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Arquitetura

Com alicerce de pedras, família restaurou casa de 80 anos no Parati

Os pássaros, córrego, gansos e balanço das árvores transmitem pura paz em antiga fazenda, agora urbana

Suzana Serviam | 29/12/2022 07:05
Porteira aberta é convite para conhecer o que restou da fazenda Bandeira (Foto: Paulo Francis)
Porteira aberta é convite para conhecer o que restou da fazenda Bandeira (Foto: Paulo Francis)

A porteira aberta na Avenida Gabriel Spipe Calarge, atrás do Lago do Amor, é um convite para qualquer curioso saber mais. Há nove anos, o lugar tem sido refúgio para acolher quem não tem lar, precisa de moradia, comida e atenção, muitas vezes contra a dependência.

Os pássaros, gansos, junto com o balanço das árvores, transmitem paz. O espaço é o que restou da antiga fazenda Bandeira e hoje quem arrenda é o pastor Basílio Cristaldo de 70 anos. "Aqui era um mato, só tinha essa casa que a gente restaurou".

Gansos também dão ar de fazenda ao lugar. 
Gansos também dão ar de fazenda ao lugar.

O lugar que tem mais de 80 anos possui alicerce de pedra e colunas de madeira maciça, a aroeira. São seis ambientes que se dividem em dormitório, refeitório, cozinha, e até templo para culto.

As únicas alterações que o lugar recebeu foi a ampliação da cozinha e a construção da varanda, que é chamada de templo.

Basílio mostrando o alicerce da casa que é feito de pedra (Foto: Paulo Francis)
Basílio mostrando o alicerce da casa que é feito de pedra (Foto: Paulo Francis)

Atrás do prédio, tem o monte, termo muito conhecido entre o meio evangélico. Nada mais é que um cantinho no meio do mato que serve para oração. Esse lugar recebe o nome de Cheiro das Águas, já que no fundo passa o córrego que vem do Lago do Amor.

Por lá tem até peixes pequenos e o pastor garante que ainda é possível tomar um banho para se refrescar. Já na parte da frente há vários cochos que acompanham a idade da casa, que hoje servem apenas para compor a decoração. Outro item que não passa despercebido é a caminhonete Rural antiga que foi adquirida há cinco anos para ajudar Basílio no ir e vir.

Basílio conta que a chácara possui 1,5 hectare e pelo menos cinquenta árvores frutíferas. "Sem contar os 150 pés que foram plantadas pela prefeitura". Toda quinta e sexta-feira tem culto e no final sempre uma comidinha para forrar o estômago.

Os cochos com mais de 80 anos e são feito de madeira maciça (Foto: Paulo Francis)
Os cochos com mais de 80 anos e são feito de madeira maciça (Foto: Paulo Francis)

Quem for visitar vai precisar passar por uma boa inspeção feita por Baruck, o cachorro que há 2 anos protege o lugar. De todo modo, essa minifazendinha parece um oásis dentro de Campo Grande, como diz Basílio. "Aqui você encontra sombra, água fresca e principalmente, uma esperança pra vida".

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