ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 24º

Comportamento

Amizade de 13 anos entre Celina e um pitbull virou homenagem na pele do neto

Celina deixou para família o sorriso e seu amor pelos cães, especialmente Thor, seu melhor amigos durante 13 anos

Thailla Torres | 05/08/2019 08:46
Tatuagem finalizada no fim de semana. (Foto: Eduardo Mariani)
Tatuagem finalizada no fim de semana. (Foto: Eduardo Mariani)
Thor e Celina. (Foto: Arquivo Pessoal)
Thor e Celina. (Foto: Arquivo Pessoal)

Celina amava contar histórias, segundo os familiares. Tinha satisfação em fazer a família rir lembrando dos "causos" da vida simples levada em Terenos, cidade onde nasceu. Mas nos últimos anos de vida, nada era mais interessante do que a amizade conquistada dentro de casa, com o cachorro Thor, um pitbull que durante 13 anos foi o seu melhor amigo.

Celina partiu no ano passado deixando à família lembranças de uma mulher sorridente, de bem com a vida, até nos momentos de dificuldade. Mãe de três filhos e avó de sete, cuidou desde o nascimento do neto Renato Gonçalves de Oliveira , de 35 anos, servidor público, que no fim de semana homenageou a avó tatuando a fotografia preferida dele, em que ela e Thor estão juntos na varanda de casa.

A relação começou quando Renato ganhou Thor. “Morei com ela até me casar e ganhei o Thor há 13 anos. Quando me casei, há 9 anos, dona Celina não me deixou levá-lo comigo. Tinha se apaixonado por ele e dizia que ele era o seu protetor dela”, lembra.

Celina sempre foi muito saudável e, apesar da idade, gostava da sua independência. “Ela cuidava do Thor e só ela o alimentava. Eu só ia para dar banho nele e passear com ele”.

Os dois tinham uma rotina de melhores amigos. “Era na hora do mate, com Thor ao lado dela, que ela contava suas histórias. Sempre que alguém falava de um problema, ela lembrada da história de fulano e ciclano, sempre muito animada”.

Ano passado, Celina sofreu uma queda e quebrou o fêmur. Duas semanas depois, coincidentemente, Thor também machucou o fêmur. “Com minha avó acamada, Thor não a via mais na varanda onde ela sempre tomava o mate dela todos os dias, então ele ficava na janela do quarto dela”. 

Renato e Celina. (Foto: Arquivo Pessoal)
Renato e Celina. (Foto: Arquivo Pessoal)

Machucado, Thor foi levado ao veterinário e exames diagnosticaram câncer nos ossos e metástase em todo tórax e pulmão. “Com os tumores em estágio muito avançado, ele não resistiu”.

Talvez, um dos dias mais tristes para dona Celina, lembra o neto. “Depois do acontecido minha avó viveu aproximadamente dois meses. Ela sempre foi muito carinhosa e dedicada à família. Minha vó sempre me cuidou, O tipo de avó coruja, que fazia questão do encontro diário pela manhã e fim de tarde na varanda para o mate”.

Por isso, Renato decidiu eternizar a amizade que agora perdura no peito. “O thor é o melhor amigo que tive, meu filho, cuidava do meu bem mais precioso que eu tinha na vida, minha vozinha”, descreve.

A tatuagem foi feita pelas mãos do tatuador Eduardo Mariani, após um sorteio de microrrealismo, técnica que foca em reproduzir, da maneira mais fiel possível, a cena de uma foto na pele. “Quando eu vi no Instagram sobre o sorteio, tive a certeza que queria fazer essa homenagem a ela e ao Thor por ter cuidado dela até o último momento”.

Curta o Lado B no Facebook e Instagram.

Nos siga no Google Notícias