Inspirada por Délio e Delinha, Regiane canta pela cidade em terena
Cantora e compositora dá visibilidade à língua e às canções que cresceu ouvindo na aldeia
Regiane Martins era apenas uma estudante do ensino médio quando aprendeu a tocar instrumentos na escola. Aos poucos, o que era diversão virou sonho. O objetivo era mostrar ao mundo as canções Terenas que ela cresceu ouvindo. Mesmo que esse “mundo” fosse o quintal de casa ou, melhor, as cidades próximas.
RESUMO
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Natural da Aldeia Indígena Argola, T.I. Cachoeirinha, em Miranda, no interior do Estado, a musicista tem, além dos sons e cantos nativos como referência, a dupla Délio e Delinha. Isso porque eles foram a inspiração para que ela aprendesse a tocar.
Aos 23 anos, a cantora, compositora, violonista e violeira já se apresenta em alguns eventos por aí. O mais recente foi no aniversário da Capital, onde ela desfilou no centro da cidade com sua viola. Nos shows, toca algumas das músicas do repertório dos artistas donos do sucesso “O Sol e a Lua” e nunca esquece de onde vem. Ela conta que tudo começou na Escola Estadual Indígena Cacique Timóteo.
“Comecei com incentivo dos professores e assim me encantei pela música e pelos palcos. Então pedi ajuda ao meu tio para que me ensinasse a tocar violão, que era um instrumento que eu sempre tive admiração. Ele me ensinou as primeiras notas e, desde aí, não parei mais. Busquei conhecer mais o instrumento e trabalhar a minha voz. Depois de dois anos, descobri que tinha facilidade em escrever músicas e usei isso para homenagear o meu povo. Esse sempre foi o sonho.”
Ela explica que a primeira canção foi “Sêno Terenoe”, em língua indígena Terena, que fala sobre as tradições passadas de geração em geração, dos artesãos e feirantes indígenas.
“Como passei a minha adolescência inteira acompanhando minhas tias a fazer feira na cidade, quis homenageá-las, exaltando sempre a beleza da mulher indígena e a valorização da nossa língua Terena. Minha canção indígena Terena é na minha língua materna. Sempre que me apresento nos palcos, levo a força e a resistência do meu povo em existir.”
A ideia de Regiane é levar a cultura através da voz. Recentemente, ela também se apresentou no palco principal da IV Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília. “A luta não para por aqui, seguimos.”
Longe dos microfones e luzes, ela se formou em Pedagogia e é pós-graduada em Docência para o Ensino Superior. Ela conta que já chegou a deixar a aldeia para estudar, mas não se acostumou e voltou. “Se surgir algo que ajude a alcançar ainda mais a minha carreira, com certeza irei.”
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