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Comportamento

Cadastro de artistas LGBTQ é esperança para quem vive “enclausurado” na noite

Por falta documentação, artistas LGBTQ ficam sem receber ou participar de eventos públicos, mas subsecretaria quer mudar o cenário

Thailla Torres | 01/08/2019 08:13
ábio Jara é DJ há cinco anos na noite campo-grandense e foi até a subsecretaria fazer o cadastro. (Foto: Kísie Ainoã)
ábio Jara é DJ há cinco anos na noite campo-grandense e foi até a subsecretaria fazer o cadastro. (Foto: Kísie Ainoã)

Começou nesta quarta-feira o cadastro de artistas LGBTQ na Subsecretaria de Políticas Públicas LGBT, em Campo Grande. A pasta garante que o objetivo é ter um banco de dados para contratação de artistas em eventos públicos na cidade e em todo o Estado. Sem filas, só cinco pessoas apareceram no local para buscar informação ou realizar o cadastro. Mesmo assim, a ação é uma pontinha de esperança para quem vive “enclausurado” na noite, sem espaço para fazer arte em outros eventos de Mato Grosso do Sul.

Fábio Jara é DJ há cinco anos na noite campo-grandense e foi até a subsecretaria fazer o cadastro após inúmeras participações em eventos de forma gratuita. “Sem documentação, eu acabo participando de alguns eventos, como a Parada da Diversidade voluntariamente. Participo porque acho importante e valorizo este espaço, mas acho também importante dar valor ao nosso trabalho, remunerá-lo”, diz o DJ que é gay.

Ele explica que a falta de informação acaba fechando o cerca para artistas LGBTQ na cidade. “Muitos acabam se apresentando apenas em casas noturnas. E temos uma diversidade de artistas na área da dança, música, artes visuais e performance, que merece espaço, merece valorização”, pontua.

Subsecretário de Políticas Públicas LGBT, Frank Rossatte. (Foto: Kísie Ainoã)
Subsecretário de Políticas Públicas LGBT, Frank Rossatte. (Foto: Kísie Ainoã)

Na lista de exigências para o cadastro estão dados pessoais, descrição do trabalho e, o mais complexo deles, comprovação de cachê. “Esse é o que parece ser mais difícil e se tornou a maior dúvida dos artistas. Nós pedimos uma comprovação do valor do cachê que pode ser um contrato anterior ou nota fiscal emitida. Isso tornou-se uma necessidade para que ninguém cobre um valor fora do real só porque vai participar de um evento público. A ideia é termos uma média do valor de cachê de cada artista”, explicou o subsecretário de Políticas Públicas LGBT, Frank Rossatte.

Entre as dúvidas sobre como provar se a pessoa é ou não LGBT, surgida nas redes sociais, Frank mostra no cadastro que basta assinar o documento dizendo a orientação ou identidade de gênero. “Acho que o mais importante é termos opções e, com essa lista em mãos, a subsecretaria pode contratar esses artistas para os próximos festivais, entre eles, o Festival América do Sul”, diz.

Além de realizar o cadastro, uma equipe do Sebrae esteve à disposição na data de ontem (31 de julho) para orientar os artistas sobre abertura do registro MEI (Microempreendedor Individual). Dessa maneira, o artista terá direito a concorrer aos editais do governo, que exigem nota fiscal para a participação e terá os direitos e deveres de uma pessoa jurídica.

As portas da Sala da Cidadania, da subsecretaria, continuam abertas das 8h às 17h para realização dos cadastros. Para mais informações, incluindo a lista de documentos necessários para o registro, basta entrar em contato com através do e-mail lgbt@segov.ms,gov.br ou pelo telefone (67) 3316-9191.

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