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Comportamento

Filho pedala 1.500 km para levar cinzas do pai ao lugar de infância

Jornada foi um sonho realizado de conhecer local onde o avô viveu e retornar cinzas do pai ao mágico lugar da sua infância

Thailla Torres | 07/08/2020 06:51
Frederico e o amigo Weimar pedalaram 1500 km para realizarem um sonho. (Foto: Arquivo Pessoal)
Frederico e o amigo Weimar pedalaram 1500 km para realizarem um sonho. (Foto: Arquivo Pessoal)

Depois de pedalar 1.500 quilômetros durante cinco dias, remar 9 horas pelo rio Paraguai, entre ariranhas, capivaras e jacarés, e ser recebido com uma noite de lua cheia, o brasiliense Frederico Augusto Santa Rita Peres de Ataíde Gall, de 47 anos, chegou ao Forte Coimbra, uma construção localizada às margens do rio, na fronteira com o Paraguai e a Bolívia, no distrito de Coimbra, município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul. A jornada foi um sonho realizado para conhecer o local onde o avô viveu e retornar as cinzas de seu pai ao mágico lugar da sua infância.

A jornada de dias foi realizada ao lado do amigo Weimar Pettengill, multi atleta e jornalista, que também cresceu em Mato Grosso do Sul, e fez questão de compartilhar uma aventura cheia de histórias, família e amizade. Juntos reafirmaram que a vida é breve, e importante demais para não ser vivida em sua plenitude.

Durante os dias de viagem o sofrimento virou desafio, desconforto virou piada entre amigos, mas não teve sol quente, vento, sede ou fadiga que os fizessem desistir. Escoltados por outro companheiro que levava mantimentos, água potável e a canoa para o trecho da viagem feito pelo rio, os dois amigos encararam a pedalada com força e compartilham detalhes nas redes sociais com muita sensibilidade.

Jornada foi finalizada com 9 horas de canoagem. (Foto: Arquivo Pessoal)
Jornada foi finalizada com 9 horas de canoagem. (Foto: Arquivo Pessoal)

O motivo da viagem se deu com um sonho de Frederico, que já foi atleta de corrida de aventura e hoje trabalha como confeiteiro em Brasília (DF). Seu avô, Camillo Commoreto Gall foi comandante, na década de 50, do Forte Coimbra, considerado marco fronteiriço entre Brasil, Bolívia e Paraguai. Erguido em 1775, a construção imponente é a primeira visão para quem sobe o Rio Paraguai, vindo da Bolívia. Histórica, a estrutura ainda serve de instalações para militares na região.

Para Frederico, o Mato Grosso do Sul e o Forte, em especial, tem grande importância na história da família, e o gesto de depositar as cinzas de seu pai, que sempre quis voltar ao Pantanal, mas faleceu em 2014, foi uma realização de um sonho no recanto da natureza.

“Eu já sabia que teria um resultado transformador, mas posso dizer que foi uma experiência única em minha vida. Infelizmente não tive contato com o meu avô e meu pai sempre contou as histórias dele. Quando ele estava vivo, a gente sempre pensou em ir até lá, mas nunca deu certo, havia sempre uma limitação. Esse ano eu decidi realizar esse sonho”, conta Frederico.

Frederico durante cerimônia em que jogou as cinzas do pai no Forte Coimbra. (Foto: Arquivo Pessoal)
Frederico durante cerimônia em que jogou as cinzas do pai no Forte Coimbra. (Foto: Arquivo Pessoal)

Do asfalto à água, no pedal e no remo, não houve preguiça para esses dois amigos realizarem o sonho de chegar ao Pantanal e ao Forte Coimbra. Ao final da jornada, escoltado pelo Comandante do Forte, recebido pela Guarda Imperial, registrado pelo amigo Weimar, Frederico recebeu as homenagens da tropa e seguiu para as margens do rio Paraguai para terminar a missão em uma canoa. Ele o amigo remaram até o leito do rio para as devidas homenagens ao pai de Frederico e retornaram suas cinzas ao mágico lugar de infância. “Das tardes mais emocionantes que já tive a oportunidade de presenciar”, descreveu o amigo e jornalista Weimar.

Frederico diz que se emocionou em cada detalhe. Refez uma das fotos de infância do pai, se comoveu ao ver as atividades dos militares, entrou na gruta que durante anos o pai contou histórias, nadou na leveza das águas do rio Paraguai como um menino.

“E o mais incrível de tudo, numa noite de lua cheia, com o rio calmo, vi cair uma estrela cadente. Naquela hora eu tive certeza que meu pai e o pai do meu amigo estavam conosco, orgulhosos daquela realização de sonho”.

Veja mais fotos da jornada na galeria de imagens.

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Pai de Frederico no Forte Coimba. (Foto: Arquivo Pessoal)
Pai de Frederico no Forte Coimba. (Foto: Arquivo Pessoal)

Frederico no mesmo lugar onde o pai fez a foto na infância. (Foto: Arquivo Pessoal)
Frederico no mesmo lugar onde o pai fez a foto na infância. (Foto: Arquivo Pessoal)



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