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Comportamento

“Vovó do Gole” é nome de guerra de Maria, apaixonada por seu boteco há 45 anos

Em Anastácio, a senhorinha de 82 anos não abre mão do negócio que tem carreteiro e galinhada na semana.

Thailla Torres | 18/05/2019 07:50
Quem chega ao local às 7h da manhã é recebido pela simpatia de Maria. (Foto: Francis Leone / O Pantaneiro)
Quem chega ao local às 7h da manhã é recebido pela simpatia de Maria. (Foto: Francis Leone / O Pantaneiro)

Dona Maria Alves de Souza tem 82 anos, 45 deles à frente do bar “Santa Fé” que se tornou um boteco tradicional em Anastácio, a 135 quilômetros de Campo Grande. O puxadinho é simples, mas quem entra consegue achar de quase tudo em bebida, além da simpatia da senhorinha que não se importa com o apelido que dura há anos: “Vovó do gole”.

Quem chega ao local às 7h da manhã é recebido por Maria abrindo as portas. Em seguida, ela se dedica a limpeza e a organização do local para receber a freguesia até quase meia-noite.

Em entrevista ao jornal O Pantaneiro, dona Maria é pura animação com o negócio, que apesar da fachada desbotada e antiga, se tornou seu porto seguro. “Nesses 45 anos com o bar, são só alegrias. Graças a Deus, tenho muitos clientes e vem gente até de fora da cidade para prestigiar”, disse.

Rotina é a mesma há 45 anos. (Foto: Francis Leone / O Pantaneiro)
Rotina é a mesma há 45 anos. (Foto: Francis Leone / O Pantaneiro)

Sobre o apelido ela dá risada e conta que foram os próprios fregueses que deram o nome. “Chamam-me de Vovó do Gole porque todo mundo gosta de vir ao bar para tomar um gole. Aqui a cerveja sempre está gelada. Um rapaz conhecido por ‘Fumaça’ me chamou assim e o negócio pegou. O pessoal vem, tira foto comigo, é uma beleza”.

Maria não tem funcionários. Prefere fazer tudo sozinha, mas garante que nunca está só. Suzi, a cachorrinha vira-lata é companheira e o “alarme” do estabelecimento. “Às vezes, estou lá para dentro e quando chega gente, Suzi já me alerta. Ela late quando o cliente aparece”, conta.

Bar de coração – Viúva e mãe de seis filhas, Maria montou o bar sozinha há 45 anos. Desde então não quis mais deixar de trabalhar. A família se preocupa, afinal, ela passa cerca de 10 horas dentro do estabelecimento. Mas isso não atrapalha, ela garante. É o boteco aberto que traz força diária.

A arrumação começa cedo, todos os dias. (Foto: Francis Leone / O Pantaneiro)
A arrumação começa cedo, todos os dias. (Foto: Francis Leone / O Pantaneiro)

Por isso, ela também não abre mão do cardápio que há anos varia entre arroz carreteiro e galinhada. “Eu me preocupo com os clientes, porque eles não podem comer uma coisa só”, diz. Cada porção varia de R$ 15,00 a R$ 30,00.

À noite, em volta da mesa de sinuca, a freguesia faz roda e a confraternização costuma rolar na calçada. “Durante o dia, as mesas ficam aqui dentro, mas à noite coloco tudo lá fora e fica bonito. O pessoal faz aquela roda”.

E apesar de simples e o gole que não para, Maria bota ordens para que o bar nunca ganhe o título de risca faca. “Aqui o pessoal faz cantoria e pode trazer violão, desde que não tenha briga”.

Com colaboração do jornal O Pantaneiro.

Boteco abre às 7h e vende galinhada e carreteiro. (Foto: Francis Leone / O Pantaneiro)
Boteco abre às 7h e vende galinhada e carreteiro. (Foto: Francis Leone / O Pantaneiro)
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