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Comportamento

Da solidão ao amor, elas respondem o que fariam se fossem jovens novamente

Thailla Torres | 08/03/2017 08:22
Extrovertida, Maria de Lourdes com 84 anos, aproveitaria os melhores carnavais da vida.
Extrovertida, Maria de Lourdes com 84 anos, aproveitaria os melhores carnavais da vida.

Não importa como, elas dedicariam o tempo só à felicidade. Nesse Dia Internacional da Mulher, a gente se inspirou em um viral de internet para buscar em Campo Grande lições da maturidade feminina. A pergunta é simples: O que a senhora faria se voltasse a ser jovem? As respostas são para mostrar que ainda dá tempo de ser uma, quando a rotina exige o papel de várias.

Nascida em Juazeiro, na Bahia, mas em Mato Grosso do Sul desde a infância, Maria de Lourdes Alves, de 84 anos é cheia de alegria. Ela enxerga o passado com orgulho de quem soube aproveitar cada instante. Se fosse jovem de novo, faria da vida um mar de folia. "Eu aproveitava o Carnaval tudo de novo, é a folia que eu mais amo nessa vida", afirma.

Mãe de 3 filhos, com 5 netos e 2 bisnetos, apesar da vida humilde, se voltasse no tempo, dedicaria os dias à diversão com a família e os amigos. "A minha juventude foi boa para mim, a gente era pobre, mas era feliz. Os jovens de hoje tem que curtir e fazer a mesma coisa. Ah se eu voltasse naquele tempo...", reflete.

Juliana ia aproveitar a 'voz' que as mulheres tem hoje para lutar pelos seus direitos. (Foto: Thailla Torres)
Juliana ia aproveitar a 'voz' que as mulheres tem hoje para lutar pelos seus direitos. (Foto: Thailla Torres)

Aos 71 anos, Juliana dos Santos Samra daria voz à mulher que sempre foi. "No meu tempo, a gente não podia falar. Era muita pressão contra quem ousava soltar a voz. No tempo de pai e mãe, eles castigavam e batiam", recorda.

"Hoje as mulheres tem toda liberdade para continuar lutando. Se fosse jovem? Nossa, eu faria tanta coisa, ia passear, teria um negócio para mim e não trabalharia só para os outros", recomenda.

Juliana é o exemplo de mulher que dedicou a vida aos deveres, deixando os sonhos de lado. Começou a trabalhar aos 6 anos de idade na roça e a vontade de estudar ficou para trás. Só com a chegada da idade é que a vida passou a ter mais sentido com as realizações. "Eu me dedicaria a estudar e a me formar com certeza. Eu não tive tempo de fazer isso. Só consegue terminar o ensino médio agora, depois de velha", diz. 

Ela encarou a sala de aula depois de 50 anos fora dela.  "Eu era a mais nova da turma. Todo mundo ficava me olhando, mas foi um dos melhores momentos que tive até hoje. Aquela coisa que era pra eu ter vivido na infância, vivi na velhice", comenta.

Elizabeth queria acompanhar a tecnologia com mais facilidade.
Elizabeth queria acompanhar a tecnologia com mais facilidade.

"Eu aproveitaria arrumaria um jeito de fugir da solidão", diz Elizabeth Pereira de Oliveira, de 61 anos. Vendendo água de coco todos os dias pela cidade, ela passou a ir ás ruas para não se sentir sozinha. "O tempo passa rápido demais, meu marido já faleceu e os filhos já se foram, cresceram", conta.

Se tivesse o privilégio da juventude novamente, ela iria encarar os estudos e a tecnologia, que hoje fazem muita falta. "Eu queria ficar mais por dentro da informática, porque sou uma negação. Tenho vontade de aprender, mas naquele tempo de escola quase não tinha", diz.

Viver sem olhar o relógio parece ser o sonho de todas. Adenir Maria Gutierrez, de 66 anos, não se importaria com o cedo ou tarde. Seria uma regra, inclusive, quando o assunto é casamento. "Não casaria tão cedo como antigamente. Essa era uma preocupação na nossa época. Hoje eu aproveitar para fazer cursos, viajar por aí", afirma. 

Adenir lembra o quanto foi difícil deixar os estudos de lado na juventude. "Casei com 16 anos e depois vieram os filhos. Só com 65 anos terminei o Ensino Médio. Antes tarde do que nunca, mas eu com certeza aproveitaria cada fase da minha vida".

Adenir realizaria o sonho de estudar e viajar o mundo.
Adenir realizaria o sonho de estudar e viajar o mundo.
Vera aproveitaria cada minutinho da infância dos filhos. (Foto: Thailla Torres)
Vera aproveitaria cada minutinho da infância dos filhos. (Foto: Thailla Torres)

No dia delas, Adenir ensina sobre a persistência. "Eu falo que todas têm de fazer o que sonha. Eu não fiz metade de tudo que queria. Depois da idade, eu pensei no tempo perdido e resolvi voltar a estudar. Mas hoje as mulheres tem esse tempo e não podem desperdiçar. Se eu tivesse uma chance, teria tempo para mim", afirma.

Vera Maria Rockenbach, de 70 anos, enche os olhos para lembrar dos filhos. Nascida no Rio Grande do Sul, conta que trabalhou desde muito nova e parte da vida foi dedicada ao serviço. Se voltasse no tempo, viveria a infância dos filhos. "Eles crescem tão rápido e a gente passa uma vida preocupada em trabalhar. Enquanto isso, acaba perdendo momentos tão importantes, aquele sorriso, as brincadeiras e o pezinho deles sujos de terra. Se eu fosse jovem, enquanto mãe, aproveitaria muito mais a infância dos meus filhos", declara. 

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