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Arquitetura

Doceria chama atenção pelo tamanho, mas quer ganhar cliente como casa de vó

Lucas Arruda | 19/09/2017 07:55
Doceria abriu neste fim de semana e tem cara de casa da avó (Foto: Marina Pacheco)
Doceria abriu neste fim de semana e tem cara de casa da avó (Foto: Marina Pacheco)

Um prédio todo cor de rosa, com cara de casa da vó e aquela nostalgia gostosa que tem chamado a atenção de quem passa na rua Antônio Maria Coelho, no cruzamento com a Arthur Jorge. O espaço inaugurou oficialmente no último fim de semana e abriga a doceria Doçurinha, que veio lá de Chapadão do Sul.

A porta toda em verde água lembra a entrada de uma casinha de campo, ao lado há cercas, que também remetem ao interior, foi isso que o projeto da D3D arquitetura quis passar. “Buscamos referências em casas antigas, de avós, de campo, que tem uma decoração nostálgica, para quem entrar se sinta aconchegado”, pontua o arquiteto Diego Rezende.

Cada cantinho foi pensado pela proprietária Adaiana Piati
Cada cantinho foi pensado pela proprietária Adaiana Piati
Porcelanatos também foram colocados para lembrar casa da vó
Porcelanatos também foram colocados para lembrar casa da vó

Os proprietários vieram do interior. A doceria nasceu lá em Chapadão do Sul, depois de uma tragédia familiar. Durante uma viagem, toda a família, pai, mãe e três filhos, sofreu uma colisão com outro carro na rodovia próximo a Camapuã. O filho do meio não resistiu e morreu, o restante da família ficou hospitalizado.

Todos foram internados na Santa Casa, tendo que arcar com as despesas e para pagar o tratamento o pai teve que vender o caminhão e a mãe que tomava conta de uma loja de roupas infantis também teve que se desfazer do negócio.

Para recomeçar a vida depois de perderem quase tudo na tragédia, decidiram vender doces. O começo foi tímido, fazendo as guloseimas de casa. “Foi o meio que encontramos para ter uma renda e deu certo. Com o tempo eu e minha esposa fomos nos aperfeiçoando até que há dois anos atrás abrimos a Doçurinha lá no interior”, conta Nério Piati.

Relógios coloridos dão um toque moderno ao ambiente
Relógios coloridos dão um toque moderno ao ambiente

Nessa época, a filha mais velha do casal estudava aqui em Campo Grande. Ela se formou em direito e, ao invés de vir buscá-la para levar pra casa, decidiram se mudar pra cá. “O mercado aqui é melhor, a cidade é maior, minha outra filha também já está para entrar na faculdade, então decidimos viver aqui”, conta.

Toda a ideia da decoração foi da matriarca da família, Adaiana Piati. Desde as cores do lado de fora e tudo que embeleza o lugar do lado de dentro. “Me inspirei muito na casa da minha avó, ela tinha muitas louças de porcelanas, janelinhas, e tudo o mais”, frisa. A emoção bateu forte quando viram o resultado final. “Quando nos apresentaram o projeto eu chorei muito, acertaram de primeira, ficou do jeito que eu queria”, avalia.

A finalização foram os detalhes do inteiror, tudo na mais perfeita harmonização. Cercas internas com plantas embaixo da escada, pratos e xícaras de porcelana pendurados na parede e alguns relógios noutra para dar um toque mais moderno. “Quero que as pessoas tenham vontade de entrar e de ficar aqui. As crianças que já vieram aqui adoraram, não queriam ir embora e sentimento de criança é verdadeiro”, reflete Adaiana.

A porta lembra casas de campo
A porta lembra casas de campo

E não é só a decoração que é especial. As receitas, garantem os donos, são todas de família e nada é industrializado. “Tudo é produzido aqui, somos nós que fazemos, tem nosso toque caseiro, tanto os doces quanto os salgados”, afirma Adaiana. Muitas das receitas foram aprendidas com uma amiga da família, que acabou batizando o lugar. “Ela tem uma doceria no interior de São Paulo, que se chama Doçura. Depois de aprendermos tudo ficamos nos perguntando sobre o nome, então ela sugeriu Doçurinha. Acatamos”, recorda.

Eles ainda pretendem trazer doces típicos do Sul para implementar na loja, como cuca, cueca virada e roscas que lá é comum. “Sou de lá, por isso vou servi-los aqui, quero coisas diferenciadas também”, garante Adaiana.

O espaço é bem grande e quem passa lá na frente além de se impressionar com a fofura do lugar também desconfia se ele vai durar bastante. Para os desconfiados a resposta é clara. “Sei que vamos dar certo aqui, porque somos nós mesmos que fazemos tudo. Não temos medo porque confiamos em nosso trabalho e vamos evoluindo com o passar do tempo”, acredita.

O quilo do bolo na Doçurinha custa entre R$ 55 a R$ 70 dependendo do sabor. As tortas de R$ 55 a R$65 e bombons e salgados entre R$ 2,50 e R$ 5,50.

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Nerio e Adaiana começaram a vender doces depois que uma fatalidade acometeu a família
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