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Artes

Para os veganos, até na hora da tatuagem é preciso pensar duas vezes

Apesar das tintas veganas já serem comuns no mercado brasileiro, por aqui apenas 2 lugares garantem uso desse material.

Kimberly Teodoro | 24/06/2019 09:03
No estúdio Kallel Tatto o uso de materias veganos já é comum, apesar da informação não ser usada como propaganda (Foto: Henrique Kawaminami)
No estúdio Kallel Tatto o uso de materias veganos já é comum, apesar da informação não ser usada como propaganda (Foto: Henrique Kawaminami)

Expressar arte na própria pele é a maneira que muita gente encontra de marcar e “eternizar” com uma tattoo as experiências, modo de pensar e sentimentos que tornam a passagem por aqui mais significativa. Em sintonia com essa ideia, quem escolheu adotar o veganismo como estilo de vida e não colaborar com a exploração e sacrifício animal, precisa pensar duas vezes antes de encarar a agulha.

Por aqui o Lado B entrou em contato com estúdios de tatuagem espalhados pela cidade, mas só encontrou dois locais que trabalham com tintas veganas, lembrando que para ganhar esse selo ela não pode ter qualquer ingrediente de origem animal e nem ser testada em animais.

Tatuador há três anos, Matheus de Lemos explica que a maioria das tintas no mercado são ou orgânicas, que apesar de componentes naturais, podem não ser 100% “cruelty free”, ou veganas. Por não ser uma preocupação da maioria da população, a informação de que as marcas mais utilizadas nos estúdios já têm o certificado, mas a informação acaba não sendo amplamente divulgada e ainda surpreende muita gente.

Matheus não é vegano, mas dá preferência a produtos livre de crueldade animal (Foto: Arquivo Pessoal)
Matheus não é vegano, mas dá preferência a produtos livre de crueldade animal (Foto: Arquivo Pessoal)

“Não sou vegano, hoje sou ovo-lacto vegetariano, mas tenho preferência por materiais que não causam sofrimento animal, não só por isso, mas também pela qualidade ser melhor”, conta Matheus, que afirma trabalhar a “Electric Ink”, marca nacional que leva o selo de produto vegano.

Além da tinta, segundo Matheus também é preciso ficar de olho no processo. Antes de marcar a pele de fato, em alguns casos é preciso depilar a área e a maioria dos aparelhos de barbear leva lanolina ou glicerina na fita lubrificante. O transfer, que assim como o termo sugere serve o para transferir o desenho do papel para a pele, o sabonete utilizado na higienização, produtos de esterilização do ambiente e os cuidados na cicatrização, em que são recomendados cremes ou pomadas, que dependendo da marca também podem conter ingredientes derivados ou testados em animais. “Boa parte dos produtos voltados para tatuagem hoje, já estão vindo com o selo vegano. As pessoas estão optando mais, não só em consumir, como em fabricar produtos que não são de origem animal”.

Marcas nacionais e importadas livres de crueldade animal (Foto: Paulo Francis)
Marcas nacionais e importadas livres de crueldade animal (Foto: Paulo Francis)

Funcionário da gerência do estúdio Kallel Tattoo, um dos estúdios que não faz divulgação, mas garante trabalhar com marcas que levam o certificado como a “Electric Ink”, “Everlast” e “Easy Glow”, Andrey Flores Yui conta que a maioria das marcas que estão no mercado brasileiro já são veganas.

Pela composição, a ideia de que tudo o que é orgânico ou vegano é mais caro, não se aplica por aqui. Andrey afirma que o custo da tinta é o mesmo ou até mais em conta que as concorrentes.

“As tintas veganas são todas orgânicas e costumam agredir muito menos a pele, que recebe muito melhor. Explicamos para os clientes que a tinta preta é a única que costuma ser totalmente orgânica, de composto vegetal. Por isso, costuma ter uma aceitação muito melhor no corpo e sair muito menos na cicatrização, a tatuagem também machuca um pouco menos. Já os pigmentos coloridos costumam ter algum composto mineral para adicionar a cor, já é uma tinta agride um pouco mais a pele e perde um pouquinho mais a cor na cicatrização. Tirando isso a durabilidade e qualidade são as mesmas e até superiores às que não levam o selo vegano, além de serem livres de componentes tóxicos”, esclarece.

Onde encontrar? Aqui em Campo Grande apenas o estúdio Kallel Tattoo (R. Dr. Bezerra de Menezes, 933 - Vila Planalto) e o tatuador Matheus de Lemos, que atende no estúdio Friendship Tattoo Parlour (R. Pedro Celestino, 1397 - Centro), garantem usar tintas com certificado de produto vegano.

Em seu canal do youtube "VegetariRANGO", Flavio Giusti explica com detalhes o processo e dá dicas para ajudar na escolha dos produtos e do estúdio antes de investir em uma tatuagem. Confira o vídeo abaixo.

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