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Comportamento

Em concurso de beleza japonesa, altura não pode ser critério de avaliação

A vencedora da edição deste ano, de apenas 1,58m, irá representar MS em julho, na competição nacional, em São Paulo

Eduardo Fregatto | 21/06/2017 06:25
Sayuri, a vencedora do concurso deste ano. (Fotos: Acervo Pessoal)
Sayuri, a vencedora do concurso deste ano. (Fotos: Acervo Pessoal)

De volta com força, os concursos de beleza tendem a seguir uma série de padrões e critérios pré-definidos para escolher suas representantes altas, magras, solteiras, com boa postura e etiqueta. Historicamente, é difícil até mesmo encontrar Miss que seja negra ou de descendência oriental nas competições brasileiras.

Mas em Campo Grande, um concurso é tradicional e não leva em consideração o que para maioria está no topo dos requisitos de beleza na passarela. O Miss Nikkey tem um diferencial importante: o objetivo da competição é dar destaque justamente à beleza oriental, das descendentes de imigrantes japoneses no Brasil enão liga para altura. 

No concurso, alguns critérios são reavalidos para se adequar à realidade das japonesas. A coroada deste ano, a cabeleireira Sayuri Kobayashi, 26 anos, tem apenas 1,58m de altura, e carrega o título de Miss Nikkey de Mato Grosso do Sul 2017.

As três finalistas do concurso deste ano, com Sayuri no centro.
As três finalistas do concurso deste ano, com Sayuri no centro.
Maira e Haru Chiuji, na primeira edição do Miss Nikkey, em 2007.
Maira e Haru Chiuji, na primeira edição do Miss Nikkey, em 2007.

Ela irá representar o Estado no concurso nacional, que acontece dia 8 de julho, em São Paulo. "O que se busca é uma beleza condizente com a cultura japonesa, que pareça oriental", explica a Miss, que é mestiça e carrega traços orientais herdados pela família do pai. "Não tem exigência mínima para altura, porque a maioria dos descendentes não é tão alto", pontua.

Sayuri é brasileira, mas morou 10 anos no Japão. Ela se diz apaixonada por ambos os países, apesar das diferenças culturais. Para a competição, ela relata que as participantes precisam ter noções das suas origens. "Para se sobressair, tem que ter um domínio da cultura nipônica, os costumes, comidas típicas, de tudo um pouco".

Sayuri em traje japonês.
Sayuri em traje japonês.

Por isso, pode-se dizer que o concurso de Miss Nikkey carrega uma bagagem mais cultural, exigindo-se. Pelo menos é nisso que acredita a empresária Maira Shiraishi, 31 anos, que carregou a coroa de Miss há cerca de 10 anos. Em 2005, ela foi eleita Miss da Colônia Japonesa de Campo Grande, e em 2007, foi eleita 1ª Princesa da primeira edição do Miss Nikkey de MS.

"Como minha mãe veio do Japão, eu pude resgatar esse lado cultural que ela nos trouxe. É algo muito importante de preservar", destaca Maira, destacando a grande diferença do Miss Nikkey em relação a outros concursos de beleza. "Eu encorajo todas as meninas [descendentes de japoneses] a participar, porque é um grande crescimento, precisamos evoluir com nossa cultura".

Maira é considerada uma das participantes altas dentro do histórico sul-mato-grossense da competição. Ela tem 1,75m de altura. Com a faixa de Miss e de 1ª Princesa, a empresária recorda dos tempos de divulgação cultura oriental e sul-mato-grossense. "Eu me senti honrada de poder divulgar, não só a cultura nipônica, mas a do nosso Estado também".

Agora, será a vez de Sayuri representar o Mato Grosso do Sul no concurso nacional. "Estamos entrando na quinta geração de descendentes, é muito importante mantermos nossas raízes", finaliza.

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