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Comportamento

Figura mais assídua na Câmara dos Vereadores, Buiu ganhou crachá de patrimônio

Paula Maciulevicius | 23/05/2017 07:12
Buiu tem 48 anos e na verdade se chama Edvaldo. (Foto: Marina Pacheco)
Buiu tem 48 anos e na verdade se chama Edvaldo. (Foto: Marina Pacheco)

Nos corredores da Câmara Municipal de Vereadores de Campo Grande, não tem figura que esteja mais feliz que Buiu, exibindo o novo crachá. "Ganhei dos caras da imprensa, eles que fez pra mim, o pessoal da casa", explica. Na identificação está "Buiu" e o cargo: "Patrimônio Público". 

Quem passa pelos terminais de ônibus ou frequenta a Câmara de Vereadores sabe de quem o Lado B está falando. Edvaldo Batista Nunes, que ganhou o apelido de "Buiu", por conta do programa "A praça é nossa", tem 48 anos. Um personagem que diz ir a casa de leis todos os dias, de terno, boné e uma coleção de jornais, desde a época em que o presidente era o vereador Antônio Braga.

"Todo dia venho de ônibus lá das Moreninhas, moro lá há 20 anos", conta. O tempo exato em que encara essa rotina quase como expediente Buiu não sabe calcular, mas, pelas contas, seria pelo menos desde 1997, usando como referência o ano em que Antônio Braga foi presidente. 

Crachá foi presente da assessoria de imprensa da Câmara, em reconhecimento à figura. (Foto: Marina Pacheco)
Crachá foi presente da assessoria de imprensa da Câmara, em reconhecimento à figura. (Foto: Marina Pacheco)

"Eu sou da parte do povo, ajudo os vereador na campanha, dou uma forcinha pra eles também", descreve sobre sua função.

Nas sessões, Buiu relata que fica quietinho, "em silêncio" e que "gosta do povo e o povo gosta de mim". Como parte das atribuições que tomou para si, ele também fiscaliza o café, para ver se não tem ninguém derrubando ou abrindo a garrafa. "Não deixo fazer bagunça, tem que ter respeito", justifica.

Aposentado pelo "ISS", como ele diz, Buiu tem a ingenuidade de um menino, apesar da idade, e por vezes concorda com o que as pessoas contam sobre ele. "Chega aqui às 7h em ponto", fala de longe uma das recepcionistas. E só vai embora depois que acaba a sessão.

Buiu cuida também das garrafas de café na Câmara. (Foto: Marina Pacheco)
Buiu cuida também das garrafas de café na Câmara. (Foto: Marina Pacheco)

Pelos corredores, ele cumprimenta todo mundo e todo mundo o cumprimenta. O papel da casa, segundo Buiu, é o de "mudar". "Pra vê se muda, a Câmara é dos vereadores, vem prefeito, vem povo, vem pra mudar, pra ver se muda os buracos, emprego, limpeza na cidade", exemplifica o que enxerga há tantos anos lá dentro.

O crachá que ele ganhou não gerou custo nenhum para a Câmara e veio dos assessores de imprensa da casa, depois de Buiu muito pedir. Se ele também queria ser um vereador? "Não, eu não. Meu irmão foi vereador, o Chocolate", responde.

Quem o vê diariamente relata que, fora cuidar da bagunça, Buiu sai de gabinete em gabinete para avisar que o prefeito chegou ou que o ônibus que leva os funcionários às sessões comunitárias está saindo. O projeto itinerante também é acompanhado por Buiu.

"É que não pode ficar em casa. Ficar em casa dá doença, dá coisa na gente, a gente fica nervoso", explica sobre a sua rotina.

Buiu também se diz católico e fala que vai à igreja todos os dias. Quando a Câmara entra em recesso, ele responde que passeia em vez de ir trabalhar.

A única coisa que ele desconversa é sobre o voto. "Meu voto é secreto. Eu chego lá na maquinha e bibibi", imita os barulhinhos da urna eletrônica. E o que um candidato precisa discursar para ganhar o voto de Buiu? "Meu voto? Ele tem que mudar, mudar o Brasil", resume.

Mais presente que muito vereador, quando Buiu percebe a ausência frequente de algum, diz que bronca não dá, mas manda o recado: "vamo trabalhar vereador, vamo tampar buraco".

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"Vamo trabalhar vereador!" diz Buiu na hora de puxar orelha. (Foto: Marina Pacheco)
"Vamo trabalhar vereador!" diz Buiu na hora de puxar orelha. (Foto: Marina Pacheco)
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