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Comportamento

Na avaliação do Uber, você é do tipo 5 estrelas ou virou passageiro caroço?

Tem usuário que diz ter recebido nota baixa só porque é fã da Cássia Eller

Thailla Torres | 04/01/2018 09:00
Luiz já deu nota baixa para passageiro que acha que é dono do carro. (Foto: André Bittar)
Luiz já deu nota baixa para passageiro que acha que é dono do carro. (Foto: André Bittar)

Não é só motorista de Uber que leva nota baixa. Tem muito passageiro "caroço" reprovado na avaliação do aplicativo. Todo mundo quer ganhar a nota máxima, um 5. Mas já teve gente que entrou no carro bem e saiu com 1 estrela aqui em Campo Grande. Lado B bateu um papo com alguns motoristas para saber os segredos que tornam um passageiro do Uber bem avaliado, e entender o perfil dos clientes "reprovados".

Eles juram que evitam dar menos que cinco estrelas para os passageiros, mas nem sempre isso é possível. Luiz Eduardo Alberton,  de 30 anos, está há um ano na Uber e já fez 1,7 mil viagens. Em algumas situações justifica que foi preciso dar uma estrela ao passageiro por ser folgado.

Luciana diz que tem histórias que renderiam um livro.
Luciana diz que tem histórias que renderiam um livro.

"Uma vez fui buscar uma passageira na periferia e quando cheguei, ela foi tirar roupa da máquina de lavar, estender no varal, conversar com os netos e só depois de 10 minutos de espera, embarcou", reclama.

O tempo de espera é uma das principais queixas, afirma Luiz, mas nada supera a falta de respeito com o veículo. "Tem cliente que acha que é dono do carro. Entra com criança com sapato cheio de lama e deixa limpar no banco, joga papel e bate a porta. Coisas que a gente não deve fazer no carro de ninguém".

Mesmo assim ele diz que raramente dá uma nota baixa. "Eu evito, só se for muito abusivo, mas na maioria a gente acaba sendo maleável", afirma Luiz.

Já Luciana Godoy, de 44 anos, diz que tem histórias que renderiam um livro. Ela recorda que, recentemente, dois passageiros entraram no carro e informaram que o destino era diferente do informado no aplicativo. No meio do caminho, pediram para que ele diminuísse o volume o som e começou a gritaria.

"Colocaram um funk pesadão e cantavam gritando como se fosse o hino nacional. Ainda por cima ficaram me chamando de mina e de repente mandaram eu parar o carro e fugiram apé, sem pagar a viagem", lembra.

Em alguns casos a falta de bom humor e até cheiros desagradáveis, também foram os maiores incômodos. "Já tive passageiro que soltou pum com os vidros fechados".

Os motoristas também garantem que sentar no banco da frente, puxar papo e até embarcar com a galera animada após a balada não são motivos para ficar mal na avaliação. Na visão deles, é tudo questão de ser educado e respeitar o motorista. "Apenas um bom dia ou boa tarde já é o suficiente. A gente acaba dando cinco estrelas porque é complicado julgar e você nunca sabe como está o dia daquela pessoa que as vezes só está em momento ruim", diz Luciana.

Mas tem gente que já recebeu nota baixa sem ter feito muita coisa. O estudante Jean Lescano, de 18 anos, ganhou 4 estrelas do motorista por conta do seu gosto musical. "Só porque eu falei que Cássia Eller era melhor que Ana Carolina", diz. Insatisfeito com a nota, Jean decidiu informar a situação a Uber e até conseguiu entrar em contato com o motorista para continuar debatendo o assunto. "Conversamos e até nos tornamos colegas. Ele ainda me explicou, rindo, que fez isso por conta do meu comentário".

Apesar da negação de motoristas sobre existir uma melhor forma de pagamento, o jornalista Lucas Lourenço, de 31 anos, já viu a nota cair de 4.95 para 4.6 só porque passou um tempo fazendo pagamentos em dinheiro. "Fiquei usando por um tempo a minha conta do Uber para deslocamento no meu trabalho e a empresa pedia para fazer o pagamento em dinheiro. Quando os motoristas viam, logo ficavam de cara e eu só via minha nota caindo.

A página oficial do Uber ensina como ser um passageiro exemplar. Entre as dicas está o respeito, não xingar, não gritar ou bater violentamente a porta do carro.

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