Após 23 anos, alunos do “terceirão” se reencontram com festa anos 80

As aventuras, amizade e amigos que o terceiro ano do Ensino Médio, conhecido como ‘terceirão’, deixa para muita gente é apenas lembrança e não foi diferente para a turma do Vinicius Vaz, de 39 anos. Mas, após 23 anos, os alunos resolveram se reencontrar. A festa comemorou não apenas o momento, mas os 40 anos de muitos deles.

A comemoração foi no estilo anos 80 e funcionou como um “aniversário comunitário”.
Para ele, foi um momento surpreendente de nostalgia, risadas e inúmeras histórias. O grupo conseguiu acesso à escola para refazer uma foto antiga.

“Todos gostaram tanto da festa que já estamos programando uma em setembro de 2026. No terceiro ano, como sempre, estavam todos nervosos e preocupados com o vestibular. Mas sempre com muita descontração. Tínhamos equipe de basquete, gostávamos de muita música, éramos sempre brincalhões, não tinha tempo ruim para uma ‘trolagem’, como falamos à época.”

A fase marcou a vida dele e dos amigos que compareceram à festa. Vinicius conta que apareceram alguns que já não moram em Campo Grande, vindos de São José dos Campos e de Corumbá.

“Tivemos a sorte de ter professores que acabaram virando amigos até hoje, tanto é que foram no reencontro e, de vez em quando, nos esbarramos. Acredito que, nessa época, as pessoas marcaram a vida uma da outra, tanto que até hoje existe essa amizade. Não é aquela que se fala todos os dias, nem mesmo todos os anos, mas quando um vê o outro, parece que as coisas não mudaram. Todo mundo ainda tem aquela criança, ou melhor, aquele adolescente dentro. Sempre com muita bagunça e alegria.”

A empresária e fisioterapeuta Claudia Massolim Brancaglion, de 40 anos, conta que a história dela com a escola começou na 5ª série e seguiu até o tão esperado terceirão.

“Guardo com carinho cada memória desde o meu primeiro dia, quando, com o coração acelerado e um frio na barriga, atravessei as grades da escola e pisei no pátio que dividia as salas. Aquela sensação ainda é viva na minha memória. Foi ali que tive minhas primeiras amizades em Campo Grande, já que sou do interior de São Paulo. A escola foi palco das minhas primeiras experiências de vida, de aprendizados que carreguei para sempre e de momentos que moldaram quem sou hoje.”

Segundo ela, as amizades daquela época são tão importantes que, sempre que pode, faz questão de reunir a turma. “Ficamos um tempo afastados, até que o falecimento de um amigo nos fez repensar a importância de estarmos juntos. Criamos um grupo no WhatsApp e, a partir dali, voltamos a nos encontrar com mais frequência, trocar histórias, dar risadas e fortalecer laços.”

Desses encontros nasceram churrascos, novas memórias e, principalmente, uma união que, para ela, não tem preço.

“Foi assim que surgiu a ideia da festa ‘Quarentou’, já que todos nascemos em 1985. Organizamos um evento com tema dos anos 80, que reuniu não apenas ex-alunos, mas também professores. Foi uma noite que parecia formatura, cheia de risadas, danças, emoções e lembranças que aquecem o coração. Agora, decidimos que essa será uma tradição. Todos os anos vamos nos reunir para celebrar não só o passado, mas também a amizade.”

A professora de literatura, Ângela Maria Faustina de Oliveira, de 65 anos, comentou que reencontrar os amigos é ter a chance de reviver histórias e celebrar as conexões que o tempo nunca vai apagar.

“Manter essas amizades é uma virtude. Mas reencontrar ex-alunos com festa e com direito à volta na escola onde tudo aconteceu é um privilégio para poucos. Os alunos que concluíram o Ensino Médio em 2002. Uma alegria imensurável.” Além do traje dos anos 80, o pessoal também festejou o famoso Passe-Repasse. “Só alegria. Foi um espetáculo com flashback.”

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