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Artes

Calendário com 20 produções deve movimentar cinema de MS em 2015

Aline Araújo | 14/01/2015 06:30
Se depender da vontade dos produtores, muito filme vai ser feito. (Foto: Arquivo)
Se depender da vontade dos produtores, muito filme vai ser feito. (Foto: Arquivo)

No ano passado, o audiovisual de Campo Grande marcou presença, da produção à participação em festivais nacionais e internacionais. Não é fácil produzir em um Estado que não tem tradição. Mas tudo indica que bons ventos vão soprar em 2015, depois de muito trabalho de quem faz o cinema daqui acontecer.

Se depender da vontade dos produtores, muito filme vai ser feito. São mais de 20 obras previstas para estrear esse ano. A maioria é de curta-metragem ou documentário, mas os longas também fazem parte da lista.

Produtor e integrante da diretoria do colegiado audiovisual de Campo Grande, Airton Raes, afirma que os incentivos melhoraram e que isso possibilita a produção de mais obras.

“Estamos em um bom momento. Nunca foi investido tantos recursos públicos no audiovisual do Mato Grosso do Sul. Em 2014 foram R$ 1,6 milhão, entre federais estaduais e municipais", avalia, ao comentar que muitos projetos também foram aprovados.

O que vem por aí? - O Lado B conversou com alguns produtores da Capital para adiantar um pouco do que vem este ano. O próprio Airton integra o "Time".

Ele está gravando o documentário "Ilustres Desconhecidos", que discute a participação popular perante o poder público, através de cidadãos que lutam por causas que acreditam. 

Produtor e integrante da diretoria do colegiado audiovisual, Airton Raes, fala que os incentivos melhoraram. (Foto: Marcos Ermínio)
Produtor e integrante da diretoria do colegiado audiovisual, Airton Raes, fala que os incentivos melhoraram. (Foto: Marcos Ermínio)

Bruno Moser está trabalhando com o “Não me lembro”, comédia romântica que conta a história de um arquiteto gay que sofre um acidente e perde parte da memória e, por isso, não lembra de sua orientação sexual. “O filme é divertido, mas ao mesmo tempo discute o preconceito”, explica Fábio Flecha, que assina direção.

Flecha também está à frente do curta “Aqui Ó”, o último da série "Lendas Pantaneiras". “É uma estória para crianças, onde um casal de cientistas encontra um Curupira durante pesquisa", explica.

Ele está produzindo, ainda, três documentários: "Mulheres de Um Novo Oeste" (com direção de Tania Sozza), que traça um panorama das mulheres que fazem a diferença em Mato Grosso do Sul, "Esplanada Ferroviária 100 anos", que trata da influência histórica da estrada de ferro e do conjunto arquitetônico da Esplanada da cidade, e "Guerra do Prata - Invasão do Mato Grosso", que fala dos primeiros acontecimentos da Guerra do Paraguai, mostrando como aconteceu a invasão paraguaia nas terras do atual MS.

Para Fábio, o mercado de cinema tem ganhado cada vez mais espaço. "O audiovisual tem recebido gradualmente mais apoio público com novos mecanismos de incentivo e editais exclusivos. A participação privada ainda é tímida, acredito que por termos poucas formas de exibição. Precisamos atingir mais público, mas, nos últimos festivais, já conseguimos alguns importantes parceiros privados que colaboraram na produção dos filmes e tiveram suas marcas exibidas durante as apresentações. Acreditamos que mais empresas irão se interessar pelo segmento", opina.

Filipi Silveira e Roberto Leite no 7° Los Angeles Brazilian Film Festiva no ano passado. (Foto: Divulgação)
Filipi Silveira e Roberto Leite no 7° Los Angeles Brazilian Film Festiva no ano passado. (Foto: Divulgação)

A parceria entre a produtora Zion Filmes, de Roberto Leite, e a Cerrado's Filmes, de Filipi Silveira e Rose Borges, já rendeu visibilidade ao cinema do Estado com "O Florista", curta de suspense que conta a história de um serial killer. Agora Nadja Mitidiero, se junta ao grupo para as novas produções.

Em 2015, eles prometem muito mais. O trio tem quatro projetos assinados: três curtas para esse ano e um longa para 2016. Entre os curtas, tem o "Irmãos de alma", que está em fase de finalização. O filme conta a história de dois amigos de infância que se encontram no Parque Itanhangá, em Campo Grande. A obra fala sobre um segredo que envolve os personagens. Como pano de fundo discute amizade e traumas infantis.

No edital do MIS (Museu da Imagem e do Som), as duas produtoras foram contempladas com R$ 40 mil para executarem o roteiro de “Vampiros”, outra curta. Este envolve dois personagens que trocam o dia pela noite: uma DJ famosa que vem para a cidade e um Bartender. O trabalho aborda questões como fama, solidão e a vida noturna. O terceiro é "Canta pra mim", que também fala sobre a relação de dois personagens, uma médica e um marginal.

O plano, para 2016, é captar recursos para a produção de "Não é tão é tão simples assim", longa que conta a estória de uma família de criminosos. "O enredo é bem interessante e diferente", comenta Filipi. “Eu escrevi pensando no Estado. Ele trata um pouco das coisas daqui, mas em uma linguagem universal porque, quando termino o filme, e mando para festivais. E ele tem que comunicar em qualquer lugar", explica.

Para continuar crescendo - Na avaliação do produtor, tem muita gente no Estado interessado em viver de cinema. O cenário está melhorando, mas, para continuar a crescer, diz, é preciso o envolvimento de todos.

“O cinema tem que ser levado a sério, primeiro de tudo, para a gente não ficar preso no edital. Chegou a hora das empresas acreditarem e colocarem dinheiro. Está na hora de ter um incentivo fiscal interessante para a cultura e uma parceria com o governo para facilitar o interesse das empresas em financiar a arte. Fica muita mais fácil se tiver esse incentivo fiscal", comenta.

Filipe é da opinição de que "cultura retorna", por isso pede o apoio do poder público. "Está na hora de acreditar e colocar o dinheiro na mão de quem tem um trabalho bacana, de quem quer fazer da arte a sua profissão. A gente quer viver disso, e não ter que fazer um plano B para se sustentar. A gente quer viver de cinema", finaliza.

Abaixo, veja a lista de filmes previstos para serem lançados em 2015:

A Rosa” (Orivaldo Mendes Junior)

A Dama do Rasqueado (Marinete Pinheiro)

Cinzas (Marinete Pinheiro)

O Mito Paralelo (Rose Borges)

Simão Morto (Luana Benetti)

Flor de Guavira (Rogerio Alexandre Zannetti)

A Disputa Final (Alan Caferro)

A Outra Margem (Nathalia Tereza)

Vermelho Sobre a grama verde (Giovani Barros e Emanueli Ribeiro)

T'Amo Na Rodoviária (de Givago Oliveira)

Arapuca (Marcelo Moreira dos Santos)

Solidão e Meia (Helton Perez)

Ilustres Desconhecidos (Airton Raes)

Vampiros (Filipi Silveira)

Mulheres de um Novo Oeste (Tania Sozza)

Aqui Ó (Fábio Flecha)

Minha cidade diz adeus (Essi Rafael)

Não me lembro (Bruno Moser)

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