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Artes

Câncer fez Jane trocar biscuit por bonecas para criança negra, índia e japonesa

Paula Maciulevicius | 18/11/2016 06:20
Branca, negra, índia e japonesa. As bonecas que representam as raças no ateliê de Jane. (Fotos: Arquivo Pessoal)
Branca, negra, índia e japonesa. As bonecas que representam as raças no ateliê de Jane. (Fotos: Arquivo Pessoal)

Tem pouco mais de um ano que a Feira Central ganhou artesanato com bonecas negras, índias e japonesas. A "Fábrica de Sonhos", da artesã Jane Mara, funciona em casa, no bairro Parque dos Girassóis, em Campo Grande e o ateliê acompanha a trajetória da dona. Depois do câncer de mama, o biscuit ficou de lado por recomendação médica, porque Jane não podia mais fazer tanta força. No lugar, as bonequinhas vieram como ofício e também distração.

"Artesã mesmo, sou há mais de 12 anos. Eu trabalhava com biscuit, mas não poderia mais usar força para esse tipo de serviço e fui procurar outras áreas. Não sei ficar parada", conta Jane Mara Martinez, de 42 anos.

Uma cliente amiga fez o pedido e ela resolveu atender. Sem ainda saber como, Jane se prontificou a fazer uma boneca de pano. "Continuei fazendo, fui mostrando meus produtos, expondo em feiras, em festas da igreja e as pessoas foram gostando", comenta. 

Hoje a procura contempla quem quer para brinquedo, decoração de quarto e até mesmo de festas infantis. 

De certa forma, a artesã também quer ver outras carinhas representadas nas bonecas, além das branquinhas. "Já escutei muito isso: você é a primeira que trabalha assim. Isso pra gente é gratificante, sempre que eu posso, eu tenho a variedade, para que as crianças se vejam ali", resume.

Indizinha.
Indizinha.
E a japinha.
E a japinha.

A índia é mais por encomenda. "Porque tem mãezinha que gosta de decoração temática. Aí fiz a negra, a japonesinha, para dar esse conhecimento para a criança, além da loirinha", explica Jane.

Apaixonada pelas bonecas, o ateliê também tem espaço para os bebês articulados. Um pouquinho maiores e que movimentam braços e perninhas.

As bonecas são feitas a partir de malha, para ficar fofinho, levando em consideração que os donos são geralmente crianças pequenas. "É de malha e fibra siliconada. Eu mesma faço o olhinho", descreve.

Para a boneca negra, Jane usa malha marrom e para a índia, um meio tom entre o branco e o marrom. "Essa dá um pouco mais de trabalho para encontrar, mas faço com as mesmas roupinhas, tranço o cabelo, deixo liso ou enroladinho", enumera a artesã.

De todas as bonecas, as negras têm maior saída. "É muito procurada, não sei te dizer porquê. As mães chegam e se encantam", comenta.

Artesã também produz as namoradeiras.
Artesã também produz as namoradeiras.
Jane e um dos bebês articulados.
Jane e um dos bebês articulados.

A japonesinha também ganha detalhes como o quimono, além dos olhinhos puxados, mas pode ter vestidinhos coloridos.

"De índia, eu tento buscar uma foto e trabalhar em cima daquilo. Muitas vezes dependo do material da casa de aviamento, que nem sempre tem tudo o que a gente precisa", se desculpa Jane. Por isso, a linha indígena é feita sob encomenda. 

O ateliê Fábrica de Sonhos funciona às quartas, sextas e sábados, no box 80, da Feira Central. 

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Bonecas estão à venda no box da Feira Central.
Bonecas estão à venda no box da Feira Central.
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