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Comportamento

Dentro de casa, o galo e as galinhas de Valéria cantam e até botam ovos na cama

Paula Maciulevicius | 15/03/2017 06:32
Valéria com o galo Sol, que faz a alegria da casa ao cantar sem horário regular. (Foto: Alcides Neto)
Valéria com o galo Sol, que faz a alegria da casa ao cantar sem horário regular. (Foto: Alcides Neto)
O trio: Sol, Pintadinha e Kika. (Foto: Arquivo Pessoal)
O trio: Sol, Pintadinha e Kika. (Foto: Arquivo Pessoal)

Kika, Pintadinha e Sol. Duas galinhas e o galo que fazem a alegria na casa de Valéria no mesmo ritmo do alto astral dela. Autônoma, como se define, Valéria é diarista, lava e costura roupas e ainda arruma tempo de resgatar animais de rua. Sozinha desde que o filho de 25 anos morreu, nem isso tira o sorriso de Valéria Maria, como faz questão de se apresentar. O carinho que ela dá às galinhas é o mesmo que recebe. "Vem mamãe, vem mamãe", diz a eles.

"A Kika é fêmea, menininha novinha. A outra, a Pintadinha veio junto com o Sol", nos apresenta ao trio que estava descansando nos galhos do pé de abacate do quintal dela, no bairro Parque Residencial Azaleia, em Campo Grande.

Kika chegou em agosto do ano passado, dois meses depois da morte de João Eduardo, em uma cirurgia cardíaca, o filho único de Valéria. A galinha não veio como um presente propriamente da vizinha, mas lhe trouxe tamanha felicidade que ela pontua uma data atrás da outra.

Sol e Pintadinha chegaram juntos, no começo deste ano. (Foto: Alcides Neto)
Sol e Pintadinha chegaram juntos, no começo deste ano. (Foto: Alcides Neto)
Kika foi a primeira galinha da casa, presente da vizinha em agosto do ano passado. (Foto: Alcides Neto)
Kika foi a primeira galinha da casa, presente da vizinha em agosto do ano passado. (Foto: Alcides Neto)
Ovo de Kika "botado" na cama de Valéria. (Foto: Arquivo Pessoal)
Ovo de Kika "botado" na cama de Valéria. (Foto: Arquivo Pessoal)

"Ela vivia na rua, era da vizinha, mas vivia na rua. Aí me deram ela e eu adotei, mas falei: 'agora eu tenho que arrumar um galo para ela'", conta Valéria Maria Pereira de Souza, de 50 anos. "Fazia horas que eu queria uma galinha garnizé que canta pra caramba", brinca.

Mas só neste ano que o trio ficou completo. No início de 2017, uma amiga de Valéria que também resgata animais, ligou dizendo que tinha aparecido em casa uma galinha e um galo e como ela não podia ficar, lembrou na hora da autônoma.

Quando chove eles vêm todos para dentro, mas não precisa estar caindo um pé d'água não, porque a dona deixa a porta de casa aberta para quem quiser entrar. "Eles ficam na caixa do gato, dormem na cestinha", conta.

Em vídeos, Valéria gravou desde a chegada dos dois últimos, até o carinho que Kika recebe em cima das pernas da dona, no quarto. "Aqui eles estavam assustados e eu estava dando comidinha. A Kika bica o gato, mas eles não chegam a brigar e toda semana, uma bota ovo", descreve a rotina de casa.

Toda alegre, a dona é apaixonada pelas galinhas. (Foto: Alcides Neto)
Toda alegre, a dona é apaixonada pelas galinhas. (Foto: Alcides Neto)
Os pequenininhos são os ovos de Kika e Pintadinha. (Foto: Alcides Neto)
Os pequenininhos são os ovos de Kika e Pintadinha. (Foto: Alcides Neto)

A cantoria não é regulada e nem tem hora para acontecer. "O Sol canta 1h da manhã, às 4h... E eu já disse para os vizinhos: 'cachorro late 24h e não incomoda a gente. Eu nunca reclamei, agora vocês também não vão falar do meu galo'", alertou. E até hoje, ninguém questionou.

Para a foto, é impossível juntar os três. Um de cada vez vem no colo da "mamãe", como se intitula Valéria. "Olha o pezinho dele, judiado. Até perdeu uma parte, eu passo pomada Vovô Pedro no pé dele todo dia", mostra os machucados de Sol.

No total, são 11 animais. As galinhas, o galo, quatro gatos e ainda outros quatro filhotinhos. "Para mim é uma alegria, porque o bichinho não te ofende, não te humilha, ele quer é te agradar e é tão lindo ver minhas galinhas vindo que elas vem pegar comida, quando bota um ovo. Quando o Sol canta, ele estica todo o pescocinho", coruja a dona.

Se é verdade mesmo que os animais escolhem seu lar pela tranquilidade dos donos, Valéria acredita que seja mais pela sua alegria. "Eu sou assim, eu não estou depressiva pelo falecimento do meu filho não. Chegou o momento dele partir. Quando mostro foto das galinhas, as pessoas dão risada", e ela mesma cai na gargalhada.

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