ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 32º

Artes

Quem são as garotas do blues nas noites da cidade

Anny Malagolini | 18/12/2012 08:00
Erika Espíndola é uma das vozes fortes da cidade.
Erika Espíndola é uma das vozes fortes da cidade.
Aline Calixto é uma das novidades no blues de Campo Grande.
Aline Calixto é uma das novidades no blues de Campo Grande.

Na adolescência, a professora Aline Calixto fazia som em uma banda de metal. Começou a namorar o arquiteto Jefferson Pasa e vestiu a casaca do blues, pelo incentivo do namorado que é guitarrista.

Dona de uma voz semelhante à de grandes mulheres da música, hoje ela é uma das meninas do blues em Campo Grande. “Sempre gostei de blues e jazz, mas nunca pensei em cantar. Flui em mim, faço de alma”, explica.

Jefferson toca junto e é fã. Adora a novidade no meio predominantemente masculino. “Hoje ela canta uma das vertentes do blues, o Jump blues, uma forma mais dançante do estilo. Os vocais são mais femininos”, complementa o namorado.

Aline é modesta. Não gosta de falar de si. Nunca fez aula de canto e nem tem ensaios fixos, um estilo que o blues aceita como nenhum.

Mesmo assim, nas apresentações sobram elogios. A banda de Aline não tem nome ainda, toca as sextas em um dos redutos do blues em Campo Grande, o Rota 16.

O mesmo lugar tem Erika Espíndola. Outra de voz forte, que emplaca no time feminino do blues. Criança, ganhou da mãe um piano, desses que se compram no Paraguai, e “já conseguia tirar algumas músicas como da banda Roxette”, lembra.

Depois de aulas de canto e participação em coral, veio a separação dos pais e Erika deixou a música de lado por um bom tempo. “Fui morar em Seatlle (EUA), um local voltado ao grunge, mas consegui me redescobrir”, conta a moça de 26 anos.

Morando na terra do blues, Erika ficou encantada pelo som de baixo marcado e voltou a cantar, em cassinos e karaokês.

Como a maioria das letras das canções interpretadas por ela foram escritas para homens, passou a adaptar e não troca o ritmo mesmo que a proposta signifique chance maior de fama.

“Já recebi proposta de cantar sertanejo, mas recusei. Música é sentimento, e o blues é isso, cheio de sentimentos verdadeiros”.

O músico Marcelo Rezende, baixista da Bêbados Habilidosos se diz fascinado com as meninas. Vê nas duas referências de grandes nomes como Etta James, Ella Fitzgerald e Billie Holiday.

A esperança é de ver mais cantoras de blues na noite de Campo Grande. “É muito melhor ver as moças lá no palco cantando do que nós do Bêbados ,que não somos nenhum referencial de beleza”, brinca.

Nos siga no Google Notícias