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Artes

Inspirado pelo avô, Mário empolga público tocando guarânia e chamamé no violino

No último fim semana, ele tocou estilos regionais em um bar da cidade e chamou atenção

Thailla Torres | 06/02/2018 07:52
Mário ao lado do avô e um dos maiores professores que já teve.
Mário ao lado do avô e um dos maiores professores que já teve.

Mario Fonseca Junior é músico e há mais de 27 anos dedica-se inteiramente aos instrumentos. Professor de música e maestro no Coral do Consulado Paraguaio, no último fim de semana, ele apareceu mais uma vez fazendo o que ama. Levar o chamamé e a guarânia às pessoas de um jeito diferente, especialmente, usando o violino.

O vídeo abaixo é um trecho de “Pajaro Campana”, uma entre as canções que Mário interpretou com violino, em um bar próximo a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

“Eu fui para passar o tempo e tomar cerveja com os amigos. Mas sempre carrego meus instrumentos no carro, especialmente, violino e violão. Foi quando me chamaram para tocar um pouco”.

Mário é puro entusiasmo com as cordas desde criança, já com as primeiras aulas na igreja. Ele nasceu em Amambai, a 360 quilômetros de Campo Grande. Foram anos de formação em violão e uma diversidade de instrumentos, ante de se enveredar pelo violino. O avô, que sempre tocou violão, é uma das suas principais inspirações para seguir na carreira de música. O estilo preferido, claro, é  representante da fronteira com o Paraguai.

Foi nos bares e eventos de Amambai que ele teve contato mais forte com a música regional como chamamé, guarânia e polca, uma cultura pela qual se apaixonou e decidiu explorar. “Na minha cidade, antigamente, o violino era muito usado na execução dessas músicas. As pessoas tocavam e se encantavam. Foi quando um senhor me deu o primeiro violino de presente”, lembra.

Em 1998, ele entrou para a faculdade de Música e reforçou a vontade de popularizar o instrumento. “Na maioria das vezes, a gente enxerga o violino tocado em concertos, com músicos vestindo fraque e um estilo que não vai além da nobreza. Mas quando conheci o violino, percebi que o instrumento te possibilita tocar de tudo”.

No retrato de 1979, em Ponta Porã, Mário já demonstrava sentimento pela música. (Foto: Arquio
No retrato de 1979, em Ponta Porã, Mário já demonstrava sentimento pela música. (Foto: Arquio

No dia a dia, Mário trabalha para difundir o que aprendeu a gostar no berço. “Se a música em Mato Grosso do Sul teve influência da comunidade paraguaia com suas arpas e violões, porque eu não posso levar a nossa música para fora com o violino?”, questiona.

Além de aprender a tocar, o músico se especializou em ensinar, resultando em uma experiência musical enriquecedora. “Hoje, além dar aulas eu viajo pelo Paraguai e outros estados do Brasil para tocar em circuitos de música clássica. Isso é muito especial para quem vive de música”.

Para Mário, o som é o fôlego diário. “É tudo que eu preciso, respiro música e levo meus instrumentos para tudo quanto é canto. Tenho alguns que são especiais para ficar no carro. Para que, independente do lugar, eu possa tocar”.

Sentimento, que segundo Mário, faculdade nenhuma é capaz de colocar no papel. “A faculdade te ensina todas as técnicas, mas para tocar de verdade, é preciso amar. O amor na Música e no instrumento é a essência que faz tudo dar certo”.

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