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Comportamento

Em encontro, eternas bailarinas relembram as histórias de camarim

Paula Maciulevicius | 26/02/2016 06:34
Ao lado da professora Cris (no centro), meninas mataram as saudades das aulas de dança. (Fotos: Arquivo Pessoal)
Ao lado da professora Cris (no centro), meninas mataram as saudades das aulas de dança. (Fotos: Arquivo Pessoal)
No passado, entre final da década de 90 e início dos anos 2000, tempos de dança no Dom Bosco.
No passado, entre final da década de 90 e início dos anos 2000, tempos de dança no Dom Bosco.

Dançar marcou a vida delas entre a década de 90 e o início dos anos 2000, quando no Colégio Dom Bosco, as alunas tinham aulas com a professora Cris. O frio na barriga antes de cada apresentação, a coreografia formada em conjunto, as histórias de camarim, os aplausos que coroavam cada trabalho. Depois de se despedir das meninas, 15 anos atrás, Cris conseguiu acompanhar algumas pelas redes sociais, mas vê-las de pertinho, em raras oportunidades. O reencontro trouxe à tona os sentimentos da época e falam muito mais sobre a saudade de um tempo bom. 

Elas se organizaram depois que Cris encontrou uma das alunas e comentou da vontade que tinha de se reunir com todas. Em uma semana, cada uma ajeitou na agenda um horário para matar as saudades. "Muitas saudades e papo para colocar em dia. Vou abraçar vocês de novo, já pensaram o que isso significa pra mim? Não tenho mais unha pra roer", postou, brincando, Cristiane Araújo Freire. 

O encontro com o passado aconteceu na casa de Cris, numa das noites desta semana, no bairro Santa Fé e a emoção foi grande. "Eu não a via há 15 anos e ver que as pessoas têm um carinho por você, pelas lembranças", conta a jornalista Mariana Castelar, de 31 anos. Dançarina à época, hoje ela vê na filha Helena, de 5 anos, um pouquinho do que já foi no passado. A pequena conheceu as amigas de dança da mamãe no encontro e também pelas fotos, quando elas tinham entre 8 e 12 anos.

Meninas em apresentação de final de ano.
Meninas em apresentação de final de ano.

"Ela faz balé desde os 2 anos, eu quis passar um pouco dessa cultura, porque me influenciou muito. A Cris era sensacional", resume. Na memória, vem de imediato o nervosismo e a expectativa das apresentações que abriam os jogos salesianos, ou as de final de ano. "A gente menina, de 13 anos, tentando se maquiar, era um clima muito gostoso e uma coisa profissional e relembrar isso foi muito bom".

Foram as histórias de camarim que vieram à tona para a também jornalista Juliana Comparin, de 30 anos. A maioria das colegas que encontrou ali, Juliana não via há anos. "Uma reunião de todas mesmo, já tinha uma década. A gente relembrou os momentos de camarim, fomos contando histórias, rindo", descreve. Cada uma das meninas teve também voz para falar do presente, de quem se tornou, de quem Cris, a professora, ajudou a formar.

"A gente foi falando da vida de cada uma, como está hoje, para saber um pouquinho do caminho que cada uma seguiu depois daquela época", completa. Reviver o passado foi, para ela, reencontrar com o balé, que esteve tão presente durante anos.

"Continuei dançando, faz parte da minha história. Vê-las me trouxe de volta a alegria da dança, o que ela me deu e me dá até hoje. Dançar em conjunto era aprender a viver em conjunto", reflete Juliana.

Reencontro com o passado foi na ponta dos pés.
Reencontro com o passado foi na ponta dos pés.

Resgatar o que ficou no passado trouxe de volta um brilho nos olhos da professora. Cris era anfitriã, mestre e a grande homenageada da noite. Algumas das ex-alunas ela via por Facebook, acompanhava carreira, constituição de família, poucas chegou a ver pessoalmente depois das aulas.

"Eu brinco que sou espiã da vida delas, vou olhando para saber como elas estão, o que estão fazendo. Sou apaixonada por elas", diz Cris. As meninas marcaram tanto a vida da professora que ela tenta encontrar palavras para traduzir o sentimento.

"Vi uma frase que acho que traduz: não falta amor, falta amar e foi isso que a gente sentiu. O que me encanta é que olho para elas e eu me lembro como elas chegaram às aulas e como saíram. Não eram mais as mesmas, elas mudaram".

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"Não falta amor, falta amar", resume professora.
"Não falta amor, falta amar", resume professora.
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