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Comportamento

Depois de perder as duas avós para o câncer, Ladys cobre cicatrizes de mulheres

Marta Rosa é uma campanha para cobertura de cicatrizes e pigmentação de auréola de mulheres que tiveram câncer de mama de graça

Lucas Arruda | 24/09/2017 07:10
Ladys tatua há 3 anos e projeto é uma ideia antiga,
sem data para ser finalizado (Foto: Marina Pacheco)
Ladys tatua há 3 anos e projeto é uma ideia antiga, sem data para ser finalizado (Foto: Marina Pacheco)

Passar por um tratamento pesado, com muita química e ainda acabar com uma cicatriz ou ter uma parte do seu corpo mutilada não é fácil para ninguém. Essa é a sina de muitas mulheres que enfrentam o câncer de mama e acabam precisando fazer a retirada de algum ou até dos dois seios.

A tatuadora Patrícia Ferreira, a Ladys, de 26 anos, viu alguns destes casos dentro de sua família, dois a marcaram mais: o da avó materna, que faleceu há 7 anos e da avó paterna que, apesar de ter falecido antes dela nascer, também é uma inspiração.

Para o próximo mês Patrícia pretende colocar em prática um projeto que vem desenvolvendo há alguns anos, mas por conta do tempo não conseguiu colocá-lo em prática. "Marta Rosa" é uma campanha onde ela fará tatuagens de graça para cobrir cicatrizes de remoção de seio e pigmentação da auréola.

“Sempre quis fazer algo para ajudar as pessoas que tvesse relação com minha arte, principalmente as mulheres que já sofrem tanto em nossa sociedade e ainda são acometidas por essa doença. Muitas ficam desconfortáveis demais em relação a seu corpo depois da cirurgia, tem baixa autoestima, por isso é importante”, ressalta.

Além disso, o fato de ser mulher ajuda na hora de fazer a tatuagem. “Nestes três anos em que tatuo algumas já me procuraram, elas se sentem mais confortáveis sendo atendidas por outra mulher. Acabo sendo até um pouco psicóloga também, troco histórias e experiências com elas”, conta.

O nome é para homenagear as avós que foram grandes matriarcas da família. Por parte de seu pai Marta, que nem era o nome dela, mas era como gostava de ser chamada e Rosa, como era mais conhecida a avó por parte de mãe, que se chamava Rosemeire. Inclusive, muito de seu gosto pela arte veio da avó materna. “Ela tinha uma escola, pintava telas, eu gostava muito. Não foi uma influência direta, mas com a convivência adquiri o gosto”, avalia.

O início do projeto no mês de outubro tem um significado, é quando acontece a campanha de prevenção ao câncer de mama Outubro Rosa. “Quero fortalecer essa ideia de prevenção, a doença é devastadora tanto para quem a tem quanto para a família”, afirma.

Para participar do projeto a mulher que passou pela cirurgia deve tomar alguns cuidados: o procedimento da retirada do seio ou a cicatriz que quer cobrir deve ter mais de um ano; deve ser levado um laudo do oncologista autorizando o procedimento; além da cópia dos documentos, algo comum para todos.

“Este tempo pós-cirurgia é pedido porque a pele precisa estar completamente revitalizada para aguentar a tatuagem, pele fina pode estourar e reabrir a cicatriz”, explica

Ela espera conseguir que várias mulheres voltem a gostar do seu corpo. “Esse tipo de tatuagem não é um acessório estético como o que a maioria das pessoas fazem, é uma necessidade de de satisfação pessoal”, enfatiza. Ela continuará com o projeto mesmo depois do Outubro Rosa. “Pretendo estendê-lo enquanto estiverem me procurando. Se eu tiver com tempo disponível vou fazer o trabalho”, conclui.

O estúdio Don't Cry fica na rua 15 de Novembro, 542, Centro. O agendamento pode ser feito por meio do telefone 98138-8470.

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