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Após xingamento da plateia e PM no palco, Festival provoca nota de repúdio

Prefeitura de Bonito emitiu nota contra protestos em shows de Gal Costa e BNegão no Festival de Inverno de Bonito

Danielle Valentim e Alana Portela | 30/07/2019 10:13
Gal Costa durante show em Bonito, no sábado passado. (Foto: Reprodução vídeo)
Gal Costa durante show em Bonito, no sábado passado. (Foto: Reprodução vídeo)

Os protestos contra Jair Bolsonaro, durante o Festival de Inverno em Bonito, no final de semana, continuam rendendo polêmicas. Vídeos de artistas e da plateia entoando coros com palavras ofensivas ao presidente circularam nas redes sociais e agora, alimentando o assunto, a prefeitura da cidade de Mato Grosso do Sul emitiu nota de repúdio contra as manifestações e de solidariedade a Bolsonaro.

Apesar do frio, a madrugada de sábado (27) foi bem agitada no Festival. Primeiro, o público de Gal Costa puxou o coro "Bolsonaro, vai tomar no c...", com apoio da cantora no palco. Na sequência, o músico BNegão reclamou de "censura" da Polícia Militar, depois de cantar letras com críticas à violência policial, aos ataques nas aldeias Wajãpis, no Amapá, e também contra Bolsonaro.

No fim da tarde de ontem, o prefeito Odilson Arruda Soares (PSDB) publicou nota de repúdio aos artistas, avaliando as críticas como "desrespeitosas". "Antes de tudo, é importante destacar que o evento é promovido pelo Estado de Mato Grosso do Sul e não tem viés político, sendo um festival cultural", postou.

Ao Lado B, a prefeitura disse que a nota foi publicada por não concordar com as manifestações dos artistas e do público. "A Prefeitura de Bonito entende que todos tem direito a expressão, mas não concorda com manifestações explícitas de lados políticos, ou mesmo desrespeito aos atuais governantes durante o evento, seja por artistas contratados e pagos com recursos públicos federais, estaduais e municipais, ou por parte do público presente”.

Veja o vídeo do protesto:

No show de Gal, o protesto ocorreu na hora do bis, quando ela voltava ao palco com a música "Balancê". Depois, o problema no show de BNegão e Seletores de Frequência foi o som interrompido a mando da PM. Segundo os músicos, os militares chegaram a subir ao palco para desligar os equipamentos.

No domingo, o artista usou o Instagram para compartilhar relatos que denunciam censura em seu show e fez questão de avaliar que o "festival não tem culpa".

Quem abriu a apresentação de BNegão foi o “Projeto Paralelo”, com os DJs Gio Marx e Magão. “Não ouve nada fora da lei por parte dos artistas. Vivemos em uma democracia. O que aconteceu no show do BNegão foi força policial excessiva. Não ouve nenhum tipo de briga ou discórdia do público. Todo mundo estava em paz. A PM subiu no palco e simplesmente mandou o BNegão parar o show”, relatou Gio Marx.

Ao Lado B, o diretor geral de Fundação de Cultura, Max Freitas negou que a Polícia Militar tenha agido com truculência durante o show do BNegão ou subido ao palco e garantiu que a equipe da Fundação já tinha pedido para que o artista encerrasse a apresentação 20 minutos antes.

“O show do BNegão estava marcado para às 1h20, mas devido aos atrasos nos eventos pedimos para encerrar antes. O alvará do local é até às 3h da manhã, por se tratar de um perímetro urbano procuramos cumprir. Esse foi o único mal estar e encerrou às 3h10”, explicou.

Max admite que o tom mais crítico da banda incomodou, mas sem maiores problemas. “O grupo tem outra linguagem, vertente e tivemos problemas de incitação, mas tudo foi controlado”, disse.

O outro lado - Em nota, a Primeira Companhia Independente de Polícia Militar de Bonito apontou as acusações como inverídicas. Segundo a corporação, houve denúncias de que pessoas estariam fazendo o uso de entorpecentes no local do evento, portanto, os policiais militares em cumprimento legal do seu dever foram averiguar a causa.

Consta na publicação que algumas pessoas foram de fato abordadas próximo ao "barracão" do show, mas com profissionalismo e técnica, utilizando de doutrina policial em abordagem, a fim de zelar pela segurança da equipe policial, bem como da coletividade.

Ainda segundo a nota, nos quatro dias de evento, a PM trabalhou de forma ostensiva e preventiva coibindo desta forma crimes graves, provando que no findar deste festival não foram registradas ocorrências de grande vulto.

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Matéria editada às 14h30 para inclusão de informações* 

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