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Comportamento

Com caldeirão, danças e palestras, pagãos comemoram Dia da Deusa

Paula Maciulevicius | 07/09/2015 07:49
O Dia Mundial da Deusa teve danças e palestras que reuniu a turma pagã da Capital.  (Foto: Fernando Antunes)
O Dia Mundial da Deusa teve danças e palestras que reuniu a turma pagã da Capital. (Foto: Fernando Antunes)

A praça Itanhangá foi palco do culto ao sagrado feminino. Comemorado nesse domingo, o Dia Mundial da Deusa, em Campo Grande, teve danças e palestras que reuniu a turma pagã da Capital. Wiccas, druídas, entre outras religiões que a maioria desconhece e que muitas vezes são encaradas sob a ótica do preconceito e ainda gente que se define apenas como espiritualizada voltou ao passado para resgatar a alma da mulher. Todos vestidos à caráter, de bruxos e até fadas.

Organizados em um grande círculo, o público acompanhou antigos contos e histórias ao redor de um caldeirão e outros elementos de grande significado para a comunidade. Um dos coordenadores do evento, o wiccaniano, Renan Ryan, de 25 anos, explica que a ideia é trazer de volta o sagrado feminino e o culto a ele.

"Seria a mulher, a gente costuma dizer que a primeira religião da humanidade foi a Terra, uma deusa, você vê deusas nas antigas esculturas e tudo ficou esquecido com o patriarcado", descreve. O evento é então, para resgatar a antiga tradição e até mesmo o respeito à mulher. Realizado em todo mundo, no Brasil, Renan relata que o idealizador é o escritor de livros Wicca, Claudinei Prieto.

Um dos organizadores, Renan diz que data é para resgatar o sagrado feminino. (Foto: Fernando Antunes)
Um dos organizadores, Renan diz que data é para resgatar o sagrado feminino. (Foto: Fernando Antunes)

A programação contou com palestras, danças circulares e cânticos para a Deusa. No centro do círculo, o caldeirão representa o útero, a mulher. "Como é Dia da Deusa, nós usamos túnicas e os nossos elementos, é uma festividade", acrescenta Renan.

A professora de dança e bailarina Elisete Riella Silveira, de 38 anos, que se apresenta como Negariji, também fez parte da programação com a dança do ventre. "Eu sou espiritualizada, gosto de tudo e me identifico muito aqui. Vejo como um encontro com o feminino, onde a gente pode saber mais sobre a história e expor a mulher, um lado forte e ao mesmo tempo sensível".

Druída, Hugo Cezar Fernandes Gondim, explica que dentro da religião dele, assim como os celtas, os druídas tinham grande respeito à soberania da Terra. "Vim honrar as deusas soberanas hoje junto as outras tradições, como a Wicca", afirma.

Espiritualizada, Negariji explicou se identificar com os pagãos. (Foto: Fernando Antunes)
Espiritualizada, Negariji explicou se identificar com os pagãos. (Foto: Fernando Antunes)

Independentemente das diferenças entre as tradições, ele enxerga o evento como espaço para união. Como um dos palestrantes do dia, Hugo propôs trabalhar a leitura, a apreciação e a interpretação da mitologia céltica. "Falei sobre os arquétipos das personagens femininas dos quatro ramos do Mabionogion, que é um conjunto de contos do País de Gales", relata. O motivo da escolha foi a paixão de Hugo pela nobreza e força das deusas desses contos.

"As mulheres nos contos do Mabinogion são mulheres fortes, muito belas e vaidosas, que lutam pelo que querem, que não aceitam um companheiro orgulhoso e covarde, não aceitam ordens, são livres e independentes, filhas, mães e avós que se revelam rainhas de si e de seus destinos", prega Hugo.

Parte das religiões presentes se organiza e debate através de um grupo no Facebook: Comunidade Wicca Campo Grande

Organizados em um grande círculo, o público acompanhou antigos contos e histórias ao redor de um caldeirão. (Foto: Fernando Antunes)
Organizados em um grande círculo, o público acompanhou antigos contos e histórias ao redor de um caldeirão. (Foto: Fernando Antunes)
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