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Arquitetura

Em terreno doado por família Baís, Igreja Batista comemora 100 anos de história

Carlito Rondon foi o fiel responsável pela história do prédio centenário

Thais Pimenta | 10/12/2017 07:20
Primeiro prédio da igreja foi fundado em 1917. (Foto: Acervo Pessoal)
Primeiro prédio da igreja foi fundado em 1917. (Foto: Acervo Pessoal)

No dia 29 de dezembro de 1917, Carlito Rondon fundou no que viria a se tornar o Centro de Campo Grande a 1ª Igreja Batista da Capital. O prédio foi construído no terreno doado pela tradicionalíssima família Baís aos evangélicos da congregação. 

Carlito era Manoel Carlos de Souza Rondon. Ele morava em Corumbá, município no qual se converteu ao evangelho. O fiel frequentava a Igreja Batista e quando se mudou para Campo Grande não encontrou ou tempo. Pediu autorização para pregar em sua casa, no antigo bairro Cruzeiro, hoje Mata do Segredo, para seus familiares, amigos e curiosos. Mal sabia ele que essa iniciativa era a semente pioneira do centenário.

Em agosto de 1918, a sede da igreja passava a ser no centro da cidade, em prédio alugado, onde hoje está o Hotel Jandaia. Posteriormente, o templo original, foi construído, em estilo neoclássico no meio da quadra onde se encontra até hoje. Uma reforma de ampliação no final da década de 1940, dotou sua fachada, de seis imponentes colunas, influência das igrejas protestantes norte americanas.

Em terreno doado por família Baís, Igreja Batista comemora 100 anos de história

A construção se manteve assim por muitos anos, tanto é que quem não conhecia a real história do prédio acreditava ser tombado como patrimônio histórico. Em maio de 1999 a estrutura foi demolida para dar espaço à Batista que vemos hoje, de estilo art deco. A fachada foi inaugurada em outubro de 2000.

O projeto atual foi assinado pelo arquiteto Wilson Teslenco e pelo engenheiro José Duarte Filho. De acordo com o pastor Ronaldo Leite Batista, a demolição aconteceu porque a obra antiga apresentava rachaduras. "Estava perigoso. O prédio era muito antigo e já havia sido cercado para reforço em sua estrutura", relembra.

Registro da equipe responsável pela "nova" cara do templo... (Paulo Francis)
Registro da equipe responsável pela "nova" cara do templo... (Paulo Francis)
Localizado na Rua 13 de Maio, Centro de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Localizado na Rua 13 de Maio, Centro de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Ainda segundo Ronaldo, a 1ª Batista deu origem a 103 outras igrejas batistas. "Acho que Carlito jamais imaginaria isso. Contando com as congregações, aqui deve ter mais de 150 templos batistas", diz.

O templo permite a acomodação de 900 pessoas, mas como acontecem cinco cultos por fim de semana, milhares de cidadãos passam por lá entre sábado e domingo.

O pastor é um dos treze Ministros da Palavra da sede, que tem como Presidente Gilson Breder.

Para Ronaldo, a história de criação mostra como é importante não desprezar os pequenos começos. "Carlito é um marco de quem acreditou, que começou pequeno, e que hoje a gente pode ter uma comunidade de milhares de pessoas a partir de uma só", completa.

Um século de existência representa ainda mais desafios. "Olhando pro passado conseguimos enxergar um desafio pro futuro e eu creio que esses cem anos dizem isso pra gente: agradeça a Deus por tudo que já aconteceu, e estimulados com esses desafios de pessoas que aceitaram e se superaram, continuaremos nesse processo".

Pastor Ronaldo nas cadeiras que acomodam 900 pessoas. (Foto: Paulo Francis)
Pastor Ronaldo nas cadeiras que acomodam 900 pessoas. (Foto: Paulo Francis)

A conexão de tanta  gente para com a Batista deve-se pelo fundamento da ideologia. "Os batistas fazem parte de um movimento progressista, de continuidade dos Anabatistas. Sempre fomos envolvidos com causas sociais, temos voz na política e seguimos querendo fazer a diferença", completa Ronaldo.

O preceito é fundamentado na Bíblia e acredita que o livro a é a palavra de Deus e nela se encontra toda a regra de fé e de prática. "Defendemos os direitos humanos, a liberdade de expressão e de pensamento".

Ainda segundo ele, a igreja se esforça para estar sempre conectada ao "seu tempo", ou seja, se atualiza na linguagem dos cultos, envolve os jovens em sua rotina e respeita as mudanças que a sociedade vive.

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