, quase chegando na avenida Mato Grosso (Foto: Saul Schramm)

Escondida em meio a construções antigas, prédios comerciais e um movimento intenso de carros, a pequena fachada na rua Pedro Celestino mostra uma janela em formato de arco. Ela divide espaço com uma primavera, que insiste em se agarrar no gradio e estender suas folhas até tocar o chão da calçada, onde um jogo de amarelinha foi desenhado. Para descobrir quem mora ali, basta puxar a corda fazendo o sino tocar lá dentro.

O pequeno portão é aberto por Kellin Bagordakish, 43 anos. Ela está ali há 14 anos, na companhia da mãe Divina Lopes Bagordakish, de 67, e da proprietária da casa, Naide Barcelos Braga, 81 anos.

Divina conta que as paredes da casa têm 80 anos de história. A residência foi herdada por Naide. Porém, quando a idosa ficou acamada, mãe e filha - primas de segundo grau - assumiram os cuidados não só de Naide, mas também do imóvel. Os detalhes da construção quase centenária, infelizmente, se calaram junto com a dona, que já não consegue falar.

Sino é campainha na casa onde moram três mulheres (Foto: Saul Schramm)
Sino é campainha na casa onde moram três mulheres (Foto: Saul Schramm)

Descendente de gregos da Ilha de Creta, Kellin conta que começou a mexer no imóvel em 2013. Apaixonada pela cultura dos ancestrais, ela nunca esteve no Sul da Europa. Não sobrou dinheiro para o sonho de conhecer a terra que deu origem ao seu sobrenome. Por isso, as economias foram para mudar um pouquinho do lugar onde as 3 vivem, na reforma inspirada na Grécia.

Desde da entrada, até dentro da casa, as paredes ganharam as cores branca e azul, as mesmas da bandeira do país que serviu de inspiração. Ao lado do pequeno portão de entrada, uma caixa de correio antiga, pintada, já passa a ideia de “seja bem-vindo”.

No entanto, essa sensação é de fato concretizada ao correr os olhos à procura da campainha, que nada mais é do que um cordão. Ele se estende no alto, agarrado a parede até a porta de entrada da casa e chega a um sino, que bate a mesma quantidade de puxões.

Ao entrar, um corredor estreio dá as caras. Ele não só mostra o caminho de entrada da morada, mas também uma diversidade de verde. Samambaias penduradas em paletes nas paredes, vasos com pimentas suspensos, pé de acerola plantado no canteiro do chão e até bananeira você encontra ali no fundão. O ar parece ficar até mais leve e a vontade é de não querer entrar na casa.

Corredor que leva a entrada é repleto do verde das mais variadas plantas (Foto: Saul Schramm)
Corredor que leva a entrada é repleto do verde das mais variadas plantas (Foto: Saul Schramm)
Vasos suspensos pintados de azul uma das cores da bandeira da Grécia (Foto: Saul Schramm)
Vasos suspensos pintados de azul uma das cores da bandeira da Grécia (Foto: Saul Schramm)

“Fiz tudo aos pouquinhos. A caixa de correio mesmo achei em um ferro velho”, diz Kellin. Ela conta, que a cabeça fica mais na Grécia do que aqui ao olhar as fotos dos parentes e amigos que lá estão. “Meu sonho é ir até lá, mas enquanto não posso, pois me dedico em cuidar de Naide, faço daqui o nosso pedacinho da Grécia”, diz.

Sobre a escolha das plantas, Kellin explica que aproveitou o sol que toca o lugar para trazer espécies como a primavera da entrada, que segundo ela, também cresce no país de origem.

Já dentro da casa, o clima grego fica um pouquinho de lado. As características da antiga construção voltam a aparecer, porém Kellin adianta, que o interior do imóvel será o próximo que ela irá mexer. “O arco da janela também é da Grécia. Lá, eles usam muito essa forma nas construções e pretendo trazer isso também para dentro da casa”, revela.

Caixa de correio foi encontrada por moradora no ferro velho (Foto: Saul Schramm)
Caixa de correio foi encontrada por moradora no ferro velho (Foto: Saul Schramm)
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