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Comportamento

Decco já cuidou de gado, mas hoje quem manda na rotina são as flores

Pecuarista nunca ligou para plantas até viver crises de ansiedade na pandemia

Por Natália Olliver | 28/08/2025 06:51
Decco já cuidou de gado, mas hoje quem manda na rotina são as flores
Decco largou o campo para cuidar de flores na cidade (Foto: Natália Olliver)

José Decco, de 65 anos, cuidou de gado uma vida inteira, mas hoje quem domina a rotina dele são as flores. Antes da pandemia de covid-19 ele nunca ligou para plantas, achava, inclusive, isso uma coisa “boba”. Até que uma crise de ansiedade tirou tudo do lugar e o que ele considerava sem sentido virou salvação.

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José Decco, ex-pecuarista de 65 anos, encontrou nas flores um refúgio para a ansiedade durante a pandemia. Após a perda dos pais, ele transformou o quintal de sua casa, em Campo Grande (MS), em um jardim diversificado, com cactos, rosas-do-deserto, hibiscos e outras espécies. A paixão por plantas, antes considerada "boba", surgiu como um hobby terapêutico recomendado por seu médico.Decco, que cuidou de gado a vida inteira, agora dedica seus dias aos cuidados com as flores, buscando novas espécies em floriculturas semanalmente. A nova paixão o aproxima da memória de sua mãe, Marlene Decco, falecida de câncer, que nutria grande afeto pelas plantas. Ele produz seu próprio adubo orgânico com folhas secas, galhos, cascas de ovos e bananas, demonstrando seu comprometimento com o cultivo.

Hoje, o quintal onde vive há 20 anos, na Rua 7 de Setembro com a Pedro Celestino, é repleto delas. O número Decco sequer lembra. De acordo com o aposentado, ele busca novidades nas floriculturas toda semana e a rotatividade de flores é grande. Isso porque elas ficam parte na casa e parte na chácara da família.

Por trás do apego “repentino” pelas flores está a morte da mãe, Marlene Decco, que faleceu de câncer no pulmão. O ex-pecuarista acha graça ao imaginar o quanto ela deve estar rindo dele por ter gostado do que um dia foi uma paixão para ela.

Decco já cuidou de gado, mas hoje quem manda na rotina são as flores
Decco já cuidou de gado, mas hoje quem manda na rotina são as flores
Ex-pecuarista cultiva cactos e inúmeras flores na varanda de casa (Foto: Natália Olliver)

“Eu nunca liguei pra flor, minha mãe era louca por elas, eu não entendia nada. Na pandemia tive uma crise de ansiedade e o médico disse que eu tinha que arrumar um hobby. Aí tentei e gostei, fui mexer com planta e fico o dia todo. Ela deve estar rindo porque eu não tinha paciência de andar com ela nas floriculturas e agora deve achar graça onde estiver. Ela amava a quaresmeira (Tibouchina granulosa) e as rosas. As flores me aproximam de alguma forma da minha mãe.”

O cenário caótico durante a pandemia fez José desencantar da rotina. A morte do pai também abalou.

“Meu pai morava na chácara e eu aqui na cidade. A gente veio do interior de São Paulo, tínhamos fazenda. Minha ideia aqui era fazer um tomar [nota: revisar esse trecho, talvez falte uma palavra], mas fiquei encantado com as flores. Isso me ajudou muito a lidar com a minha ansiedade, hoje estou mais relaxado. Eu era de boa, mas fiquei muito ansioso durante a covid. Perdi meu pai para a doença e minha mãe tinha falecido uns anos antes.”

No jardim de Decco há cactos variados, rosas-do-deserto e sementes importadas dos Estados Unidos. O adubo é feito por ele mesmo, com galhos secos, cascas de ovos e banana.

Decco já cuidou de gado, mas hoje quem manda na rotina são as flores
Decco já cuidou de gado, mas hoje quem manda na rotina são as flores
Adubo para flores é feito de forma natural por Decco (Foto: Natália Olliver)

“Comecei a plantar rosas-do-deserto há 2 meses. Tenho cactos também que demoraram uns 3 anos para crescer, um até chega a dar flor. Plantei um recentemente que chama ‘cacto azul’.”

Para ele, as favoritas são a rosas, o hibisco e a flor chamada camarão. Para quem tem medo de começar, Decco avisa que não tem segredo para cuidar das plantas: “só ter boa vontade e adubo. Eu mesmo faço o meu. Pego todas as folhas secas e galhos, passo no triturador e trago pra cá. Tenho amizade com a dona de uma padaria aqui na esquina, ela guarda casca de ovo, pó de café, casca de banana, aí faço a compostagem pra virar adubo”.

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