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Comportamento

Graças a convite especial, idosos do Asilo São João Bosco conheceram o cinema

Anny Malagolini | 07/12/2013 07:37
Idosos do asilo "São João Bosco", no cinema (Foto: Cleber Gellio)
Idosos do asilo "São João Bosco", no cinema (Foto: Cleber Gellio)

Alguns não iam ao cinema desde a juventude – época do namoro às escuras. Outros assistiram ao último filme há mais de uma década. Mas na tarde de ontem, os bons tempos voltaram, pelo menos para senhores e senhoras que resolveram deixar o asilo para uma tarde diferente.

Mesmo com o calor insuportável em Campo Grande, graças ao apoio dos  mais jovens, eles encararam o programa no cinema, com a comédia “As aventuras de Crô”. A sessão na rede "UCI" teve treze convidados especiais do asilo São João Bosco.

A coordenadora da entidade, Josineth de Oliveira Pereira, de 35 anos, conta que convites como o de levar os idosos a um passeio são cada vez mais raros, dependem de empresas ou doações. “Mas sempre pedimos passeios e tentamos fazer por conta própria na falta de convite”, explica sobre a busca de parceiros.

O asilo tem cerca de 100 idosos e o convite feito pelo cinema não tinha número limitado. Mesmo assim, Joseneth revela que apenas 26 se interessaram. Mas no dia, o número caiu pela metade. “Eles chegam a um ponto que fica reclusos, inventam desculpas para não sair e a maioria prefere novela”, comenta.

No grupo mais animado que resolveu deixar a casa de repouso no bairro Tiradentes para um empreitada do outro lado da cidade, a maioria tem uma dificuldade à mais, além da idade. Sete deles dependem de cadeiras de rodas e só conseguiram entrar na sala de exibições porque a rede preza a acessibilidade e tem espaço especial para cadeirantes.

Neide Nogueira, de 82 anos, conta que quando era “mocinha” costumava ir ao cinema para namorar, mas na vida adulta, o divertimento desapareceu da rotina. O jeito foi se contentar com a tela pequena. “Às vezes vejo na televisão”, comenta.

Ir ao cinema geralmente é do tipo programa romântico, ideal para ser feito a dois, mas José Sebastião de Brito, de 63 anos, deu o “balão” na namorada e foi assistir ao filme sozinho. Mesmo assim, diz que a cabeça estava longe, ainda com a amada no asilo, e perdeu boa parte do enredo. "Não lembro direito do que era".

Foi também a oportunidade para quem nunca entrou em uma sala de exibições, como Januário de Souza, de 64 anos. Com dificuldades na fala, ele força para deixar claro o que achou da experiência “É a melhor forma de assistir um filme”.

Depois da sessão, ninguém seguiu direto para casa. O grupo teve direito a uma parada na praça de alimentação. O lanche veio de "casa". Começou com pão de queijo, guaraná e torta de frango e, de sobremesa, as balas que não entraram no cinema. 

O lanche veio de casa e foi a base do pão de queijo, guaraná e torta de frango e de sobremesa: balas.(Foto: Cleber Gellio)
O lanche veio de casa e foi a base do pão de queijo, guaraná e torta de frango e de sobremesa: balas.(Foto: Cleber Gellio)
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