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Comportamento

Há 1 ano casal de idosos vivem no maior love, mas o namoro é moderno

Elverson Cardozo | 12/06/2013 08:30
Laurinha e seo Tanaka namoram há 1 ano. (Foto: Cleber Gellio)
Laurinha e seo Tanaka namoram há 1 ano. (Foto: Cleber Gellio)

O romance entre Laurelina Cristaldo Andrade e Shinji Tanaka é a prova de que o amor, como prega o ditado popular, não tem idade. Ela está prestes a completar 73 anos. Ele tem 76. Aposentados, os dois se conheceram em um CCI (Centro de Convivência do Idoso). Foi paixão à primeira vista.

Seo Tanaka, como é conhecido, estava ficando depressivo em casa. Não queria fazer mais nada. Desde que a esposa morreu, há mais de 20 anos, não firmou em nenhum outro relacionamento. Como bom namorador, ficou apenas nas paqueras, mas chegou um dia que a solidão, cruel, bateu à porta.

A neta, Bianca Tanaka Tshukamoto, de 22 anos, percebeu a tristeza do avô e, querendo vê-lo sorrir novamente, tratou de incentivá-lo a frequentar um CCI. Não poderia ter feito melhor. Logo no primeiro dia, Shinji Tanaka “enxergou” Laurelina, a Laurinha, como a idosa costuma ser chamada. Sem muita inspiração na arte do chaveco, ele apelou, graças à “dica” dos amigos - “veteranos” no CCI e, claro, na arte da conquista -, para a doença.

Descobriu que a pretendente sofria, como ele, de “esporão” - inflamação no tecido que recobre os músculos da sola do pé. Não perdeu tempo. Sorrateiro, esperto que só, foi perguntar o que a mulher fazia para tratar da enfermidade.

Não deu outra. Dona Laurinha, que ficou viúva aos 60 anos, caiu no “golpe” e, para a felicidade do galã, acabou apaixonada. Na verdade, hoje ela confessa, já estava “caidinha”. “Quando eu vi ele meu coração fez ‘tchaaan’. Começou a bater mais forte”, disse.

Ela não vive sem ele. Ele nem cogita ficar longe dela. (Foto: Cleber Gellio)
Ela não vive sem ele. Ele nem cogita ficar longe dela. (Foto: Cleber Gellio)

O primeiro beijo, contou, rolou naturalmente. Os dois foram se aproximando, ficando pertinho e, de repente, estavam entregues ao amor. O namoro foi oficializado um mês depois. Agora é só love. Ele nem imagina ficar longe da amada. Ela sequer pensa nisso. Todos os dias os dois se encontram, no CCI, em casa ou em uma viagem combinada. Viraram o “casal 20" do Centro de Convivência dos Idosos.

Notadamente mais “tagarela”, Laurinha comenta que os professores são os que mais torcem pelo sucesso do romance, mas a família também apoia. Ela tem um filho, casado, de 38 anos. Ele, pasmem, tem 8 herdeiros. “Meu avô sempre foi muito namorador”, conta a neta. No posto de “atual”, Laurelina diz que isso não importa e prefere, assim como ele, viver o presente. Se existe, qual a vantagem de “desenterrar” o passado?

O presente, aliás, está sendo vivido de forma intensa. Apesar da paixão avassaladora, nenhum deles tem plano de casar. “Ah, eu acho que na idade que estamos, eu com 72 e ele com 76, é melhor viver assim”. Tanaka concorda e, decidido, sentencia, sem perder tempo: “Do jeito que está, está bom”.

O beijo apaixonado. (Foto: Cleber Gellio)
O beijo apaixonado. (Foto: Cleber Gellio)

Apaixonados, Shinji e Laurelina não escondem que estão doidinhos um pelo outro, mas preferem, ao contrário de muitos “novinhos”, a discrição. Nada de “esfregação” no meio da rua, declarou a idosa. O “algo mais” pode ser na casa dela ou na dele, até porque os dois não vivem juntos. E, aliás, nem pretendem.

Para o encontro com o a equipe do Lado B, dona Laurinha saiu do Lageado, onde vive sozinha. Seo Tanaka deixou a residência, no bairro Guanandi, e seguiu para a Ary Coelho acompanhado da neta. Ao final, os dois, que se declaram publicamente, saíram de mãos dadas, como dois pombinhos. Antes, resumiram os 12 meses de namoro.

“É muito legal”, disse o cavaleiro que pouco fala. “É tudo de bom. Antigamente, quando estava sozinha, vivia triste. Agora estou alegre”, proferiu a dama comunicativa, momentos depois de comentar que o companheiro, graças ao amor, não é mais depressivo.

O amor é "das antigas", mas o romance é moderno. (Foto: Cleber Gellio)
O amor é "das antigas", mas o romance é moderno. (Foto: Cleber Gellio)
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