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Artes

Confinamento íntimo é tema de peça que estreia dia 4 no Teatro Prosa

Naiane Mesquita | 31/01/2016 08:03
Atores encenam família típica em peça "3,4 graus na escala Richter. (Foto: Vaca Azul/ Helton Perez)
Atores encenam família típica em peça "3,4 graus na escala Richter. (Foto: Vaca Azul/ Helton Perez)

Uma mãe resolve partir e a decisão acarreta uma série de turbulências, revelações e incômodos em uma família até então típica. Na peça “3,4 Graus na Escala Richter”, do diretor Nill Amaral, um cotidiano opressor capaz de transformar pessoas em “coisas” é colocado em prova. A produção sul-mato-grossense será encenada em Campo Grande gratuitamente nos dias 4, 5 e 6 de fevereiro no Teatro Prosa do Sesc Horto.

Confinamentos íntimos e familiares são tema de peça. (foto: Vaca Azul/Helton Perez)
Confinamentos íntimos e familiares são tema de peça. (foto: Vaca Azul/Helton Perez)

Ensaiada há cerca de seis meses por uma equipe de atores com certa experiência nos palcos de Campo Grande, a peça foi escrita para o diretor e contemplada com um prêmio da Funarte (Fundação Nacional das Artes) e Ministério da Cultura em 2014. “Mas, o investimento só foi liberado em 2015”, explica o diretor.

O roteiro foi escrito por Eder Rodrigues, dramaturgo mineiro, dirigida por Nill Amaral e com alguns atores da OFIT (Associação Cultural Oficina de Interpretação Teatral). “Como aconteceu esse tempo de espera entre a divulgação do prêmio e a liberação do recurso, alguns detalhes foram alterados, cheguei a me encontrar com o dramaturgo e fizemos algumas adaptações”, ressalta Nill.

Para o diretor, a peça é um recorte pós-contemporâneo, em que a família entra em reflexão após um choque. “Uma mãe decide informar a família que está de partida. Então, a forma como cada um se vê naquele universo é colocado em jogo. Não fica explícito para onde ela está indo, mas essa revelação acaba abalando as estruturas de uma família até então típica. É um jogo de representações”, afirma o diretor.

A personagem que coloca tudo em cheque, no caso a mãe, demonstra o desejo de sair de uma conformidade há muito tempo estabelecida. “É uma peça sobre a estranheza do lar, as relações tecidas a partir de nós e a conformidade que nos impede de despedir das coisas mortas, mas que continuam na nossa convivência como se nada tivesse acontecido nem pudesse acontecer”, acredita.

Esse estado de confinamento pessoal e íntimo sempre foi uma fonte de pesquisa e interesse de Nil. Com uma carreira de mais de 20 anos no palco, ele também atua como professor no Instituto Penal Feminino de Campo Grande. “No início achei que as histórias sairiam de lá e há milhares de histórias. Mas, no fim optei por outro tipo de confinamento. De certa forma existe a influência, porque elas estão confinadas, mas é em outro sentido”, frisa.

A peça será encenada no Teatro Prosa, do Sesc Horto, às 20 horas. O teatro fica na rua Anhanduí, 200. A entrada é gratuita.

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