Estudante de Direito vai representar MS no Miss Brasil Nikkey
Após viver um processo de autoaceitação, Mariáh será porta-voz da terceira maior colônia japonesa do País
Aos 20 anos, a estudante de Direito Mariáh Arakaki está de malas prontas para um momento que será marcante. Neste sábado (12), a modelo e estudante de Direito representará Mato Grosso do Sul no Miss Brasil Nikkey 2025, que acontece em São Paulo. Na competição, a campo-grandense será porta-voz do Estado que abriga a terceira maior colônia japonesa do País.
Muito além da coroa de miss, a jovem carrega na bagagem uma história de autoaceitação e amor à cultura japonesa.
Mariáh conta que o primeiro contato com o universo das misses aconteceu em 2023, quando se inscreveu no concurso incentivada por amigos e familiares. “Na época, eu pensava que não era algo para mim. Sempre imaginei uma miss como uma mulher muito alta e diferente de mim”, lembra.
Mesmo cheia de dúvidas, ela decidiu tentar. “Fiz a inscrição apenas por teste, sem muitas expectativas”, revela. No entanto, a aposta deu muito certo. Logo na estreia nas passarelas, a jovem foi eleita princesa Nikkey, título que abriu portas para um processo profundo de transformação interna.
“Eu ainda era muito insegura com relação a minha e à minha ascendência. Já tinha ouvido muitos comentários que mexiam comigo e me deixavam para baixo”, revela.
Mas foi no palco, cercada de outras candidatas, que Mariáh começou a se olhar com carinho e fortaleceu à conexão com suas origens. “Ali eu pensei que o que me faz diferente no meio onde vivo é justamente o que eu tenho de mais bonito. Ali aprendi a me amar de verdade e me senti mais confiante”, afirma.
A decisão de continuar no mundo dos concursos veio naturalmente. Em 2024, ela voltou para a competição e conquistou o título máximo de Miss Nikkey Mato Grosso do Sul. Agora, pronta para a etapa nacional, Mariáh se sente fortalecida. “Hoje eu sei que sou uma representante da minha família e da comunidade nipo-brasileira. Já me sinto uma vencedora só por poder levar essa bandeira”, avalia.
A força que move Mariáh vem da família. Os avós, por parte de pai e mãe, trouxeram na bagagem a disciplina e os valores japoneses. “Eu carrego muito forte o respeito pelos mais velhos, a hierarquia, a força de vontade. Não existe preguiça, existe correr atrás do que é seu. E, claro, os pequenos costumes como tirar o sapato antes de entrar em casa, os rituais à mesa, as comemorações”, conta.
No concurso nacional, em comemoração aos 130 anos de amizade entre Brasil e Japão e aos 117 anos da imigração japonesa no País, Mariáh vai desfilar com traje de gala e furisode, um kimono com mangas longas, tradicionalmente usado por jovens solteiras. “As cores vibrantes e o comprimento das mangas representam juventude e alegria. Eu estou muito animada”, diz.
Nesta quinta-feira (10) ela embarca para São Paulo, já com todos os trajes prontos. Apesar da ansiedade, Mariáh está confiante. “Eu tenho o coração em paz. O que for para ser, será. Só de estar ali, já estou representando meus pais, meus avós, minha história. Isso já é a maior vitória”, afirma.
Na competição, a campo-grandense poderá repetir o feito da estudante Nathalia Monteiro, de Nova Andradina, que em 2018, trouxe para Mato Grosso do Sul o título inédito de Miss Brasil Nikkey.
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