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Comportamento

Dona de time, família Rio Negro mantém promessa e celebra São João há 61 anos

Celebração começou em 1958 e o Clube Atlético Rio Negro surgiu em 1976

Danielle Valentim | 30/06/2019 08:00
Time já teve outros nomes, mas nasceu em 1976. (Foto: Kísie Ainoã)
Time já teve outros nomes, mas nasceu em 1976. (Foto: Kísie Ainoã)
Dona Geralda ou Vó Geralda como era conhecida e uma das filhas. (Foto: Arquivo Pessoal)
Dona Geralda ou Vó Geralda como era conhecida e uma das filhas. (Foto: Arquivo Pessoal)

Geralda Rosenda de Jesus e o marido José Gabriel chegaram à Rua Rio Negro, na Vila Margarida, antes da via ter nome. Pioneiro na região, o casal fixou endereço e hoje não há morador que não conheça a família, famosa pelo time de futebol e pela tradicional festa de São João realizada há 61 anos.

O Lado B foi até a casa onde viveu dona Geralda. O terreno também abriga a sede do Carne (Clube Atlético Rio Negro). Uma das filhas Madalena Aparecida Gabriel, de 59 anos, conhecida como “Fizinha” foi a porta-voz.

“Fizinha” conta que a festa começou diante de uma promessa por cura. Ramão Aparecido Gabriel, um dos filhos de Geralda, ficou doente aos 3 anos e os médicos disseram que ele só poderia ser operado aos 7 anos. Em busca de solução, Geralda prometeu acender uma fogueira a São João, durante toda sua vida caso o filho fosse curado.

Madalena Aparecida Gabriel, de 59 anos, conhecida como “Fizinha” foi a porta-voz. (Foto: Kísie Ainoã)
Madalena Aparecida Gabriel, de 59 anos, conhecida como “Fizinha” foi a porta-voz. (Foto: Kísie Ainoã)

Logo no início, a festa era feita por dona Geralda e duas irmãs Manoela e Luzia. “Nos primeiros anos, eu não era nem nascida, mas minha irmã conta que minha mãe acendia apenas a fogueira. A família ainda morava onde hoje é conhecido como Jardim Imperial. Quando mudamos para cá, a região era conhecida como rua do buracão, o atual Parque Sóter, aí a festa foi crescendo, passou a fazer o terço, licor, quentão, bolo e virou um baile”, conta.

Nesses 61 anos, a festa só não foi feita duas vezes, no falecimento de seu José no dia 21 de junho de 2001 e de Geralda no dia 9 de junho de 2008, aos 90 anos. A partida de Geralda colocaria fim a promessa, mas a pedido dos netos, a festa continuou e neste ano completou 61 anos de história. O casal deixou oito filhos, mais de 20 netos, bisnetos e tataranetos.

Neste ano, a festa "bombou" como de costume. Com muita comida típica e decoração colorida, a família não deixou de montar a fogueira.

Festa foi um sucesso. (Foto: Arquivo Pessoal)
Festa foi um sucesso. (Foto: Arquivo Pessoal)
Fogueira deste ano. (Foto: Arquivo Pessoal)
Fogueira deste ano. (Foto: Arquivo Pessoal)
Uma das festas realizada há 20 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)
Uma das festas realizada há 20 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)

O time - Em meio a tantas histórias, vale ressaltar que o time da família leva o mesmo nome da rua e está na ativa há 43 anos, desde 1976. A família sempre foi muito ligada ao esporte e o time passou por várias etapas. “Antes do time Rio Negro existir, meu pai teve um time de futebol com amigos da Cibrazem (Companhia Brasileira de Armazenamento), onde trabalhava”, lembra Fizinha.

Eurípedes Ribeiros Rodrigues, neto de dona Geralda e sobrinho de Fizinha, conta que o Carne já foi chamado de Margarida e que o time já foi imbatível.

“A primeira formação do Margarida tinha Arsênio, Arquimedes, Claudionor, tio Aparecido, tio Ramão, Athayde, Zé Miquila e Zé Preto, o finado Paulo", conta Eurípedes.

Eurípedes Ribeiros Rodrigues, neto de dona Geralda e sobrinho de Fizinha, conta que o Carne já foi chamado de Margarida. (Foto: Kísie Ainoã)
Eurípedes Ribeiros Rodrigues, neto de dona Geralda e sobrinho de Fizinha, conta que o Carne já foi chamado de Margarida. (Foto: Kísie Ainoã)

Porém, depois de um desentendimento entre a direção do Margarida e Ramão, um dos jogadores e filho de dona Geralda, surgiu o Rio Negro. 

"Depois do desentendimento, tio Ramão decidiu criar o Rio Negro, por causa do nome da rua. O Rio Negro cresceu tanto que muitos jogadores nos procuraram e o Margarida acabou. Disputamos no Nova Lima, Estrela do Sul, São Julião, Monte Carlo, Santa Fé. Nós tínhamos uma “espinha dorsal” muito boa [equipe] e a torcida cresceu também. Mesmo depois do nome Rio Negro, éramos conhecidos como os “Time dos Negão do Margarida””, conta.

Uma das primeiras formações. (Foto: Kísie Ainoã)
Uma das primeiras formações. (Foto: Kísie Ainoã)

Surgiram bons campeonatos e demais moradores da vila passaram a torcer pelos talentosos jogadores do bairro. Durante a Taça Record, em 2015, o time ficou em 2º lugar, mas a torcida muito animada ganhou em primeiro lugar.

Os campeonatos renderam centenas de troféus, que antes da sede ficavam na sala de Dona Geralda. “O primo Athayde e a tia “Fizinha” tiveram a ideia de tirar os troféus na sala. Athayde se afastou das atividades por motivo de doença e os dois filhos de Ramão, Júnior e Rodrigo, tomaram a frente e terminaram a construção da sede”, explicou.

O Clube Atlético Rio Negro também vai participar da Taça Campo Grande.

Confira mais fotos na galeria.

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Parte dos atuais integrantes do time Rio Negro. (Foto: Kísie Ainoã)
Parte dos atuais integrantes do time Rio Negro. (Foto: Kísie Ainoã)
A melhor torcida da Taça Record, em 2015. (Foto: Kísie Ainoã)
A melhor torcida da Taça Record, em 2015. (Foto: Kísie Ainoã)

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