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Artes

Depois de gravar com Malvino Salvador, cineasta de MS volta às origens

Naiane Mesquita | 27/05/2015 06:45
Dannon Lacerda nasceu em Guia Lopes e se apaixonou por cinema ainda na infância (foto: reprodução/Facebook)
Dannon Lacerda nasceu em Guia Lopes e se apaixonou por cinema ainda na infância (foto: reprodução/Facebook)

Longe de ser apenas uma inspiração para o cineasta Dannon Lacerda, 45 anos, Mato Grosso do Sul também é um porto seguro. Natural de Guia Lopes da Laguna, o diretor visita o Estado na semana que vem em busca de recursos para a gravação de um longa-metragem sobre a questão indígena na região.

"Eu estive em Campo Grande há pouco tempo para conhecer a cena local e agora eu vou para visitar a família e aproveitar para ter uma reunião com o governo e o município em busca de recursos para realizar um filme em Campo Grande e no Estado", explica Dannon.

Com alguns atores em mente, inclusive, indígenas para atuar na produção, o diretor afirma que ficou feliz com a mudança na organização do cinema em MS. "Nasci e morei em Campo Grande durante dez anos, desde os 18, quando sai de Guia Lopes. Fiquei muito tempo fora, não sabia mais como estava o cinema aqui e quando fui embora não era tão forte como hoje.  Muitos jovens fazendo cinema, procurando estudar, se dedicar à carreira", acredita.

A saga do cineasta em busca da sua grande paixão, o cinema, começou ainda em 2004, quando o sul-mato-grossense deixou Campo Grande rumo a Brasília para coordenar o Circuito Cultural do Banco do Brasil. "Era um projeto desenvolvido em 20 capitais e eu era o responsável em Campo Grande. Depois fui coordenar nacionalmente. Uma experiência muito boa", diz.

Na função, Dannon permaneceu até 2006, quando resolveu investir tudo na carreira de cineasta no Rio de Janeiro. "O Rio é uma paixão que veio desde a minha adolescência, eu tinha primos que mexiam com cinema na época, convivia muito com a classe artística do Rio de Janeiro, que é o melhor lugar para aprender e fazer cinema. Aqui tem mão de obra e você tem como fazer o filme", afirma.

Curta-metragem Cine Centímetro teve Malvino Salvador no elenco.
Curta-metragem Cine Centímetro teve Malvino Salvador no elenco.

A oportunidade de lançar a primeira película veio em 2009 e de lá para cá foram cinco filmes. "Cine Centímetro" é o mais famoso até agora. "Os cinco primeiros filmes eu banquei a produção com a ajuda de amigos. A equipe foi construindo ao longo do tempo. Mas você não pode ficar parado, precisa fazer, então eu tive que bancar", relembra.

Com essas produções foi possível inscrever o projeto do Cine Centímetro na Rio Filmes. "Maior agência de cinema do Brasil, concorri com várias pessoas e ganhei R$ 80 mil para fazer a obra. Tudo mudou".

Com 50 pessoas na equipe e profissionais que trabalharam em grandes filmes do cinema brasileiro, como Tropa de Elite, de José Padilha, e Ensaio Sobre a Cegueira, de Fernando Meirelles, Dannon ainda convenceu o ator de novelas da Globo, e amigo, Malvino Salvador, a entrar no elenco. "Nós já nos conhecíamos, então ele aceitou bem antes participar. Com essa equipe, muitas portas foram abertas para vários festivais importantes".

Para o cineasta, uma carreira de sucesso é construída nos alicerces da persistência e do estudo. "A grande questão é que com a facilidade da tecnologia hoje, o bom profissional pode ter a ilusão falsa de fazer um bom cinema sem estudar. Tudo que você quer fazer bem feito deve ser através do estudo, 99% é suor e 1 % é talento", acredita.

Dannon e o ator Erom Cordeiro.
Dannon e o ator Erom Cordeiro.
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