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Artes

Escondido em Centro de Música, acervo tem cerca de sete mil vinis catalogados

Naiane Mesquita | 30/07/2016 07:05
Vinis estão conservados e esperam por sonho antigo de cabines especiais para apreciação e estudo (Foto: Naiane Mesquita)
Vinis estão conservados e esperam por sonho antigo de cabines especiais para apreciação e estudo (Foto: Naiane Mesquita)

Enfileirados e em caixas com uma fina camada de poeira, cerca de 7 mil vinis esperam por ouvintes. A coleção que chegou há 15 anos como doação, se transformou em relíquias de um sonho antigo, o de criar projeto com cabines para as pessoas ouvirem canções que fizeram parte da nossa história, do cinema e de vários gêneros musicais.

Quem vê de longe pode até confundir com enciclopédias
Quem vê de longe pode até confundir com enciclopédias

Atualmente, os discos sobrevivem de forma mais adequada do que no passado. Estão no "Centro de Música", espaço na rua Rui Barbosa.

A antiga sede sofria com problemas de umidade e isso prejudicou várias capas, que foram perdidas na transferência.

Samira Kalache, 58, técnica de promoção cultural e responsável pelo projeto, explica que foi preciso a perícia de um restaurador para que as obras não fossem perdias. “Limpamos tudo, lavamos alguns e conseguimos recuperar a maior parte. Apenas algumas capas foram comprometidas”, explica.

Pouco se sabe do doador, mas segundo Samira os discos vieram dos Estados Unidos, do colecionador Ernani Alves Correa. “Dizem que a coleção era muito maior e ele acabou dividindo para vários locais. A prefeitura recebeu esses, a maioria é de jazz, erudito e trilhas de filmes”, aponta.

Há grandes clássicos do estúdio MGM, conhecido pelo leão na abertura de cada longa-metragem que começava. Na lista tem nomes como “My Fair Lady”, musical americano estrelado pela atriz Audrey Hepburn em 1964 e Spartacus, de Stanley Kubrick, também da década de 60. “São muitos musicais e trilhas sonoras. Catalogamos tudo e fizemos um livro que mostra a relação dos vinis com os livros, mas estão na biblioteca do Horto Florestal. Na antiga sede estavam judiando muito dos livros, preferimos mandar para lá”, indica Samira.

Trilha sonora de filme está entre os discos guardados na sede
Trilha sonora de filme está entre os discos guardados na sede
Muitos filmes da década de 60 e 70 estão na lista de relíquias da coleção
Muitos filmes da década de 60 e 70 estão na lista de relíquias da coleção

Do outro lado da coleção, há os belos olhos azuis de Frank Sinatra, imortalizados em vinis tão conservados que mais parecem ter acabado de sair da loja. Os brasileiros também estão representados com Heitor Villa-Lobos, um dos maiores maestros do País. Um detalhe interessante é que a coleção está em inglês e datada de 1974.

A ideia original é digitalizar toda a obra que está nos vinis e criar um catálogo. “Começamos a fazer algumas vezes, mas perdemos o material um tempo depois”, explica. Depois que fosse documentado e organizado por meio de listas, os vinis seriam encontrados facilmente pelo computador. “Então as cabines estariam disponíveis aos visitantes que quisessem ouvir uma música no toca discos e saber mais sobre a obra dela, já que relacionamos os vinis com a sua história”, frisa Samira.

Infelizmente, o projeto ainda não saiu do papel. Enquanto isso, os discos permanecem nas prateleiras de uma sala vazia do Centro de Música, na rua Rui Barbosa, 703, na companhia de um lindo piano de cauda.

Acervo na companhia apenas de um piano de cauda
Acervo na companhia apenas de um piano de cauda
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