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Artes

José criou a Capivarinha Pantaneira e bomba na internet com dilemas

Personagem foi criado por José Filho e faz sucesso nas redes sociais falando sobre situações do cotidiano

Por Aletheya Alves | 08/03/2024 08:04
José transforma situações do cotidiano em cenas da Capivarinha. (Arte: Capivarinha Pantaneira)
José transforma situações do cotidiano em cenas da Capivarinha. (Arte: Capivarinha Pantaneira)

Na pandemia, o ilustrador e tatuador José Filho se viu entediado e, sendo salvo pelos desenhos, decidiu criar a Capivarinha Pantaneira. Caracterizada como “sagitariana e latina”, ela ‘encarna’ os dilemas, belezas e brincadeiras do cotidiano brasileiro.

Desde dicas sobre limites até sátiras sobre aproveitar o momento e surfar no cartão de crédito, a Capivarinha não tem barreiras definidas. Tudo vai sendo construído conforme o repertório e criatividade de José.

Contando sobre o nascimento do personagem, ele explica que o começo veio como uma brincadeira. “Eu pensei qual animal pantaneiro eu me encaixaria mais. Bom, a capivara não é uma má ideia, afinal ela é o animal mais social que tem, buena onda, dá rolê até com seus predadores, uma energia bem sagitariana, animal latino, acho que é isso. E aí comecei a ilustrar ela em situações do cotidiano brasilerio”.

Especificamente sobre as ideias das tirinhas, o ilustrador narra que suas experiências pautam os desenhos. “Às vezes são insights do meu cotidiano, às vezes vem de referências do cotidiano alheio, memes, outros artistas. Hoje em dia, bombardeados de informações que estamos sendo imputados, a gente só precisa estar atento, pois as referências estão por toda parte”, diz.

Ilustrador conta que experiências próprias e alheias podem ser sua base. (Arte: Capivarinha Pantaneira)
Ilustrador conta que experiências próprias e alheias podem ser sua base. (Arte: Capivarinha Pantaneira)
Dicas também se encaixam no repertório. (Arte: Capivarinha Pantaneira)
Dicas também se encaixam no repertório. (Arte: Capivarinha Pantaneira)

Mas, antes da Capivarinha, José já se relacionava com a arte desde pequeno, ele explica que nasceu e foi criado na fronteira de Ponta Porã com Pedro Juan Caballero. “Sempre gostei de rabiscar, sempre que me pegava entediado, eu rabiscava algo. Na sala de aula, quando a matéria não era muito do meu interesse, eu ficava desenhando”.

E esse já foi até um assunto levado aos pais do ilustrador quando reprovou no primeiro ano do Ensino Médio, como ele explica.

“O desenho sempre foi uma companhia para mim, tanto é que quando fui cursar a faculdade, o único curso que era mais voltado para a parte criativa da faculdade que me inscrevi, era arquitetura. Por aí, fui criando o gosto pelas criações em suas diversas formas de serem desenvolvidas”.

Além das artes digitais, José também iniciou a carreira como tatuador para aplicar e divulgar a Capivarinha. Para ele, essa é uma forma de ver sua arte “perambulando” por aí em outras pessoas.

Ilustrações começaram a ser desenvolvidas na pandemia. (Arte: Capivarinha Pantaneira)
Ilustrações começaram a ser desenvolvidas na pandemia. (Arte: Capivarinha Pantaneira)

Podendo tatuar, ele conta que consegue viajar, conhecer pessoas que gostam de sua arte e ter trocas genuínas. “Foi mais uma forma de expressão e  agora estou partindo para o vestuário e grafitte. Quero me aventurar pelas paredes também”.

Além de ver sua própria arte, José completa que vê o cenário em Mato Grosso do Sul com bons olhos, mas em um contexto que desvaloriza os artistas. “De um lado temos artistas talentosos e do outro uma carência enorme de acesso, de profissionalização da galera. Quando tem recurso, na maioria das vezes o recurso é baixo, falta um pouco de troca também, de intercâmbio artístico, de trazer a galera de fora para o estado e levar a arte sul-mato-grossense para fora do estado. Muitos diamantes e pouca lapidação, muita gente boa com pouca estrutura”, defende.

Exemplificando, ele aponta que a Capivarinha é mais consumida no sudeste e no nordeste do que na nossa região. “Se não há estímulo, investimento, afirmação cultural, as pessoas acabam não se importando com cultura, aí elas não valorizam e consequentemente não consomem. Tem muita coisa legal acontecendo no nosso estado, galera fazendo milagre com pouco dinheiro, mas ainda há muito o que melhorar”, completa.

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