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Artes

Foto de Roberto Higa se transformou em mural gigante cheio de filosofia

Lateral de prédio na Rua 26 de Agosto com Rui Barbosa ganhou arte feita por Dicesarlove

Aletheya Alves | 18/10/2022 07:26
Conceição dos Bugres foi pintada na lateral de prédio na Rua 26 de Agosto. (Foto: Kísie Ainoã)
Conceição dos Bugres foi pintada na lateral de prédio na Rua 26 de Agosto. (Foto: Kísie Ainoã)

Em oito dias de trabalho, a Rua 26 de Agosto com a Rui Barbosa ganhou novos significados com muralismo feito pelo artista Dicesarlove. Reconhecido internacionalmente, o muralista uniu cores, técnicas e conceitos para criar uma nova imagem de Conceição dos Bugres a partir de uma fotografia feita por Roberto Higa.

Herança do 2º Festival Campão Cultural, os mural está localizado na Rua 26 de Agosto e 14 de Julho, na lateral do prédio da Faculdade Insted. Sob responsabilidade de Cesar de Almeida, o Dicesarlove, o mural de Conceição Evaristo foi finalizado neste fim de semana.

Contando sobre o processo de criação do mural, Cesar detalha que suas obras surgem a partir de reflexões sobre a existência. Gerando uma arte tridimensional, Conceição Freitas da Silva foi fragmentada em cores ao lado de um de seus bugrinhos na Rua 26 de Agosto.

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Quando fragmento as pessoas, é como se cada pedaço dela conservasse também seus antepassados até chegar ao momento presente. Nesse sentido, ainda existe um futuro envolvido que não sabemos sobre, então a arte está entre o passado, presente e futuro nas minhas obras, conta Cesar.

De acordo com o muralista, essa fragmentação e pensamentos sobre como sua arte poderia refletir questões existenciais surgiu num momento em que o próprio Cesar precisou se apegar ao assunto. “Tive um infarto, quase morri e fui parar no hospital. Se demorasse muito não sobreviveria e nesse momento comecei a querer saber perguntas sobre nossa existência, ainda é algo que me intriga muito”.

Ao pensar sobre as conexões existentes entre os ciclos da vida, Cesar passou a projetar seus desenhos com o sentimento de que cada um é infinito. E, em conjunto com as pessoas retratadas nos murais, explica que também deixa sua fragmentação ali.

“Existe esse conceito de que tudo faz parte do universo coletivo, mesmo que de forma minúscula, e que você pode ser lembrado pelo o que fez. Os grandes gregos tinham essa preocupação de ser lembrados, que é um forma de fazer com que você esteja sempre presente”, detalha o artista.

Mural com partes esboçadas durante o processo de produção. (Foto: Henrique Kawaminami)
Mural com partes esboçadas durante o processo de produção. (Foto: Henrique Kawaminami)
Arte deixada como herança pelo Campão Cultural já finalizada. (Foto: Kísie Ainoã)
Arte deixada como herança pelo Campão Cultural já finalizada. (Foto: Kísie Ainoã)

Assim, do mesmo modo com que Conceição agora foi ampliada visualmente em seus fragmentos, o artista também deixa um pouco de si ali.

Com o novo mural feito a partir de uma foto tirada por Roberto Higa, Conceição, que foi eternizada pela produção de seus “bugres”, as esculturas feitas em madeira e cobertas por cera, se torna ainda mais presente na cidade.

Além do mural feito por Dicesarlove, outra arte também está sendo produzida na Rua 14 de Julho. Sob responsabilidade de Diego Mouro, um retrato de Tia Eva vai surgindo na lateral da Galeria São José. De acordo com o artista, devido a problemas técnicos e interrupções causadas pela chuva, o mural ainda será finalizado.

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