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Comportamento

Edileuza trabalha bastante e como trabalha, todo dia, das 7h à meia-noite

Viviane Oliveira e Anny Malagolini | 29/04/2013 07:15
Edileuza trabalhando de garçonete em uma churrascaria na avenida Bom Pastor. (Foto: João Garrigó)
Edileuza trabalhando de garçonete em uma churrascaria na avenida Bom Pastor. (Foto: João Garrigó)

Edileuza Martins Cardim mantém há 8 anos uma jornada de 14 horas de trabalho. Hoje com 46 anos, ela começa a pensar em deixar um dos empregos, mas afirma que se sente uma mulher realizada por ter conseguido ultrapassar os obstáculos que a vida lhe impôs.

Há 20 anos, Edileuza, decidiu abandonar tudo em Valença, no estado da Bahia, para acompanhar o marido que queria tentar uma oportunidade no ramo da culinária em Campo Grande.

Após cinco anos vivendo na cidade, o casamento não deu certo e os dois resolveram se separar. Sem os familiares por perto, morando de aluguel com dois filhos pequenos para criar, Edileuza conta que tinha duas opções: arregaçar as mangas e trabalhar ou ficar se lamentando da sorte.

“Tive que me virar e arrumar dois empregos para conseguir manter as despesas da casa. Na época em que me vi sozinha, o meu filho mais velho tinha 13 e a mais nova, 9 anos”, disse.

Primeiro Edileuza conseguiu uma vaga de garçonete em uma churrascaria na avenida Bom Pastor. Lá a jornada de trabalho é das 18h a 00h15. Mas o salário ainda não era o suficiente para manter sozinha uma casa, então resolveu arrumar outro emprego durante o dia.

Edileuza então passou a estudar e conseguiu passar em um concurso público da Prefeitura para agente de saúde, onde trabalha de segunda a sexta das 7h às 17h. “Só vou descansar daqui 12 anos, quando me aposentar. A gente tem que trabalhar enquanto está nova e tem energia”, destaca.

Com o esforço, a agente de saúde, conseguiu conquistar a casa própria, um carro, e realizou o sonho de ver a filha, hoje com 24 anos, formada em Jornalismo.

“Eu posso dizer com todo orgulho que conquistei com o fruto do meu trabalho tudo o que queria. Tenho uma casa boa, tirei minha CHN (Carteira Nacional de Habilitação), comprei um carro e ajudei a minha filha a comprar uma moto”, conta.

Na quarta-feira (1), dia do Trabalho, Edileuza afirma que só tem a comemorar e agradecer a Deus pelos dois empregos que conseguiu manter durante todos esses anos. “A gente não pode ficar parada, tem que erguer a cabeça e ir à luta”, finaliza.

Edileuza, que trabalha 14h por dia já pensa em deixar um dos empregos. (Foto: João Garrigó)
Edileuza, que trabalha 14h por dia já pensa em deixar um dos empregos. (Foto: João Garrigó)
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