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Comportamento

Na cola de Sara Sheeva, Campo Grande também tem "Culto das Princesas"

Elverson Cardozo | 02/07/2014 06:23
Líder da Célula das Princesas, Fran ouve muitas críticas, mas não se importa. (Foto: Marcelo Victor)
Líder da Célula das Princesas, Fran ouve muitas críticas, mas não se importa. (Foto: Marcelo Victor)

Sarah Sheeva, pastora que expulsa a “cachorrada” no Culto das Princesas, pelo jeito tem feito escola. Além de acumular seguidoras e reunir centenas de jovens em seus congressos de santificação, a filha da cantora Baby Consuelo vem, de certa forma, inspirando líderes religiosos de todo país.

Em Campo Grande não é diferente. Na Capital do Mato Grosso do Sul, quem procura já encontra eventos e grupos semelhantes, muito bem organizados e, aliás, com participantes fervorosas que defendem suas crenças.

Um deles é a “Célula das Princesas”, liderada pela acadêmica de publicidade e propaganda Francyelly Batista, de 19 anos, da igreja El Shaddai. É um grupo composto só por mulheres, jovens, 6 no total, e que existe há pelo menos 2 anos.

Surgiu com a proposta de reunir as “meninas dos olhos de Deus” e ensinar a elas o “bom caminho” dentro dos preceitos bíblicos. Nos encontros, Fran, como é chamada, trata todas como princesas, fala de relacionamento, ministra a palavra, compartilha experiências, debate e tira dúvidas.

“A gente aprende a ter um bom comportamento com as pessoas, em como ter um palavreado adequado...”, exemplifica. Aprende, também, que sexo é só depois do casamento. “O namoro de uma princesa é na santidade. Beijo é liberado, opcional na verdade, porque hoje em dia eu acho difícil”, esclarece.

Grupo se comunica pelo Whatsapp. (Foto: Marcelo Victor)
Grupo se comunica pelo Whatsapp. (Foto: Marcelo Victor)

Se o negócio começa a pegar fogo, é só afastar, “ficar uns dias sem se ver”, ensina. Não há um manual, nem proibições ou regras prontas, ao contrário, são ensinamentos. Segue quem quer. “As pessoas tem livre arbítrio”, pontua.

Mas as críticas são inevitáveis. “A gente ouve cada coisa, mas eu não ligo não”. A estudante de direito Loren Mota, de 20 anos, uma das princesas da célula, comenta a mesma coisa, mas diz que consegue impor limites nas brincadeiras desagradáveis. “Hoje em dia minhas amigas me respeitam muito porque eu realmente vivo o que falo. Não é da boca para fora”.

O grupo, para ela, é um lugar para ficar mais próxima de Deus. As reuniões, que acontecem na casa da líder, todos os sábados, servem para falar do dia a dia, trocar experiências, encontrar apoio e meditar.

“Me considero uma princesa mesmo, porque acho que toda menina merece seu valor e na palavra está escrito que somos filhas do rei e, sendo filha dele, somos princesas”, prega. Loren não julga quem usa roupas curtas, por exemplo, mas se preocupa com as próprias vestimentas.

“A gente não usa saião não, mas também não é curtíssimo. Me preocupo com a imagem que vou passar para a sociedade”, diz.

Culto das Meninas, na terceira Igreja Batista. (Foto:  Everson Cabral)
Culto das Meninas, na terceira Igreja Batista. (Foto: Everson Cabral)

E foi justamente essa preocupação que fez Viviane Caetano, de 29 anos, falar de moda e maquiagem do Culto das Meninas, outro evento do gênero promovido pela terceira Igreja Batista de Campo Grande. “A gente ensina, mostra qual a vontade de Deus na vida delas. Teve uma vez que falamos das vestimentas, o que fica legal e o que é vulgar. Pegamos vídeos da internet”, conta.

A ideia surgiu depois que ela participou de um congresso de mulheres promovido pela cantora Ana Paula Valadão, em Belo Horizonte, mas o projeto só foi posto em prática no início de 2012.

“Foi algo que Deus colocou no meu coração. Na fase da adolescência, a gente começa a ver coisas diferentes, quer conhecer rapazes e acaba se envolvendo com coisas que não vão ser boas, mas isso acontece porque não tivemos instrução da vontade do pai para nossas vidas. e aí, muitas vezes, perdemos nossa identidade”, explica.

Sexo é outro assunto que está sempre em pauta. A relação é permitida, desde que seja, “dentro da aliança do casamento”. “Muitas vezes a menina é super apaixonada, carente, e até por falta de uma família estruturada, acaba se entregando”, relata. O Culto das Meninas é, nesse sentido, de acordo com a interpretação dela, esclarecedor.

Há outros grupos do tipo pela cidade. A Igreja Evangélica de Campo Grande tem, por exemplo, o Culto das Moças e das Mulheres.

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