Pesquisadora quer levar imagem de Nossa Senhora do Pantanal ao “Rei”
A pedido do compositor Sandro Nemir, Erica tentará entregar imagem durante o show de Roberto Carlos na Capital
Um estudo que iniciou em 2018 traz à tona informações preciosas sobre a criação e reconhecimento de Nossa Senhora do Pantanal pela Igreja Católica. A pesquisa resgata a história e importância da santa à população pantaneira sul-mato-grossense. Em meio à explosão de descobertas, a entrega da imagem ao rei Roberto Carlos será o próximo passo da mestranda Érica dos Santos Oliveira.
A professora de geografia de Campo Grande iniciou a pesquisa sobre “As Simbologias Pantaneiras”, no ano passado, sob orientação do professor doutor Edvaldo César Moretti, pelo Programa de pós-graduação em Geografia da UFGD (Universidade da Grande Dourados). Ela conta que quando percebeu Nossa Senhora do Pantanal tomava conta de boa parte do estudo, que ainda está em andamento.
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“O estudo começou com as simbologias relacionadas à realidade pantaneira, principalmente, de quando a região começou a atrair o turismo, por meio da novela Pantanal, em 1991. Chegamos à conclusão de que tudo leva o nome do Pantanal, ou seja, toda atividade em Corumbá remete ao nome. Avançamos no estudo e chegamos à parte cultural e religiosa, com o banho de São João, Cristo Reio do Pantanal, o São Francisco Pantaneiro e me deparei com Nossa Senhora do Pantanal. Ela não tinha nada muito aprofundado e isso começou a trazer uma curiosidade. Mergulhamos no tema em 2018, ainda estou montando, e só a parte dela já soma umas 50 páginas”, completa Erica.


Além de toda a história existente, Erica soma à pesquisa dados científicos e depoimentos de muitos pantaneiros que confirmam a importância da Santa. Um deles, o compositor Sandro Nemir, que em 2001, escreveu o hino “Nossa Senhora do Pantanal”.
O compositor cedeu os versos para Aurélio Miranda musicar e, então, passaram a dividir a autoria da canção. A ideia de entregar a Santa a Roberto Carlos partiu do próprio Sandro que alega que o “Rei” canta todas as Nossas Senhoras, exceto Nossa Senhora do Pantanal.
“Eu levarei a Santa ao show de Roberto Carlos dia 8 de agosto e prometi que tentarei entregar. A organização depositou uma esperança enorme na minha pesquisa, de reconhecimento as graças da Nossa Senhora do Pantanal. Cheguei a ficar apreensiva com tamanha esperança em difundir a Santa. Creio que se conseguir essa graça de entregar a Santa ao Roberto Carlos, a atenção se voltará a ela. A fé move montanhas. E nada é impossível pra quem crê“, diz Erica.
Surgimento da santa – Descreve a pesquisa, que Nossa Senhora do Pantanal surgiu em 1982, a partir de um sonho da corumbaense Ida Sanches Mônaco. A corumbaense relatou em um documento, que o desejo de homenagear Maria, a mãe de Deus, partia da necessidade de proteção ao pantanal e aos pescadores.


Para isso buscou inspiração "na grandiosa harmonia da criação e começou então a edificar uma imagem singela de Maria, que representassem a gratidão desse povo simples e abençoado". A santa foi batizada pelo benfeitor Dr. Gabriel Vandoni de Barros, como Nossa Senhora do Pantanal.
Inconografia - A Virgem morena está de pé, feições finas, mãos postas, toda envolta em manto, bordado com folhas e flores de camalotes nas cores verde e lilás. Traz na cabeça uma coroa das mesmas pequenas flores.
Nossa Senhora do Pantanal foi reconhecida pela igreja em 2001, através de Dom Milton Santos e a imagem mais antiga encontrada por Erica é de 1987. “Ela teve um sonhou com a Nossa Senhora do Pantanal. No meu estudo tudo indica que foi por fé e não para a venda da imagem. Ida Sanchez nasceu em 1930 e faleceu em 10 de junho de 2016”, frisa Erica.
A capela foi construída em um terreno de 200 quadrados na esquina das Ruas Marechal Floriano e Agostinho Mônaco, no Conjunto Piúva, parte alta da cidade.
À época, publicação do Diário Corumbaense revelou que a construção contém uma urna de madeira contendo o Projeto de Lei, um relógio com a hora exta da consagração religiosa da área (9h30 dia 23 de agosto 2009) e uma moeda de R$ 1 que foi colocada no subsolo, abaixo da pedra fundamental, para marcar simbolicamente a data.

Em princípio, a igreja reconheceu o dia da Santa como dia 21 de setembro, no aniversário de Corumbá. Depois a própria igreja mudou para o dia 12 de novembro. A mudança não foi bem aceita por alguns moradores.
“Seu Sandro Nemir, mesmo, é um dos que não concordam, porque Dom Milton Santos, na época, exaltou muito Nossa Senhora do Pantanal e quando ele se mudou para Cuiabá, começou a cultuá-la. Atualmente ela é mais expandida em Cuiabá do que em Corumbá”, explica.
A apresentação do "rei" acontece na Expo Bosque, no Shopping Bosque dos Ipês no dia 8 de agosto. Depois de quase quatro anos do último show em Campo Grande, o “Rei” cantará parte do novo álbum “Amor sin límite” ainda fresco de shows da turnê. O lançamento partiu da canção “Amor sem limites” de 2010, dedicada à esposa Maria Rita.