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Comportamento

Com sons mais caros do que veículos, festa no autódromo tem duração de 24 horas

Anny Malagolini | 21/10/2013 06:32
Saveiro virou cabine de DJ (Foto: João Garrigó)
Saveiro virou cabine de DJ (Foto: João Garrigó)

Eles gostam de som alto e de compartilhar o gosto musical com quem estiver por perto. Mas, pelo menos, no fim de semana que passou a muvuca foi bem longe e aberta só para quem gosta desse tipo de festa. No Autódromo Internacional de Campo Grande, a animação durou 24 horas.

Alguns dizem que é paixão, outros que é loucura e nessa brincadeira tem som automotivo que chega a custar R$ 60 mil. A potência que não é permitida nas ruas ganhou “novo” espaço, o autódromo da Capital.

Pontos populares, utilizados pelos apaixonados por manobras e som automotivo, como os altos da avenida Afonso Pena e a calçada da conveniência “Cerv Já”, estão na mira da Polícia. Então, o jeito foi pagar caro por um lugar apropriado.

A 16 quilômetros do centro da cidade, bem longe de residências, o autódromo virou ponto de encontro na “The Doctor Moto Fest”. Foram 24 horas de festas nos boxes e na pista. “Tiramos da cidade para não incomodar”, explica um dos organizadores, o empresário Marcio Alex Tambosi, de 39 anos.

Esse tipo de evento não é novidade, já é organizado há algum tempo. Desta vez, para usar o autódromo, os organizadores tiveram que desembolsar R$ 3 mil pelos dois dias.

Apesar do tipo de perigo que a atividade representa para a maioria das pessoas, que costumam olhar torto, a reunião do autódromo mostrou que a bagunça é organizada.

Preocupados com a imagem que o hobby “passa”, a segurança foi redobrada, inclusive, com detector de metais na entrada do evento. “Não é crime, é hobby”, define Márcio.

Seis anos morando no Japão, ele aprendeu o “drift” – uma técnica famosa, e do outro lado do foi aprendeu a gostar de carros esportivos.

O veículo Saveiro, de Edson Fonseca, de 30 anos, virou uma cabine de DJ. O “set-list” é repleto de funk e música eletrônica. Há 4 anos ele começou o investimento, e até agora, já somou 7 mil reais em gastos com os equipamentos que fazem dele DJ nos finais de semana. “Não explicação isso, eu amo isso”.

Em uma Ranger, estacionada ao lado, o auxiliar administrativo, Lucas Alexandro, de 19 anos, fez questão de colocar jogo de luz na cabine da camionete “para entrar no clima”, comenta.

O som está avaliado em 15 mil e a cabine também divide o espaço com uma moto. Para o evento, o auxiliar até levou uma barraca para descansar caso fosse preciso nas 24 horas de festa. “Tem que aproveitar, é difícil ter um espaço exclusivo pra gente que gosta disso”.

Na pista, as motos com cilindradas que não passam das 150, são usadas como cobaias de exibicionismo, em manobras.
Amigos de Ribas do Rio Pardo vieram a Campo Grande para participar da festa e trouxeram com eles a "Titan".

O mecânico Edivano Lopes da Silva, 27 anos, aprendeu as manobras com moto aos 16 anos, mesmo sem Habilitação. Só em multas, ele conta (sem constrangimento) que já desembolsou mais de R$ 3 mil. Para a festa, ele e o grupo de amigos fizeram questão de criar até um uniforme.

Dono de um dos equipamentos mais caros do evento, o empresário Sidney Alves Monteiro, de 47 anos, decidiu há cinco meses onde iria investir dinheiro: um furgão todo adesivado e equipado com uma aparelhagem avaliada em R$ 60 mil. “Já tenho casa, carro e quis gastar com o que eu gosto”, explica.

Festa no autódromo reuniu apaixonados por manobras e som automotivo (Foto: João Garrigó)
Festa no autódromo reuniu apaixonados por manobras e som automotivo (Foto: João Garrigó)
Som avaliado em 60 mi reais (Foto: João Garrigó)
Som avaliado em 60 mi reais (Foto: João Garrigó)
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