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Comportamento

Amor que tinha para dar era tanto que se concretizou nos 13 filhos de Neres

Thaís Pimenta | 08/08/2018 08:16
Neres acha graça do passado e diz que se deixassem ele teria hoje uns 100 filhos pra chamar de seu. (Foto: Fernando Antunes)
Neres acha graça do passado e diz que se deixassem ele teria hoje uns 100 filhos pra chamar de seu. (Foto: Fernando Antunes)

Aos 64 anos, Neres Fernandes Dos Santos se diverte quando lembra de seu passado não tão distante, dos tempos do auge do Rancho do Cowboy, e das diversas namoradas que fez por lá. Ele brinca dizendo que tinha "tanto amor pra dar" que acabou se concretizando nos 13 filhos de sangue e pelo menos mais uns dez "adotados".

Se tem duas coisas que ele gosta de fazer nessa vida é trabalhar e namorar. "Isso é porque eu fiz cirurgia faz uns dez anos, se eu ainda pudesse ter filhos acho que hoje em dia teria uns cem pra contar", diz ele.

Com um jeitão todo diferente de ser, ele diz que nem ele e nem seus filhos estudaram, mas todos nasceram com a veia do empreendedorismo do pai, que mesmo indo até a 5ª série fez dinheiro com a noite, nos bailes e trabalhando como pedreiro, assim que chegou a Campo Grande.

Os quatro filhos do lado esquerdo são de sangue, Manique, à direita, é funcionário e filho de coração do Neres. (Foto: Fernando Antunes)
Os quatro filhos do lado esquerdo são de sangue, Manique, à direita, é funcionário e filho de coração do Neres. (Foto: Fernando Antunes)

 "Eu cheguei aqui de Iguatemi, vim com minha primeira esposa e minhas duas filhas. Vim de pé no ônibus, para trabalhar como pedreiro, na época eu não tinha nada, digo que vim com uma bicicleta dum lado e um saco com as panelas do outro", lembra ele.

Mesmo sem estudo ele sonhava em ter um lugar que lotasse de gente, e foi com o pouco que ele tinha juntado trabalhando nas casas por aí, que conseguiu comprar um salão de festas da Júlio de Castilho, que depois se tornaria o Rancho do Cowboy.

Foi a mãe, que frequentava o baile da terceira idade da prefeitura, que sugeriu pro filho abrir um negócio que visasse essas pessoas, os idosos. "E foi o que eu fiz. Saí pra distribuir folheto do meu baile na própria festa da prefeitura, não demorou muito tava lotada a casa, do que jeito que eu sempre imaginei".

(Foto: Fernando Antunes)
(Foto: Fernando Antunes)

E era nos corredores do Rancho que ele se apaixonava, desapaixonava, namorava e mantinha seu posto de "garanhão" da época, na região. Uma de suas filhas mais novas, Cintia Soares dos Santos, lembra que já nasceu quando o Rancho começava a engatinhar e se lembra das histórias do pai ali.

"Eu lembro que a gente ia atrás dele e ele tava namorando nos cantinhos no bar, ele sempre foi assim, de distribuir amor pros outros", conta ela, achando graça do jeito do pai.

De mães diferentes, os filhos eram fruto de relacionamentos fugazes, mas que nunca se transformaram em relacionamentos conturbados. "Eu me dou bem com todas as minhas ex namoradas, não tem essa de briga não, nunca teve", diz ele. Os cinco filhos que estavam presentes durante a entrevista concordam com o pai.

Neres e sua bisneta. (Foto: Acervo Pessoal)
Neres e sua bisneta. (Foto: Acervo Pessoal)
Neres e os dois filhos mais novos. (Foto: Acervo Pessoal)
Neres e os dois filhos mais novos. (Foto: Acervo Pessoal)

Erick, Daiana, Daniel, Diego, Alex, Cintia, Gabriel, Jones, Erica, Rosana e Tatiana são os filhos registrados de Neres, que já perdeu as contas de quantos netinhos tem. "Bisneta eu sei que é só uma", relembra ele em sua memória.

Casado duas vezes, ele diz que as ex continuam próximas até hoje. A filha Erica confirma o sangue doce do pai. "Minha mãe, pelo menos, até hoje continua apaixonada por ele. O pai é mais doce que caramelo, nunca vi".

De jeitão desprendido, Neres diz que sempre deixou os filhos à vontade e nunca cobrou a presença deles. "Sempre souberam que se quiserem me ver eu estou aqui, sempre estive. Eles foram todos criados por aqui por perto, junto de mim, então não tem crise não".

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