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Comportamento

Na quarentena, mãe cozinha, pai lava louça e filhos arrumam brinquedos

Na casa de Renata, família aprendeu dividir as tarefas para rotina não ficar cansativa e tornar os dias mais leves e organizados

Alana Portela | 05/06/2020 07:04
Laura sentada no chão após posicionar as pedrinhas formando a frase "melhor possível". (Foto: Arquivo pessoal)
Laura sentada no chão após posicionar as pedrinhas formando a frase "melhor possível". (Foto: Arquivo pessoal)

A divisão de tarefas foi o jeito que família encontrou para não tornar a quarentena ainda mais cansativa, em Campo Grande. Isolada desde março, Renata Gamar conseguiu fazer os filhos e esposo trabalharem em equipe, desta forma, não fica pesado para ninguém. Desde então, os dias têm sido mais leves e organizados.

“É importante porque não fica sobrecarregado para ninguém e para as crianças principalmente, que entendem a importância de ajudar. Quando todos colaboram, o serviço fica pronto mais rápido e eles com mais tempo livre pra brincar”, diz Renata.

Renata Gamar cuida do preparo da comida. (Foto: Arquivo pessoal)
Renata Gamar cuida do preparo da comida. (Foto: Arquivo pessoal)

Aos 42 anos, ela mora no bairro Guanandi com o esposo Eder Allis Nantes e os filhos, Laura de 9 anos, Daniel de 5 e Maurício de 2. A família já era unida muito antes da quarentena, no entanto, quando o vírus se espalhou pela Capital, pais e filhos tiveram de se isolar, o que fez aumentar ainda mais a parceria.

“No início da pandemia, estava de férias do serviço e havia feito uma cirurgia. Então, foi meio tenso administrar eles todos em casa, com energia e em repouso. Nos dias de trabalho do marido tinha que deixar eles com a sogra, que era quem me ajudava com eles antes de perder o emprego”, conta ela.

Eder é enfermeiro, está na linha de frente na batalha contra o coronavírus e segue a escala de trabalho de dia sim e dia não. “Ele não parou de trabalhar, porém, quando não está no serviço, ficamos todos realmente em casa. Só sai mesmo para ir ao mercado”, diz a esposa.

Eder Allis Nantes lavando a louça que está na pia da cozinha. (Foto: Arquivo pessoal)
Eder Allis Nantes lavando a louça que está na pia da cozinha. (Foto: Arquivo pessoal)

A epidemia do vírus pegou todos de surpresa e foi complicado lidar com a situação nas primeiras semanas. “Está bem difícil porque as crianças gostam de espaço e aqui dentro não tem. Gostavam de sair para andar de bicicleta, ir ao parque e agora, raramente andam na calçada de casa”, relata a mãe.

Vendo a situação, Renata então teve a ideia de reorganizar as atividades da casa, para cada um ficar responsável por uma tarefa e todos contribuírem.  “Antes tínhamos uma rotina, mas com a quarentena isso se tornou mais leve, por exemplo, deixo eles dormirem mais tarde e não precisam acordar cedo. Fazemos as coisas com mais calma, sem aquela correria do dia a dia”, explica a mãe

Renata comenta que o mais bagunceiro da casa é o caçula, porém agora, vendo os irmãos ajudarem passou a entender o que é trabalho em equipe. “Já ensino a juntar os brinquedos. O de 5 ajuda a irmã a arrumar as camas, juntar os brinquedos também e colocar os sapatos no lugar”.

Eder cordando a unha do filho Daniel. (Foto: Arquivo pessoal)
Eder cordando a unha do filho Daniel. (Foto: Arquivo pessoal)

A mãe relata que a filha mais velha ficou encarregada de dar água e ração para os cachorros e também contribuir com a limpeza do quintal. “O marido é responsável pela lavagem das roupas e limpeza da casa, mas também ajuda fazer almoço”, diz. Já Renata ajuda os filhos a fazerem as tarefas da escola que recebem pelo WhatsApp. “Faço com eles no período da tarde, além disso também preparo o almoço e jantar”.

Laura após terminar de fazer a atividade de escoteira. (Foto: Arquivo pessoal)
Laura após terminar de fazer a atividade de escoteira. (Foto: Arquivo pessoal)

A rotina da família começa a partir das 8h, com a arrumação da casa, após o café da manhã. Quando o marido está de folga, ele cuida da limpeza do quintal. “Como acordamos tarde, logo após a organização, já começo a fazer o almoço”.

No período da tarde, Renata senta com os filhos para ajudá-los no dever da escola. “É o horário mais calmo do dia, e o de 2 anos geralmente dorme ou fica assistindo desenho, enquanto os maiores conseguem se concentrar melhor”.

A filha mais velha é escoteira e também recebe tarefas para fazer em casa.  “São atividades de desenvolvimento de habilidades, às vezes, tem que fazer artesanato com reciclagem, brincadeiras de roda, nós e amarras. A maioria das atividades tem que ser gravada e enviada ao grupo para progressão e obtenção de distintivo. Boa parte dessas atividades a gente consegue incluir o irmão de 5 anos”.

Assim as coisas vão fluindo da melhor maneira na casa da família. No entanto, apesar de estar dando tudo certo, eles não veem a hora da epidemia acabar para matar a saudade dos familiares e amigos. “Até meu pequeno de 5 anos pergunta quando isso vai passar, para poder ir à escola e brincar com os coleguinhas”.

Apesar de isolados, a família ainda consegue se divertir com a companhia um do outro. “A vantagem de ficar em casa é o tempo que estou tendo com eles, que antes, trabalhando o dia todo não tinha. Está sendo bem legal e eles estão curtindo ter a mãe cuidando deles”, conclui Renata.

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Da esquerda para direita: Nathalia, Renata, Maurício ao lado do pai Eder, Daniel e Laura. (Foto: Arquivo pessoal)
Da esquerda para direita: Nathalia, Renata, Maurício ao lado do pai Eder, Daniel e Laura. (Foto: Arquivo pessoal)


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