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Comportamento

Menino jornalista deixou a certeza de que morreu feliz e na melhor fase da vida

Paula Maciulevicius e Amanda Bogo | 17/12/2016 13:05
Plantação da muda de ipê hoje, na UFMS, feita por amigos e familiares de Michel. (Foto: Raquel de Souza)
Plantação da muda de ipê hoje, na UFMS, feita por amigos e familiares de Michel. (Foto: Raquel de Souza)

De riso fácil e abraço acolhedor, o que ficou de Michel foi o filho, amigo, profissional e ser humano. Quem cruzou com ele no caminho de uma breve vida, de 25 anos e oito meses, tinha a certeza disso. A mesma que a mãe hoje se apega para continuar: o filho estava feliz e vivia o melhor momento de sua vida.

Michel Lorãn era rostinho conhecido na TV. Repórter da TV Morena, morreu de um aneurisma, em outubro, aos 25 anos. Ele passou mal em Corumbá, cidade onde morava com a avó e trabalhava, foi socorrido, mas se despediu na Santa Casa da Capital. Uma coisa que ninguém imagina que possa acontecer a um menino doce e que tinha um futuro todo esperando por ele pela frente. 

Michel comemorando o sonho realizado, de ser repórter em Corumbá. (Foto: Reprodução/Facebook)
Michel comemorando o sonho realizado, de ser repórter em Corumbá. (Foto: Reprodução/Facebook)

São as lembranças de quem escolhia pelo amor que ficaram aos familiares e amigos e a sensação de que ele viveu intensamente o tempo que lhe foi curto por aqui. "Nesses últimos meses, de julho para cá, foram momentos que vivemos entre família intensamente. O Michel estava muito feliz profissional e pessoalmente. Ele me dizia: 'mãe, estou bem, feliz'. E foi isso que ficou", conta a dona de casa, Maísa Ribeiro Amaral, de 43 anos.

Na manhã deste sábado (17), quase dois meses depois da partida, amigos e a família de Michel plantaram uma muda de ipê amarelo na UFMS, instituição onde Michel se formou jornalista em 2014.

"Ele se foi, mas ficou a certeza de que ele estava feliz, fazendo as coisas que ele gostava, com as pessoas que ele amava e eu só tenho a agradecer a Deus por ter me dado o Michel de presente por 25 anos e oito meses", emociona a mãe.

A ideia do ipê veio dos colegas de turma de Michel e a escolha do lugar, uma homenagem ao que ele mais gostava de fazer. Os sonhos do repórter agora estão pertinho do estúdio de telejornalismo da Universidade.

A mãe, Maísa, colocando a placa com a frase que achou no livro que Michel lia: "Depois da morte e ressurreição da semente, a flor é a recompensa". (Foto: Raquel de Souza)
A mãe, Maísa, colocando a placa com a frase que achou no livro que Michel lia: "Depois da morte e ressurreição da semente, a flor é a recompensa". (Foto: Raquel de Souza)

"Ele tinha uma missão aqui e cumpriu: foi de plantar, deixar o amor em cada pessoa, em cada lugar onde ele passou, em quem ele conheceu. O Michel amava a vida e a viveu intensamento. É isso que me conforta e eu sinto ele dizer: 'mãe, eu estou bem, não fica assim'.

Ao redor da árvore, floresceu também uma frase simbólica, encontrada pelo irmão de Michel, no livro que ele estava lendo, do padre Fábio de Melo.

"Depois da morte e ressurreição da semente, a flor é a recompensa".

"Ele era uma pessoa de fé, que amava Deus acima de tudo e ele deixou marcado nessa página, acho que queria que lembrássemos desta frase e para a gente significa muito", comenta Maísa.

De "in" para suportável, a dor da mãe é amenizada pelo apoio dos amigos. A partida de Michel mostra diariamente à Maísa o quão querido o filho era.

"Ele deixou um exército para me proteger, vários sinais de coisas boas dele. Ganhei muitos filhos, muitos amigos e irmãos que eu não esperava".

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